FRASE
“A política é quase tão excitante como a guerra e não menos perigosa. Na guerra a pessoa só pode ser morta uma vez, mas na política diversas vezes.
(Winston Churchill, ex-premiê britânico)
O RETORNO
Finalmente os senhores vereadores se dignaram a voltar ao trabalho, depois de um mês de paralisação. A reabertura da Câmara aconteceu na manhã de quinta-feira e a primeira sessão em plenário foi programada para a terça-feira, 28, no horário regimental, ou seja, às 17 horas. Faltou entendimento aos nossos parlamentares, de que não é salutar para a democracia que atividades legislativas deixem de funcionar plenamente, sob qualquer justificativa ou pretexto. Em todo o período em que os trabalhos estiveram suspensos, deveriam ter sido adotadas as cautelas necessárias para assegurar a saúde dos parlamentares, e de seus funcionários. Se realizaram uma reunião no dia 9 de abril, porque as subsquentes foram paralisadas?
PRESENCIAIS
Em Mairiporã os vereadores não só abdicaram das reuniões presenciais, como não demonstraram interesse em realizá-las remotamente, como acontece por todo o Brasil. Fica a questão dos subsídios. Os vereadores vão receber integralmente, mesmo sem a contrapartida?
AQUELA UMA (I)
A única sessão realizada em abril foi para aprovar reajuste salarial dos funcionários, com base no índice inflacionário, o que poderia ter ocorrido de forma remota. Como o prefeito tinha quase certeza que seus vencimentos também seriam aumentados, mesmo caso dos secretários e do vice, os nobres edis foram a plenário. Ah, sim, uma troca de áreas, de interesse do Executivo, também acabou votada, mesmo depois da maioria ter se posicionado contra. Aquela imprescindível suspensão dos trabalhos por cinco minutos, que na verdade depende do calor das discussões no gabiente presidencial, faz milagres. Na volta, o projeto voltou à pauta e foi aprovado.
AQUELA UMA (II)
Nessa mesma e única sessão, os vereadores também mostraram como serão as próximas. Agressões verbais, discursos histriônicos, posicionamentos dúbios, enfim, todo o receituário que exige um ano eleitoral. Não sem motivo que um dos integrantes da tropa de choque do prefeito foi tachativo: “As sessões doravante vão ser de baixo nível”. O vereador só não explicou como isso será possível, depois do que já se viu nos últimos três anos.
SEM FUNÇÃO
O projeto do prefeito que tentava aumentar em 4% os seus ganhos, também tinha no pacote a mesma bondade em relação ao vice-prefeito. O que intriga é que em três anos, o vice nunca teve função dentro do governo e nunca foi sequer citado nas publicações de interesse da administração. Foi eleito, tomou posse e sumiu. No entanto, religiosamente recebe mais de R$ 10 mil por mês.
SEM FUNÇÃO (II)
O vice-prefeito, Eduardo Yokomizo, nem em solenidades oficiais deu o ar da graça. Muito menos como papagaio de pirata, ou seja, aparecer nas fotos das reportagens veiculadas pela Prefeitura. Essa prática, em relação aos vices de Aiacyda, é comum. Nenhum deles foi requisitado para estar, de fato, no governo. E deve-se considerar que são três mandatos. Vice não trabalha. Fica-se até com a impressão que o vice não pode nem pisar no Palácio Tibiriçá.
DESTRAVOU
Decisão do prefeito destravou no início da semana alguns setores e permitiu, ainda não plenamente, a retomada das atividades. A decisão levou em conta dois fatores: Aiacyda cumpria à contragosto as decisões de Dória, seu inimigo (não adversário) e a autorização do Supremo, embora dúbia, para se instalar a desobediência nos municípios. Ninguém sabe dizer, com segurança, da eficácia da quarentena em Mairiporã, pois em todo o período foram registradas 4 mortes, segundo das oficiais do governo municipal.
BASTIDORES
A escolha de um candidato a vice, na disputa eleitoral deste ano, leva em conta, principalmente, se o escolhido não vai fazer com que o prefeiturável perca votos. Se não agregar, mas também não perder, já está de bom tamanho. Talvez resida aí as dificuldades que os três principais pré-candidatos encontram para definir nomes. Pelos lados do Paço, parece que o nome do secretário de Esportes fez água e do vereador Ricardo Ruiz cresceu. Os outros dois postulantes, Major Paulo e Aladim, ainda não tocaram no assunto.
APELAÇÃO
Se antes da pandemia os cofres de todas as Prefeituras já estavam baixos, depois dela a coisa ficou muito pior. A saída encontrada por alguns chefes de Executivo é apelar rapidamente para se aplicar um novo Refis, ou seja, fazer o reparcelamento das dívidas dos contribuintes com o erário. No caso de Mairiporã, se medida semelhante for adotada, não terá decorrido quatro meses desde o último. Se antes os Refis se mostravam pouco produtivos, agora qualquer ação nesse sentido vai ser um retumbante fracasso. O povo, sabe-se lá até quando, não vai pagar tributo nenhum.
CEI
A Comissão Especial de Inquérito (CEI) para investigar o prefeito sobre a aquisição dos semáforos foi aprovada em plenário e formada a sua composição. Só! Veio a pandemia e tudo foi colocado de lado. Espera-se que os nobres edis consigam retomá-la e concluí-la este ano.