Coluna do Correio

FRASE

“Um cínico é um homem que sabe o preço de tudo, mas o valor de nada.” (Oscar Wilde, escritor, poeta e dramaturgo britânico)

QUE TIME!

Segundo o editorial publicado ao lado desta coluna, os últimos cinco presidentes da Câmara de Mairiporã tiveram suas contas consideradas irregulares pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE). Dois deles ficaram impedidos de disputar eleições passadas e outros três devem seguir o mesmo caminho no ano que vem, ou seja, mais que provavelmente não vão receber ‘convite para a festa’. Não se tem notícia de outras Câmaras, pelo menos nos últimos tempos, de que cinco presidentes, em sequência, tiveram as contas reprovadas: Valdecir Odorico Bueno, Eduardo Pereira dos Santos, Essio Minozzi Junior, Marcio, o da Serra e Marco Antônio. Em relação a 2017, de Marco Antônio, o julgamento ainda vai acontecer, mas o Ministério Público do Tribunal recomendou a desaprovação, o mesmo valendo para as contas de 2016, do da Serra. Os motivos elencados pela Corte de Contas paulista, em 90% dos casos, foram os mesmos, ou seja, nenhum dos cinco deu ouvidos ou crédito às recomendações do TCE.

ANTERIORIDADE

Os últimos cinco presidentes, no entanto, não foram os primeiros na reprovação de contas. Teve um outro período, ainda maior, de sete anos, cujos presidentes também não tiveram as contas aprovadas: 1999/2000 (Abdul Karin); 2001/2002 (Adilson Miziara), 2003/2004 (Abdul Karim) e 2005 (Sargento Lopes). A julgar por todo esse quadro, o Tribunal de Contas era um ente figurativo. No caso desses presidentes, os que receberam dinheiro à mais, a título de subsídios ou verbas de gabinete e sessões extras, tiveram que devolver, assim como outros que compunham a Câmara, que também receberam. Tem ex-vereador pagando parcelinhas até hoje.

AS EXTRAS

Em 2005, durante a gestão do Sargento Lopes, chegou-se ao absurdo de realizar 9 sessões extraordinárias, no mês de dezembro, ao modesto pagamento de R$ 900 cada sessão e para cada vereador, tudo em nome de um Natal Gordo naquele ano. Tiveram que devolver tudo com juros e correção monetária. O Natal foi farto, mas a devolução do dinheiro deu congestão.

ANTES E DEPOIS

O cinismo de alguns governos é espantoso. Chega às raias do absurdo. Em Mairiporã, com data de 2 de novembro, o jornal de campanha do prefeito, também conhecido como Imprensa Oficial, publicou reportagem sobre a recuperação do Ginásio de Esportes Sarkisão, com direito a fotos de ‘antes e depois’ da reforma que está sendo empreendida no local. O jornal só não revelou que as fotos do ‘antes’, ou seja, um ginásio completamente destroçado e sem condições de uso, foi deixado pelo próprio prefeito que agora alardeia a recuperação daquele próprio. Não fez mais que a obrigação e, neste caso, o dever de consertar o que tinha abandonado em suas outras duas administrações.

PAVIMENTAÇÃO

Nas três passagens pela Prefeitura, o alcaide Aiacyda se especializou em asfalto. Não sabe priorizar nenhum outro setor da administração municipal. No último final de semana, num desses bares em que política e esporte são assuntos preferenciais e discutidos à exaustão, surgiu a conversa entre dois habituais frequentadores. Um disse: – você viu quanto asfalto o prefeito está fazendo na cidade? Ao que o outro, na bucha, pôs fim na conversa: – vi sim, mas quando seus filhos ficarem doentes, você os leva para uma consulta com o dr. Asfalto.

REFORMA

Está sendo feita uma reforma ou algo semelhante nas dependências do Hospital e Maternidade Mairiporã. A oposição na Câmara cobrou, na sessão de terça-feira última, o envio de documentação a respeito do assunto, ou seja, se as reformas ou ampliações estão sendo pagas com dinheiro público. Segundo a administratora da instituição, os recursos são do próprio hospital. Verdade ou não, ambos, Hospital e Prefeitura, deveriam dar transparência à questão e divulgar valores, prazos e principalmente a comprovação de onde está saindo o dinheiro.

REFORMA (II)

Lembrando que o Hospital e Maternidade Mairiporã não é público, é privado. Não é de propriedade da Prefeitura, embora seus representantes se sintam donos dele. Dinheiro público não pode ser investido, mesmo que com bons propósitos, o que também não é o caso, em propriedades privadas.

REFORMA (III)

A mesma questão, anterior a esta, ocorreu com a Igreja do Rosário, na praça do mesmo nome. Até hoje não se sabe se a construção foi paga com dinheiro público ou da Cúria Diocesana de Bragança Paulista. A igreja está lá, mas as informações documentadas sobre quem pagou pela obra até hoje não apareceram. Nunca é demais lembrar que dinheiro público também não pode construir igrejas, templos, etc.

FUTURO

Informações vindas do Palácio Tibiriçá apontam para o trabalho que o vereador da Serra estaria fazendo para ser nomeado secretário de Governo, pois o atual ocupante do cargo estaria voltando à Câmara de São Paulo, onde é funcionário de carreira. A tentativa visa o futuro e tem muito a ver com a possibilidade, bastante considerável, de estar inelegível nas eleições do ano que vem. E, claro, aposta na reeleição de Aiacyda para seguir no primeiro escalão. O prefeito pode não ser a pessoa mais inteligente que se conheça, mas tampouco é inocente. Ensina a lenda: “Não crie filhote de monstro no seu quintal. Quando ele crescer…”

NA MESMA

Mais um ano se vai, mais promessas não cumpridas. O último ano do atual governo está às portas. Pior que isso é o silêncio. Ninguém explica nada, uma enrolação e o povo sem saber o quê e de quem cobrar. Em relação ao funcionalismo, os planos de cargos e salários prometidos em janeiro próximo comemora 20 anos dormindo em gavetas do Paço.

DOBRADINHA

Vozes vindas dos porões do Palácio Tibiriçá dão conta de que o nome mais comentado para formar numa possível dobradinha com o atual prefeito em busca da reeleição, é o do seu secretário de Esportes. Isso quer dizer, na prática, que se o vereador Chinão Ruiz nutria alguma esperança em ser o ungido, pode mudar o foco do seu trabalho e direcioná-lo para reeleição na Câmara.

TROCA-TROCA

Nos corredores da Câmara o assunto mais comentado é a eleição do ano que vem. E pelo que se tem ouvido, o troca-troca partidário vai ser grande, pois mais da metade da atual composição legislativa não vislumbra sucesso nas urnas se tudo ficar como está. Tem vereador tomando ‘tarja preta’ como se fosse suco de fruta.