Coluna do Correio

FRASE

“A ignorância política de um povo é a satisfação para os políticos vigaristas e o prazer dos maus empresários.” (Elias Torres, poeta e escritor)

CAIRAM AS MÁSCARAS

A sessão da Câmara desta semana foi reveladora. Os nove vereadores do prefeito deixaram cair as máscaras e sem nenhum tipo de pudor deram a certeza, a toda a sociedade, que lá estão para defender todos os tipos de interesses, menos o da população. O espetáculo degradante que proporcionaram por conta da votação de um projeto sobre o Meio Ambiente foi o ápice daquilo que se convencionou chamar de politicalha. Causou indignação nas famílias e pessoas de bem.

Segundo os vereadores da base governamental, a votação de projetos de interesse de Aiacyda pode ser feita da maneira que for da conveniência deles. Isso mesmo, eles mandam, eles decidem e se necessário jogam a Lei Orgânica e o Regimento Interno na lata de lixo.

Na terça-feira, sobre matéria do Meio Ambiente, gastaram três longas horas, entre tentar impedir a apresentação de emendas sugeridas pelo Conselho Municipal do Meio Ambiente, mas que pelo visto não era de interesse do Executivo, até derrubarem a proposta no voto. Bem antes, quando foi para ‘encher as burras’ do Executivo de dinheiro, aprovaram o projeto de autorização para pegar dinheiro emprestado em banco (para o povo pagar), sem que o projeto cumprisse requisitos mínimos, como prazos regimentais. Em particular, esse projeto, que chegou um dia antes da sessão e sem quaisquer informações, inclusive e principalmente sobre os juros e o prazo de pagamento. Ainda assim foi aprovado. E assim com tantos outros, que o povo só ficou sabendo através da imprensa. Ouvir a população, segundo os vereadores do prefeito, não é tão importante assim. Só se lembram dela quando a conta tem que ser paga e na hora de pedir voto.

Na sessão de terça-feira as máscaras cairam. O desespero tomou conta da base aliada do prefeito, diante do péssimo conceito que gozam junto ao povo e porque também o alcaide está com sem prestígio baixíssimo, e não é de agora.

As pessoas de bem de Mairiporã estão cansadas do que tem visto ou tomado conhecimento em relação aos seus ‘representantes’. A resposta vai ser dada nas urnas. Hora de mandar essa gente para casa e fazê-la arrumar emprego.

 

PÉROLA DO ANO

Para coroar a noite de terça-feira, em que os vereadores deram um espetáculo deprimente a quem se dispôs a assitir a sessão, o vereador Gusto Forti, líder do prefeito, produziu certamente a pérola do ano, dentre dezenas ao longo do ano, ao dizer um sonoro ‘NÓIS TIRA’. Assassinato em primeiro grau da língua pátria.

E AGORA?

Durante toda a sua trajetória política, o prefeito Antônio Aiacyda sempre deu apoio a um ou no máximo dois vereadores. Quem conhece o quadro atual da política mairiporanense, em que 9 edis se transformaram em contumazes ‘advogados’ das causas do chefe do Executivo, fica a curiosidade: qual dos 9 o burgomestre vai apoiar nas eleições? Sim, porque ‘trabalhar’ pelos nove é tarefa humanamente impossível. Que critérios o alcaide vai levar em conta para escolher a quem vai ajudar na reeleição? E quem ficar de fora, como vai reagir? Acaso existe uma gradução na régua do puxa-saquismo e isso vai determinar os ungidos?

SANDÁLIAS

Seria prudente que alguns dos atuais vereadores calçassem as sandálias da humildade. Eleição só se ganha depois de abertas as urnas. Antes, é só conversa mole. Quem acha que já ganhou deveria se mirar no exemplo de outros tantos, que viram a certeza da vitória virar pó.

NENHUMA

A confiança que se deve ter na palavra do eleitor é a mesma em relação aquilo que falam os políticos. Ou seja, nenhuma. Se a velha e surrada frase ‘cada povo tem o governo que merece’, também vale para ‘cada candidato tem o eleitor que merece’.

NO FINAL

O projeto da Lei Orçamentária Anual de 2020 chegou à Câmara Municipal na segunda-feira, 30, no último dia do prazo para que a proposta esteja na Casa de Leis. Os vereadores tem até o final de dezembro para votar. Sobre o montante estimado para o ano que vem, algo em torno de R$ 254 milhões, o Executivo pode se mostrar tranquilo, pois o projeto vai ser aprovado sem sustos. Como não há um setor gabaritado e com conhecimento sobre orçamentos municipais na Câmara, a coisa vai fluir como nos anos anteriores. Audiências públicas, pareceres das comissões permanentes e aprovação em plenário.

BEM ATUAL           

Frase atribuida a Renato Araújo, poeta e pensador, muito atual e perfeita para o momento vivido no País: “Ladrão julgando ladrão, 500 anos de corrupção.”