Coluna do Correio

FRASE

“Não estimes o dinheiro nem mais, nem menos do que ele vale: é um bom servidor e um péssimo amo. (Alexandre Dumas Filho, romancista francês)

 NEM O BÁSICO

O IBGE divulgou na quarta-feira a nova estimativa populacional dos municípios brasileiros. E Mairiporã entrou para o seleto clube das cidades com mais de 100 mil habitantes. Se por um lado o governo municipal pode comemorar, pois a administração muda de patamar na distribuição de recursos federais, por outro vê piorar a oferta do mínimo possível para a coletividade. Maior contingente de pessoas, maior as demandas que os governantes tem a resolver. Em Mairiporã a Prefeitura não oferece nem o básico. A começar pelo SANEAMENTO BÁSICO, que atende 38% da população. A tendência é a oferta de serviços públicos piorar ainda mais.

DINHEIRAMA (I)

Todas as cidades precisam de obras e em Mairiporã não é diferente. E não são poucas. Mas antes de tudo é preciso ter as contas do município em equilíbrio, pois vivemos em uma situação-limite há muito tempo. O governo Aiacyda sabe muito bem disso, pois tem recebido quase que mensalmente alertas do Tribunal de Contas para que arrume o que está errado na sua forma de lidar com o dinheiro dos cofres municipais.

DINHEIRAMA (II)

Sem qualquer satisfação nem mesmo aos eleitores, vereadores aliados do prefeito aprovaram na sessão desta semana, novo empréstimo de R$ 5 milhões, agora sob as justificativas de compra de equipamentos e máquinas e para a reforma do Hospital Anjo Gabriel, que pretende-se seja transformado em AME. O que intriga é que a cessão do imóvel previa que o Estado se encarregaria dos custos das adequações do prédio. A conversa mudou de uma hora para outra e agora R$ 2 milhões vão ser enterrados no Anjo Gabriel, cujo custo até aqui já é de R$ 11 milhões.

DISCURSO

Segundo um baba-ovo do prefeito disse na terça-feira, durante os trabalhos legislativos, o vice-governador, presentre na entrega dos apartamentos do Minha Casa, Minha Vida, disse alto e bom som que o AME vai sair. Ao invés de mais uma promessa, a questão deveria ter um posicionamento oficial do governo do Estado. Mairiporã precisa e muito dessa unidade de Saúde, pois naquilo que dependeu sempre da Prefeitura foi uma calamidade. A população carente espera por um atendimento digno há décadas. Esse trololó de que sai, não sai, vem, não vem, precisa acabar. As últimas informações obtidas pela coluna é que as outras quatro cidades da região teriam acenado positivamente para a vinda do AME para Mairiporã.

DEVEDORES

Enquanto tudo isso acontece, o déficit crescente com a Previdência Municipal aumenta. Some- se a isso, o crescimento descomunal da Dívida Ativa, que segundo alguns passa de R$ 300 milhões, o que prenuncia tempos sombrios para a administração pública. Fica a pergunta: de quanto é a dívida da Prefeitura?

QUAL A ORDEM?

Há outro aspecto importantíssimo a ser considerado e que pode tornar esses débitos com bancos uma bola de neve: os juros são altíssimos. E não se deve esquecer que estamos na reta final do atual governo, o que suscita duas questões: uma de ordem econômica e outra eleitoral. Pensando-se apenas por este viés, não é um bom período para se aumentar ainda mais a dívida que já é grande.

TUDO DOMINADO

Pelo menos 9 vereadores estão gostando desses empréstimos, pois certamente serão beneficiados pela fidelidade ao Executivo, com indicações de obras para seus redutos eleitorais. Em sendo verdade, o que parece verdadeiro, é mais uma aberração em nossa vida pública, porque o vereador não tem (no caso não teria) que pensar na próxima eleição, mas pensar a cidade como um todo e por ela realizar um trabalho digno, coisa que só aparece nos inflamados discursos durante as sessões.

DEVEDOR

No passo em que vai a administração do prefeito Aiacyda, o grande devedor de toda essa aventura financeira será o povo, que como sempre paga pelos feitos e mal feitos dos políticos que governam a cidade.

VIGILANTE

Não é menos preocupante a situação da Previdência Municipal. A parte que cabe à Prefeitura fazer em relação ao instituto, registra déficits mensais crescentes e se o servidor público não ficar atento, pode ver, mais adiante, um Iprema sem condições de fazer frente às aposentadorias e pensões dos funcionários. Se ainda não acendeu a luz vermelha, a amarela já pisca como forma de alerta.

ESCOLINHA

O vereador Valdeci América, na sessão desta semana, produziu a seguinte pérola: “A Prefeitura não cedeu o prédio do hospital para o Estado, apenas concedeu”. Teria feito melhor se ficasse de boa fechada. Candidato sério a uma vaga na nova Escolinha do Professor Raimundo.

CARONA

Em todos os três mandatos o prefeito Antônio Aiacyda sempre se valeu de antecessores para pegar carona na hora de inaugurar obras. No último sábado utilizou desse expediente mais uma vez. Todo o processo do programa Minha Casa, Minha Vida foi iniciado na gestão Márcio Pampuri. Sobrou ao burgomestre atual conduzir a solenidade de entrega dos apartamentos. Politicalha barata. Por sorte Aiacyda e os vereadores não circularam em meio aos mutuários. Nem a mãe deles conseguiu escapar de coméntários impublicáveis.