Coluna do Correio

FIM DA PICADA (I)
Nem nos seus sonhos mais recônditos o prefeito Aiacyda poderia imaginar que receberia dos senhores vereadores, de mão beijada, o motivo para não sancionar o Plano de Cargos e Salários do funcionalismo municipal. Qualquer que seja a argumentação dos edis para justificar a trapalhada feita, por si só morre diante do implacável calendário. Votaram o projeto, votaram quase ou até mesmo uma centena de emendas e devolveram o documento para sanção do prefeito um dia depois da proibição, pelo governo federal, de qualquer aprovação, edição ou sanção que altere reajuste e reestruturação de carreiras no setor público, que resulte no aumento de despesa com o pessoal.
FIM DA PICADA (II)
Aiacyda está, desde agora, proibido de pedir algum presente a Papai Noel. A exemplo de outras antecipações feitas em nome do coronavírus, o seu já foi dado não por um, mas por 13 papais noéis. Uma maravilha! De outra parte, os funcionários de carreira, que são os que trabalham, mesmo ganhando menos que comissionados, vão amargar mais uns bons anos para que um novo projeto seja elaborado, discutido e votado. E os servidores tem, desde já, a obrigação moral de não votar em toda essa gente, pacote que inclui prefeito e vereadores.
FIM DA PICADA (III)
Alguns espertinhos, via rede social, tentaram tirar da reta a culpabilidade dos vereadores. São responsáveis sim. Passaram três anos dependurados no gabinete do prefeito, gozando das beneses por ele propiciadas, enquanto o sindicato da categoria brigava sozinho. Acaso se lembraram do Plano nesse período?
FIM DA PICADA (IV)
Os funcionários municipais, no entanto, não ficaram restritos à catástrofe da inexistência do plano. O prefeito brindou a todos com o fim do pagamento das horas extras, inclusive aquelas de serviços essenciais. A partir de agora vale só o famigerado banco de horas, subterfúgio que beneficia o empregador. Semaninha para o funcionalismo esquecer.
POLITICAGEM
O fechamento do posto de serviço postal em Terra Preta tem identidade: a politicagem. Sim, e das mais baratas possíveis. Um distrito com mais de 30 mil habitantes vai seguir sem esse serviço essencial porque políticos divergiram durante a troca de comando nos Correios, e aqueles que assumiram a paternidade da instalação foram colocados de lado. E, como sempre, vereadores que representam a Terra Preta seguem mudos. Também tá na hora do eleitor terrapretense acordar.
SUBIU NO TELHADO?
A formação da chapa do atual prefeito na disputa pela reeleição, que parecia sacramentada, com o vereador Chinão Ruiz de vice, parece que subiu no telhado. Segundo pessoas próximas ao parlamentar, ele ainda está reticente quanto a formar na dobradinha. Motivos? Vários, inclusive a possibilidade de encerrar a carreira que apenas iniciou, numa eventual derrota nas urnas.
CHANCE
A velha guarda (formada por ex-vereadores, ex-secretários e eternos candidatos) se mostra com disposição para encarar o pleito em busca de vaga na Câmara. Uma pleiade deles vai formar em pelo menos sete partidos. Em tempos de pandemia, com uma economia à beira do colapso, nada melhor que uma boquinha com salário garantido ao final de cada 30 dias. A maioria não tem programa e nem plano algum para apresentar aos eleitores. Mas precisa? Diante de um eleitorado à esta altura formado por desinteressados e incautos, são perfeitamente dispensáveis.
CONVENÇÕES
Os partidos em Mairiporã ainda esperam a confirmação do adiamento das eleições para marcar as convenções, onde escolherão os candidatos a prefeito, vice e vereador. O Senado já aprovou a data de 15 de novembro, e agora falta a confirmação Câmara dos Deputados. Os espertinhos que torciam por uma indecente prorrogação de mandato podem calçar os sapatos e marchar em busca de votos.
VAI LONGE
Os gastos com o coronavírus no município vão cada vez mais longe. Em dez dias houve um salto de R$ 7,5 milhões para R$ 8,6 milhões, segundo o site da Prefeitura. Na contramão, as receitas estacionaram na casa dos R$ 5,6 milhões. Essa conta não fecha e vai chegar ao bolso do contribuinte.
ANIQUILADOR
O atual governo do município, cujo titular está em sua terceira passagem pelo Palácio Tibiriçá, vai encerrar o mandato com a pecha de ‘aniquilador’ do futebol. Em quatro anos não se viu nenhuma competição nas modalidades de campo e salão. Não é o caso nem de dizer que foram relegados a plano secundário. Simplesmente desapareceram.
TÁ NA HORA
Não se pode contar muito com a consciência do eleitor, de modo geral. Mas já passou da hora de parar, pensar e mudar tudo na cidade. Varrer com esses políticos que há anos mantém a cidade no atraso. É preciso dar um basta, mandar toda essa gente pra casa a partir do ano que vem. Mairiporã não aguenta mais tanta falta de compromisso com a sociedade, com seus problemas.