Coluna do Correio

O QUE MAIS ESPERAR?

Mais um ano e mais uma temporada de enchentes e alagamentos na cidade. Mais um ano e mais uma temporada de Saúde precária ofertada à população. Mais um ano e mais uma temporada de um hospital que já custou R$ 12 milhões, que continua fechado e sem ser utilizado. Mais um ano e mais uma temporada de dinheiro jogado fora com os semáforos. Mais um ano e mais uma temporada de mobilidade urbana (trânsito) caótica. Mais um ano e mais uma temporada de impostos altíssimos. Mais um ano e mais uma temporada de altos índices de violência na cidade. Mais um ano e mais uma temporada sem saneamento básico para a maioria da população. Mais um ano e mais uma temporada de honoráveis vagabundos confortavelmente ocupando cargos em comissão na Prefeitura, sem preencher os requesitos exigidos. Nem um ano ainda e a temporada começa com pavimentos asfáticos se desfazendo por toda a cidade. Se o prefeito não consegue fazer bem aquilo que se tornou sua marca registrada, ou seja, asfalto, o que mais se pode esperar desse governo?

ANTES TARDE…

Embora o ano seja eleitoral e isso é um alerta aos políticos, três vereadores resolveram acordar e olhar com mais precisão para os mandos e desmandos do prefeito. Na sessão de estreia em 2020, na terça-feira, a postura observada foi outra e tudo leva a crer que as coisas mudaram para valer. Antes tarde… do que nunca.

JORNAL DE CAMPANHA

Vereadores aprovaram na primeira sessão do ano, projeto de lei que proíbe a Prefeitura de confeccionar jornal de papel da Imprensa Oficial. O prefeito Aiacyda, que para este ano, segundo projeções, destinou R$ 600 mil (que poderiam ser usados na compra de remédios) só para a impressão do jornal, na verdade vem utilizando-o, nas barbas de todos (Tribunal de Contas, Ministério Público, etc) para fazer campanha eleitoral. Aiacyda faz campanha com dinheiro do povo e a publicação impressa é algo que já existe na internet, que é a Imprensa Oficial. No ano passado foram mais de R$ 400 mil para divulgar os feitos do alcaide.

CABIDE ELEITORAL

O desespero tomou conta definitivamente do governo do prefeito Aiacyda. Em busca de apoio eleitoral, através de projeto enviado à Câmara no final do ano passado, tentou criar uma nova secretaria, a da Cultura, certamente para acomodar apadrinhados e correligionários. Em qualquer outra cidade seria um escândalo. Por sorte da população, a propositura foi rejeitada em plenário. O cabide eleitoral do atual governo é grandioso, assim como o montante gasto com o dinheiro do povo.

FORA DO BAILE (I)

Mais do que três vereadores, que tiveram as contas rejeitadas e vão ficar fora da reeleição este ano, outros parlamentares também podem engrossar essa lista. São os investigados pelo Ministério Púlbico (Gaeco), por supostas orientações encaminhadas por gabinetes dos senhores edis na marcação e realização de exames, consultas e outros procedimentos na rede municipal de saúde entre 2013 e 2016, privilegiando eleitores.

FORA DO BAILE (II)

Embora a operação, que virou ação judicial, esteja correndo sobre segredo de justiça, já há informações de que alguns dos ‘espertinhos parlamentares’ estão cientes da punição, ou seja, também podem ser barrados do baile (eleição). A reportagem deste jornal está levantando minuciosamente o que há de novo nesses processos.

FORA DO BAILE (III)

Se por questões jurídicas alguns vereadores vão ficar sem disputar o pleito de outubro, outros correm sério risco de disputar, mas não voltar ao parlamento em 2021, por conta do desempenho que tiveram. Foi a pior composição da história política do Legislativo. E no pacote, a maioria dos novatos, os marinheiros de primeira viagem. Vão colher aquilo que plantaram em 4 anos.

FORA DO BAILE (IV)

Analistas políticos que estão debruçados sobre o pleito deste ano, são unânimes em dizer que o vereador Chinão Ruiz, se quiser fazer carreira política, deve tentar mais um mandato como vereador. É novo ainda e pode colher bons frutos mais adiante. Se tiver a pretensão de ser candidato a prefeito ou a vice, pode ser mais um fora do baile e quem sabe, como tantos outros promissores jovens que iniciaram como vereador, ficar no mais completo ostracismo.

PRIORIDADE?

Logo na primeira sessão do ano o líder do governo, vereador Gusto Forti, através de moção, pediu que o prefeito construa quadras de esportes, praças, playgrounds e academias ao ar livre em 16 bairros (isso mesmo, 16 desses equipamentos), todos em seu reduto eleitoral, a Terra Preta. Nem um documento, no entanto, pedindo a construção de creches. Vereador, pedir quadras é politicagem barata em ano eleitoral. As mães de Mairiporã, que precisam trabalhar para o sustento das famílias, precisam de creche, muitas creches. Já são 800 crianças esperando por vaga. Dessas, quase 1/3 no seu reduto. Em outras cidades, cujos representantes do povo demonstram ter um mínimo de discernimento, creche é prioridade.

AME

A visita que dois secretários de Estado e um deputado estadual fizeram ao que sobrou das instalações do Hospital Anjo Gabriel, onde o prefeito pretende instalar o Ambulatório de Especialidades Médicas (AME), foi mera formalidade. Nenhum dos secretários confirmou ou sequer ventilou a possibilidade de vinda do AME. Durante o ato, só falou o deputado conhecido por Xerife do Consumidor, certamente ávido por marcar território em busca de votos na próxima eleição. Depois de trair vergonhosamente o PSDB e o então candidato João Dória, que se elegeu governador, Aiacyda quer agora posar de bonzinho e diminuir o peso da incompetência em manter fechado um hospital que custou mais de R$ 9 milhões. Pior: para tentar transformar o local em AME, torrou mais R$ 3 milhões do bolso das famílias mairiporanenses. E ainda quer se reeleger para mais quatro anos.

PROVÉRBIO (I)

Com o último ano deste governo que aí está, cada vez mais é lembrado um provérbio português dos mais sábios e que torcemos para que se materialize em Mairiporã: “Não há bem que sempre dure, nem mal que nunca se acabe.” A cidade precisa se livrar desse grupo político instalado no Palácio Tibiriçá.

PROVÉRVIO (II)

Um outro conhecido provérbio, mais do que nuncam deve ser adaptado para Mairiporã: “O eleitor errar uma vez é humano; errar duas, é burrice, errar três é masoquismo. Agora, quatro, é autodestruição.