Coluna do Correio

FRASE

“Não se deixem enganar pelos cabelos brancos, pois os canalhas também envelhecem.” (Rui Barbosa, jurista, advogado, político, diplomata, escritor, filólogo, jornalista, tradutor e orador brasileiro)

SEMÁFORO (I)

A Comissão Especial de Inquérito (CE) do Semáforo, instalada na Câmara, encerrou seus trabalhos na segunda-feira com a votação do relatório final produzido pelo relator, Alexandre Boava e aprovado por cinco votos de um total de 7. O documento chegou à conclusão que o prefeito cometeu improbidade administrativa ao utilizar recursos públicos para a compra do equipamento.

SEMÁFORO (II)

Dentre as conclusões elencadas para incriminar o chefe do Executivo, chamam a atenção o fato de não existir um projeto técnico para se instalar o equipamento, a inexistência de uma equipe técnica responsável pela manutenção e a nomeação (aqui pede-se que o prefeito responda por abuso de autoridade) de um funcionário como técnico em sinalização, quando na verdade exerce a função de pintor, e hoje está lotado na Secretaria da Saúde.

SEMÁFORO (III)

Ao ser interpelado, o prefeito Aiacyda, como esperado, jogou toda a responsabilidade na Secretaria de Mobilidade Urbana e em seu titular. Usou de um expediente do qual tem larga experiência, assim como o ex-presidente Lula, ao afirmar que nada sabia. Detalhe: foi ele, Aiacyda, o ordenador da despesa com o semáforo.

SEMÁFORO (IV)

Vereadores que integram a tropa de choque do prefeito, Marcio de Oliveira e Marco Antônio dos Santos votaram a favor do relatório, pois eram minoria. Jogaram para a ‘torcida’, já que 2020 é ano eleitoral e ambos são candidatos à reeleição. O líder do prefeito, Gusto Forti, também da comissão, nem se deu ao trabalho de aparecer.

SEMAFORO (V)

O relatório vai agora a plenário para apreciação de todos os vereadores e precisa de 2/3 dos votos para permitir que seja aberta uma Comissão Processante contra Aiacyda. É nessa hora que Márcio de Oliveira e Marco Antônio vão confirmar se jogaram ou não para a torcida em ano eleitoral. Quem conhece a tropa de choque do prefeito sabe que a aprovação em plenário não vai alcançar os votos necessários. E será importante dar ampla publicidade aos nomes dos vereadores que pactuam com gastos de mais de R$ 500 mil para um equipamento que não funciona.

 

METADES

Mairiporã teve, entre 1980 e 2020, pelo menos três prefeitos que sabiam, mas fizeram vistas grossas, aos mal feitos de integrantes de suas equipes de governo. E não se furtam, ainda hoje, em dizer que “a metade dos secretários e assessores era capaz de nada e a outra metade capaz de tudo”.

EFEITO SANFONA

O percentual de letalidade em Mairiporã é algo que preocupa, principalmente os setores da economia. A cidade é a que possui o maior número de mortos em relação aos casos confirmados do coronavírus. As autoridades municipais de Saúde se limitam a divulgar boletins e a informar, por força de decisão do Tribunal de Contas, os gastos com a pandemia. Se esse número seguir escalada de alta a cidade corre o risco de entrar no ‘efeito sanfona’, que de algum tempo causa desespero em comerciantes e prestadores de serviço, diante do ‘abre e fecha’, com regras que mudam ao sabor do vento. Já há registros do fechamento em definitivo de salões de beleza e barbearias por causa desse efeito.

O IMPREVISÍVEL

Os governos têm como argumento o fato de que o vírus e sua disseminação também são imprevisíveis, assim como o surgimento de novos casos e mortes provocados pela Covid. O desconhecimento sobre o vetor e a doença são argumentos usados pela classe dirigente. Porém, já se vão mais de 120 dias e boa parte da pandemia não é mais um mistério. Não bastasse o prejuízo financeiro, os pequenos, médios e grandes empreendedores de Mairiporã são vítimas da imprevisibilidade, que ata suas mãos.

QUATRO HORAS

Que a audiência das sessões legislativas através do Youtube é quase nula, muitos sabem. Mas isso não é motivo para que vereadores, na acepção da palavra, abusem da paciência do espectador. A sessão de terça-feira durou mais de quatro horas, verdadeira ‘encheção de linguiça’, tudo para discutir se derrubavam ao mantinham vetos em quatro projetos. Nem os ‘assíduos’ assistentes resistiram.

REQUERIMENTOS

Os vereadores continuam com a ladainha de enviar requerimentos ao prefeito pedindo explicações, o envio de contratos e notas fiscais e outros documentos comprobatórios de despesas. Mas nenhum, nem os de situação e menos ainda os de oposição, dá retorno durante as sessões das respostas do Executivo. Até parece coisa combinada.

ISOLAMENTO

Embora tenha voltado à lista dos 20 municípios paulistas com melhores índices de isolamento social, Mairiporã registrou apenas 44% de pessoas trancadas em casa. Todas as cidades tiveram quedas expressivas. Dificilmente os mairiporanenses vão voltar aos patamares de abril e maio.