Coluna do Correio

FRASE

“Brasil não tem partido de direita, de esquerda, de nada, tem um bando de salafrários que se reúnem pra roubar juntos.” (José Saramago, escritor português e prêmio Nobel de literatura)

 DINHEIRO (I)

Pelo visto a ordem no governo Aiacyda é correr atrás do dinheiro do contribuinte. Além de ter aprovado um projeto esta semana, para um novo reparcelamento de dívida, o Refis, agora um decreto do alcaide estabelece sorteio e premiação aos contribuintes que pagam em dia. É um escárnio com os bons pagadores. Quem não paga continua a receber todos os serviços públicos, como iluminação, taxa de lixo, etc e tal, e ainda ganha descontos de juros e multas se quiser pagar o que deve em até 60 parcelas. Aos bons pagadores, premiozinhos tipo forno microondas, geladeira e máquina de lavar. Verdadeira inversão de valores. Como diria um amigo meu, é a banana comendo o macaco.

DINHEIRO (II)

Aiacyda realiza Refis há doze anos e sabe que essa fórmula nunca funcionou. Como a ideia é fazer um dinheiro no final do ano e não pensar na cidade, implantam essa ‘ode aos maus pagadores’. E todo ano a história se repete: contribuintes aderem e um mês depois desistem, esperando pelo Refis do ano seguinte. A contrapartida é que a dívida ativa, nesse mesmo intervalo de tempo, aumenta escandalosamente. Refis é o paraíso para quem finge que paga. Como dito nesta coluna na semana passada, o contribuinte ou não paga porque não tem dinheiro, ou porque cansou de bancar altos salários de apadrinhados políticos mamando nas gordas tetas da Prefeitura ou porque é mau pagador. Neste último caso, os mais abastados.

EXPLICAÇÃO

Ao tentar defender o projeto na sessão de terça-feira, o vereador Chinão Ruiz (e mais outros dois da tropa de choque), deu demonstração cabal de constrangimento. Falou, falou e não explicou absolutamente nada. Afinal, nem todo mundo tem talento para ser ‘advogado do diabo’. Refis é sim instrumento para a Prefeitura ‘fazer um dinheirinho’ no final de ano. Não ha qualquer preocupação com a cidade.

OBJETIVO

Apontado como  vereador de oposição, Doriedson de Freitas merece todo o respeito da sociedade mairiporanense pelo seu comportamento ético, ideias claras, objetivos definidos e defensor das causas públicas. Como ele mesmo diz, “não sou vereador de oposição e nem de situação. Sou vereador de posição”. Pena que seja apenas um num parlamento viciado de atitudes pouco republicanas.

LARGADA

Boa parcela dos partidos políticos de Mairiporã começou a se mexer com vistas ao pleito do ano que vem. No caso da eleição para vereador, a tarefa ficou muito mais difícil, pois aquela semvergonhice de coligação finalmente foi proibida. Agora é cada um por si. Somar o votos dos candidatos coligados para servir de escada acabou.

CHANCES

Analistas políticos tem dito, não só em Mairiporã, que os pequenos partidos passam a ter grandes chances de eleger pelo menos um vereador sem a coligação. Se conseguirem montar chapas completas (com 20 candidatos), com pelo menos 2 ou 3 puxando um maior número de votos, podem chegar lá. Por outro lado, os atuais vereadores vão se ‘pegar’ feito bicho para conseguir a reeleição. Mais partidos com chances significa menos concentração de eleitos em poucas legendas. Tradução para o bom português e em linguagem popular: “tem neguinho que vai sair da Câmara direto para a fila de emprego”.

CASA NOVA

São cada vez mais fortes os rumores de que o prefeito Antônio Aiacyda vai voar do ninho tucano para os braços de Gilberto Kassab, um dos investigados em operações da Polícia Federal, ou seja, ingressar no PSD. Se verdadeiros os comentários, será por essa agremiação que vai tentar a reeleição.

MAL CONTADA

A história de que o ministro do Desenvolvimento Regional viria a Mairiporã no último sabado, 17, para inaugurar o Mina Casa, Minha Vida, em Terra Preta, não deixou de ser propaganda eleitoral antecipada, mas faltou combinar com o próprio ministro. Segundo assessoria da Pasta, em Brasília, ele só ficou sabendo do assunto um dia antes. Historinha mal contada.

CETESB

Prefeito e sua tropa de choque pediram ao Governo do Estado que as licenças ambientais passem a ser emitidas em Mairiporã, ao invés da Cetesb, em São Paulo, sob a alegação de que o processo, da forma como é feito, demora anos para ser concluido. Se o Governo do Estado tiver um mínimo de juízo e bom senso, e decidir transferir a questão para dentro dos muros da cidade, é melhor que o escritório do órgão tenha no comando técnicos de São Paulo. Se depender de nomeações da classe politica governante, em cinco anos o único verde que se verá na cidade é o da camisa dos torcedores do Palmeiras. Quem conhece sabe como a coisa funciona.

PERGUNTINHA (I)

O presidente da Câmara, na sessão desta semana, ao comentar o projeto do Refis, disse alto e bom som: “O que é que o prefeito está fazendo para recuperar a Dívida Ativa?” A pergunta, presidente, foi desnecessária, pois o alcaide nunca fez nada.

PERGUNTINHA (II)

Acaso a secretária da Saúde continua dando aulas na Universidade São Francisco em Bragança Paulista, conforme denúncia de quatro vereadores junto ao Ministério Público, no mesmo período em que deveria dar expediente na Pasta em Mairiporã? Perguntar não ofende.

CORRIMÃO

Em vídeo nas redes sociais, o vereador Chinão Ruiz reclamou que o corrimão colocado no escadão que liga as ruas XV de Novembro e Dom José Maurício da Rocha tinha sido arrancado por vândalos. Não foi! O serviço é que foi mal e porcamente feito. O corrimão foi colocado e ao invés de ser chumbado, recebeu apenas uma camada de reboco para tapar o buraco aberto na parede. Até criança de colo sabia que aquilo não ia durar. Claro que vândalos depredam muitos bens de uso comum. Mas nesse caso, vereador, foi serviço mal feito, e que o senhor acompanhou de perto.