Coluna do Correio

FRASE

“Num estado democrático existem duas classes de políticos: Os suspeitos de corrupção e os corruptos.” (David Zac, pensador)

 GOZAÇÃO (I)

O escândalo que o prefeito Aiacyda fez ao divulgar um estudo (ou seja lá que nome isso tenha) sobre Mairiporã ser a quarta melhor cidade em gestão pública, beirou a galhofa. Gozação com a cara do povo. Os critérios citados não são compatíveis com a realidade local. Segundo o texto da Prefeitura, o órgão que fez a publicação foi o Conselho Federal de Administração, que levou em conta quesitos como Gestão Pública (Mairiporã é constantemente alertada pelo Tribunal de Contas que comete erros em suas finanças que podem se tornar insanáveis), Saúde (seria até um crime falar em boa saúde na cidade, o povo que o diga) e violência (aí, esculhambou de vez com o estudo, pois a cidade não consegue reduzir os índices de criminalidade).

GOZAÇÃO (II)

Sobre mobilidade urbana, nenhuma palavra. Sobre vagas em creches para crianças, também não há qualquer citação. Até dezembro a previsão é de que mil crianças estejam na fila de espera. Ainda nesta semana a Secretaria do Meio Ambiente do Estado publicou os resultados do Programa Município Verde Azul, e Mairiporã, dentre 645 municípios, ficou na 422ª colocação, com a nota 7,71, quando a meta é nota 80. Então é pertinente perguntar: Que diabos de estudo fez o Conselho Federal de Administração para chegar ao resultado que chegou?

GOZAÇÃO (II)

A cidade ainda tem água distribuída por caminhões-pipa, não tem coleta de esgoto nem destinação para resíduos sólidos, e dezenas de bairros sem coleta de lixo. Elencar os problemas demandaria um jornal inteiro. Com mais essa propaganda da Prefeitura, periga Lewis Carrol, célebre escritor inglês, ter o título de uma de suas obras mais famosas mudado para “Aiacyda no País das Maravilhas”. É gozação com a cara do povo, é achar que os cidadãos de Mairiporã são idiotas.

LIÇÃO DE CASA

Candidatos e agremiações devem estar atentos para as eleições do ano que vem, e isso é recomendável desde já. Se responder as questões abaixo, já terá sido um grande passo: 1- Partidos políticos são importantes na próxima disputa municipal? 2- E o fim das coligações para os cargos de vereadores? 3- Como aplicar as técnicas digitais na disputa municipal? 4- O que mudou na contabilidade eleitoral? 5- O que o candidato deve providenciar desde já? 6-Quais as principais alterações desta disputa quando comparadas às eleições municipais anteriores? 7- O que é construir uma Rede Social Eleitoral? 8- Quais os prazos legais que devem ser observados? 9- Como deve se comportar o pré-candidato? Essas são algumas questões que o próximo pleito municipal desperta.

E O AME?

Em suas andanças pelas cidades do interior paulista na última semana, o governador João Dória firmou pelo menos cinco convênios para a implantação de AMEs (Ambulatório Médico de Especialidades) e também o AME Mulher. Na contramão está Mairiporã, que ouviu do atual prefeito Aiacyda a promessa de ter uma unidade, em troca de voto no então candidato a governador Márcio França, que até agora não vingou. Há quem acredite que isso não vá ocorrer, embora existam os otimistas de sempre. Em alguns casos, os oportunistas de sempre, que enxergam no AME uma ferramenta excelente para a reeleição. Se essa AME não vier até o final do ano, não virá mais. Em ano eleitoral, benesses, sejam quais forem, estão proibidas.

PARTIDOS

Incorporação de mais dois partidos está na pauta do Superior Tribunal Eleitoral: Partido Humanista da Solidariedade (PHS) e Podemos (Pode). O TSE já autorizou a incorporação do Partido Republicano Progressista (PRP) ao Patriota e do Partido Pátria Livre (PPL) ao Partido Comunista do Brasil (PCdoB). Além dos pedidos de incorporação o TSE analisa requerimentos para a criação de novas agremiações e para a reinstalação de um partido extinto na década de 1960 – a União Democrática Nacional (UDN). Em análise os pedidos de criação do Partido Nacional Corinthiano (PNC) e do Partido da Evolução Democrática (PED). Alguém, em sã consciência, pode levar as autoridades constituídas à sério?

LIMPA OU MORRE

O imbróglio criado pelo prefeito de São Paulo, Bruno Covas, exigindo a expulsão do deputado Aécio Neves do partido (PSDB), fez com que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso voltasse à cena política, para defender o político mineiro. O que FHC não sabe, pois não participou da última convenção tucana, é que foi aprovado um rigoroso código de ética que prevê a expulsão do partido de filiados denunciados, como é o caso de Aécio. O ex-presidente também finge ignorar que o partido não sobreviverá se não fizer uma limpa.

FUNDÃO PARTIDÁRIO

A farta distribuição de dinheiro público aos partidos políticos segue firme e forte. O PT de Lula e Dilma é o que mais recebeu verbas do Fundo Partidário este ano: R$ 42,2 milhões segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O partido do presidente Bolsonaro (PSL) aparece na sequência, com R$ 40,6 milhões em verbas públicas até junho. No total, somados os 21 partidos, número que diminuiu após a cláusula de barreiras, o contribuinte brasileiro repassou R$ 365,3 milhões de janeiro a junho. O PT aparece na liderança porque recebeu em janeiro a última parcela da legislatura anterior. Até o final deste ano, no entanto, o PSL vai assumir oposto de campeão de verbas partidárias.

A LUA

Há exatos 50 anos o homem chegava à Lua, cujos encantos e mistérios povoaram o imaginário das pessoas e a curiosidade de estudiosos e cientistas. Uma conquista e tanto que ainda hoje ocupa o lugar de destaque dentre os feitos da Nasa, da Rússia e de outros países que se aventuram espaço afora. Quem sabe um dia, sem medir tempo, a Lua não seja um local bem melhor para se viver do que este planeta em que o coletivo foi estraçalhado em benefício do individualismo, da ambição, do egocentrismo. Os políticos que o digam.