Coluna do Correio

FRASE

“Nunca se mente tanto como antes das eleições, durante uma guerra e depois de uma caçada.” (Otto von Bismarck, nobre, diplomata e político alemão)

 PAPAI NOEL

Dezembro ainda nem chegou e o burgomestre Aiacyda já está vestindo a fantasia de Papai Noel, presenteando seus adversários na eleição com decisões as mais estapafúrdias. Ao longo dos três primeiros anos viu sua popularidade despencar por conta de decisões que não foram aceitas pela população, como o aumento escandaloso na taxa de lixo. Mas a partir de maio último o seu repertório de benesses aos adversários surpreendeu: enterrou (com inestimável ajuda dos vereadores) o Plano de Cargos e Salários do funcionalismo; não pagou o reajuste da inflação aprovado no final de abril e tirou 20% de insalubridade do pessoal da saúde, isso em meio ao combate à pandemia, mas na quarta-feira alguém soprou aos seus ouvidos a ‘mercadoria’ que tinha feito, e voltou atrás. Some-se a insatisfação de vários setores da economia local, como o comércio, que não se viu representado nem pelo prefeito e muito menos pelos vereadores na quarentena imposta pelo Estado. Mairiporã nunca teve o perfil de outras localidades para ter seus setores econômicos levados à falência e à enxurrada de trabalhadores demitidos.

NA PRESSÃO

Político só costuma tomar uma boa dose de bom senso quando pressionado. E assim se sentiu pelo menos a Mesa Diretora da Câmara, diante das cobranças deste jornal em relação ao recesso parlamentar de julho. Finalmente ela se manifestou e em publicação feita em seu site oficial, informou que ‘as férias’ este ano estão suspensas. Nem poderia ser de outra forma, depois que os senhores edis folgaram às largas em março e abril. Por outro lado, a Mesa Diretiva perdeu a oportunidade de acabar de vez com essa pouca vergonha de recesso em julho. Não bastam 16 dias em dezembro e 31 em janeiro?

CHARIVARI

Durante a sessão na terça-feira, os trabalhos foram suspensos por 5 minutos para a discussão, entre quatro paredes, da portaria publicada pelo presidente suspendendo o recesso parlamentar no mês de julho. A coisa chegou perto de um charivari. Boa parcela dos vereadores não gostou da decisão e queria ao menos 15 dias de tão ‘merecidas férias’. Mas a tentativa se mostrou frustrada. Inacreditável a cara de pau de alguns.

REPOSIÇÃO?

Uma das explicações constantes da portaria que suspendeu o recesso, diz que as sessões em julho vão funcionar como reposição daquelas não realizadas em março e abril. E os salários dos vereadores? Todos receberam sem trabalhar em março e abril. Em julho, com ou sem recesso, todos também recebem. Há que se ter um mínimo de respeito à população e principalmente àqueles que estão desempregados. Os vereadores tem que devolver o que foi recebido sem a contrapartida do trabalho. É uma vergonha!

SUPLEMENTAÇÕES

O prefeito vem lançando mão da abertura de crédito suplementar para pagar servidores municipais. Significa que está tirando dinheiro de vários setores para cobrir a folha de pagamento.  E olha que a conta do coronavírus ainda vai chegar.

AMBULANTES

O reflexo causado pela pandemia do novo coronavírus se faz sentir por toda a cidade. O número de ambulantes tem aumentado significativamente, pois muitos trabalhadores que perderam o emprego se tornaram informais na busca do sustento para suas famílias. Com uma economia em frangalhos, e que já não era o ponto forte da cidade, a população está em pânico.

FISCAIS

Todo brasileiro, em algum momento da vida, se sente muito importante, verdadeiro fiscal da vida alheia. A obrigatoriedade do uso de máscaras, com direito a multa pecuniária e fiscalização,  vai se transformar em verdadeira ‘caça às bruxas’. Quando há cobrança de multa, a fiscalização funciona que é uma grandeza.

PODE OU NÃO?

Juristas e advogados discutem se a função de ministro do STF dá direito a denunciar, investigar e julgar, como é o caso agora das fake news. Uns dizem que não pode, outros acham que sim, a Constituição diz que não. Como se trata de Brasil, pode-se tudo, dependendo da necessidade e da ‘otoridade’ envolvida.

CONCURSOS

Na tentativa de conter a expansão da folha de pessoal e melhorar o planejamento, o governo federal resolveu apertar as regras para a concessão do aval de novos concursos. A partir de 1º de julho, o Ministério da Economia vai exigir estudo de impacto financeiro de longo prazo na análise de autorização de concursos públicos da administração pública federal. Essa análise vai levar em conta o tempo médio que o servidor permanece na ativa. Levantamento do governo aponta um tempo médio de 34,2 anos na ativa, 24,6 anos na inatividade e mais 11 anos de remuneração dos pensionistas dos servidores depois da sua morte.