Coluna do Correio 7/10/2017

FRASE

“Eu achava que a política era a segunda profissão mais antiga. Hoje vejo que ela se parece muito com a primeira.” (Ronald Reagan, ex-presidente dos EUA)

 

PESSIMISMO

Nove meses passados da administração Aiacyda e nenhuma melhoria é sentida. A desculpa é de que ainda está em fase de reorganização dos instrumentos que norteiam a governança. O clima, no seio da população, é de pessimismo e isso pode ser percebido nas conversas triviais do dia a dia em qualquer lugar da cidade. O cenário do qual saímos ao final de 2016 parece pior. A expectativa de uma cidade melhor, por enquanto, só no imaginário dos menos céticos.

INSÔNIA

A decisão do Congresso em acabar com as coligações partidárias começou a tirar o sono de vereadores de Mairiporã. Boa parcela dos que foram eleitos no ano passado está preocupada. A maioria, se não mudar de partido ou de atitude política, não vai voltar em 2020.

SÓ QUATRO

Em reportagem publicada pelo Correio na semana passada, ficou evidenciado que 30% dos vereadores só chegaram a essa condição graças às coligações. Apenas quatro, dos 29 partidos que estavam legalmente registrados no ano passado, conseguiram atingir o coeficiente eleitoral.

JANELA

Com a aproximação da abertura da janela partidária (período em que o parlamentar pode mudar de partido sem perder o mandato), já se percebe uma movimentação na Câmara. Conforme apurado pela Coluna, alguns vereadores demonstram interesse em trocar de legenda já em março de 2018, quando a medida (janela) passa a vigorar no País. Há muita conversa de bastidores.

CANDIDATURAS

A ‘reviravolta’ pela qual os partidos passarão é reflexo da estratégia de alguns vereadores que estão se reunindo em torno de candidaturas locais, com a intenção de concorrer ao cargo de deputado (estadual ou federal) no pleito de 2018 ou que já pensam na disputa à Prefeitura.

DÉJÀ VU

Algum vereador, caso estivesse realmente preocupado com a cidade, deveria questionar o Executivo sobre a escolaridade dos mais de 100 comissionados da Prefeitura. É preciso que o prefeito envie uma lista com os nomes dos ocupantes, informações sobre a escolaridade, o nome das instituições de ensino e data de conclusão do curso, e ainda se os documentos apresentados para a contratação obedecem às normas do Ministério da Educação. Em tempo: o Ministério Público (MP) também poderia fazer idêntico pedido e tomar conhecimento se tudo está como manda a lei. Afinal, o MP é o defensor das causas e do dinheiro públicos.

INSTRUMENTOS

Plano Diretor, Código de Posturas, Planta Genérica de Valores são alguns dos instrumentos que podem ajudar a Prefeitura a bem administrar a cidade. Menos em Mairiporã. O Plano Diretor aprovado há pelo menos 10 anos é uma cópia mal acabada de outros municípios; o Código de Posturas tem mais de 30 anos e a Planta mais de 20 anos. Sem isso não dá para se falar em ordenamento urbano e justiça tributária.

DESCASO

O mesmo tratamento de descaso é dado ao meio ambiente. O orçamento destinado em 2018 para o setor que cuida da proteção ambiental numa cidade que tem 80% do seu território em área de proteção aos mananciais é de R$ 1,5 milhão. Menor que o deste ano, de R$ 1,8 milhão. Em ambos os casos, nada se faz com esse dinheiro. De todas as secretarias, a do Meio Ambiente tem recursos maiores apenas que a subprefeitura de Terra Preta. Uma vergonha!

CONSPIRAÇÃO

“Ninguém rouba neste País, tudo não passa de uma conspiração de policiais, delegados, promotores e juízes para desmoralizar a classe política e viabilizar um golpe militar”, dizem os enganadores da boa-fé alheia. Enquanto isso, apartamentos abarrotados de notas de R$ 100 esperam as próximas eleições para que os mesmos de sempre comprem as consciências do eleitorado.

CARA DE PAU

Não são poucos os eleitores que se vendem nas eleições. Em Mairiporã isso é prática comum. Passados nove meses do pleito municipal, uma saraivada de críticas respinga nos nossos governantes. O problema se torna ainda mais grave quando os eleitores que se vendem têm a petulância de falar mal de quem os comprou.

CORRUPÇÃO

A palavra mais lida e ouvida nos meios de comunicação é corrupção. Do advento da Lava-Jato e outros análogos, entre centenas de larápios, só meia-dúzia está presa. A lei brasileira é tão esburacada que os bons advogados sempre acham uma brecha para amenizar as prisões, quando não evitá-las.

PRENDE-SOLTA

Por outro lado, a lei penal é ainda mais cruel para a sociedade e uma festa para os bandidos. Diariamente a polícia prende, e em seguida (ou pouco tempo) a Justiça solta. Em Brasília não se fala em reforma do Código Penal. Neste momento a preocupação é com o dinheiro do Fundo Partidário para financiar a campanha do ano que vem.

LOTEAMENTO

Na cidade de Sorocaba um advogado representou contra a prefeita e 13 vereadores, sugerindo a cassação deles, com base em um suposto acordo de loteamento de cargos públicos. A representação foi feita ao Promotor Público e chegou também ao Ministério Público do estado de São Paulo. Em Mairiporã também foi feito loteamento para preencher cargos comissionados.

FOLCLORE

No Catete – Conta o jornalista Sebastião Nery, papa do folclore político: o repórter vai ao Palácio do Catete, no Rio, entrevistar Getúlio Vargas. “Presidente, o que é preciso para vencer na política?” A resposta: “Muita coisa. Boa memória, por exemplo. Política é como água no feijão. O que não presta flutua. O que é bom repousa no fundo.”