Coluna do Correio

FRASE

“O mais importante da vida não é a situação em que estamos, mas a direção para a qual nos movemos.” (Oliver Wendell Holmes, escritor e médico norte-americano)

TRABALHO

Enquanto todas as Câmaras da região trabalham durante o mês de julho, os vereadores de Mairiporã gozam férias e o fazem sem o menor constrangimento. Aliás, esse termo, constrangimento, não faz parte do vocabulário da maioria, acostumada que está com os mandos e desmando do Poder Executivo, a quem servem de forma inexorável.

ATENTA

A sociedade mairiporanense, conforme artigo do advogado Ozório Mendes, publicado ao lado, tem de estar atenta quando os vereadores retornarem das férias. Há questões importantes que a trupe obediente ao andar de baixo do Palácio Tibiriçá pode desengavetar e levar à votação, já que os aliados do alcaide são maioria: aumento no número de cadeiras para a próxima legislatura; aprovação de 13º salário e férias remuneradas aos ‘representantes’ do povo e aumento nos próprios vencimentos. Como da Câmara de Mairiporã pode se esperar qualquer coisa, é bom a comunidade estar atenta.

TIRO NO PÉ (I)

Quando a autoconfiança ou a ‘esperteza’ dominam a mente das pessoas, coisa boa não pode resultar. O vereador Marcinho da Serra, do alto da ‘estatura política’ que imagina ter, disse na última sessão do semestre que dinheiro arrecadado com o IPTU não é para fazer asfalto. Estamos todos a fazer um exercício de alongamento do cérebro em busca de uma resposta plausível. Se não é para pavimentar ruas e avenidas, certamente ajuda a sustentar uma renca de vagabundos confessos dependurados nas tetas do governo, com excelentes salários, boa parte deles nomeada justamente por vereadores. A fala do vereador foi um verdadeiro tiro no pé e ele não se livrará dela tão cedo.

TIRO NO PÉ (II)

Até coleguinhas de parlamento, que atuam em grupo com o vereador Serra, avaliaram como uma besteira sem tamanho o que foi dito. Alguns teceram comentários ácidos, dizendo que o momento não é para defesa eloquente do governo, que vai mal das pernas.

TIRO NO PÉ (III)

Um vídeo que circulou pelas redes sociais, com o vereador Serra visitando uma rua que estava sendo pavimentada, foi a pá de cal que o parlamentar precisava. Certamente ele não vai dizer que as pavimentações por toda a cidade são fruto de emendas parlamentares. Aí a piada seria completa. A esmola que é dada por deputados beira o ridículo. Mas se o IPTU não é usado para investimento em asfalto, seria esse o motivo do empréstimo de R$ 10 milhões, que o povo vai pagar, para asfaltar ruas?

HOSPITAL

O editorial desta semana (publicado nesta página) aborda a decisão do prefeito de Atibaia em construir um Hospital Público Municipal. Lá, eles precisam erguer o prédio, aqui, querem derrubar o prédio ou transformá-lo em depósito, porque ‘elefante branco’ ele já é. A vontade política do pessoal de Atibaia contrasta com aquilo que assistimos em Mairiporã. E olha que lá o que não faltam são unidades hospitalares. Diriam os mais atentos que se trata de questão cultural entre os dois prefeitos.

LEVANTAMENTO

A coluna fez um minucioso levantamento sobre os temas abordados pelos vereadores nos primeiros seis meses deste ano. E chegou à incrível marca de 90%, isso mesmo, 90% são iguais às que foram formuladas no ano passado, no ano retrasado, nos últimos dez anos, nas duas últimas décadas. Criatividade ‘zero’. O pior, é que passam ao povo a impressão de que o prefeito não está nem aí com esses pedidos, e não está mesmo. Nunca esteve. Gasta-se papel, tinta, tempo e dinheiro do contribuinte para apresentar as mesmas indicações. Isso nos remete ao início da atual legislatura, quando 7 novos vereadores assumiram prometendo mudar o velho hábito de se fazer política em Mairiporã. Só os incautos acreditaram. Os vereadores até podem ser novos nos cargos, mas a prática legislativa é velhíssima. E verdade seja dita: ex-vereadores que fizeram uso dessa prática demonstraram mais desenvoltura.

OS CABOS (I)

Com a mudança prevista para a eleição do ano vindouro, sem aquela indecência chamada ‘coligação’, o número de candidatos a vereador não só vai crescer, como cabos eleitorais de hoje serão candidatíssimos amanhã. A dificuldade em se montar uma chapa e de fugir de composições com os atuais vereadores levam a esse quadro.

OS CABOS (II)

Se por um lado muitos cabos eleitorais vão se aventura na busca de uma ‘boquinha’ na Câmara, outros vão retornar a ninhos antigos, cujos líderes não disputaram o pleito em 2016. Os atuais vereadores vão ter muito trabalho não só em busca dos votos, mas do suficiente para seguirem nas cadeiras.

PREOCUPADA

Muita gente que está dependurada na Prefeitura, recebendo bons salários, começa a demonstrar preocupação com o futuro, pois as eleições estão se aproximando e a possibilidade de ganharem um ‘pé na bunda’ é cada vez maior. Muitos comissionados, pouco afeitos ao trabalho, já estão fazendo uso de uma prática comum entre eles: acendem velas a Deus e ao Diabo. Afinal, das urnas, nunca se sabe o que sai.

PERDAS

Estados e municípios vão perder R$ 350,7 bilhões em 10 anos se de fato não forem incluídos no texto da reforma da Previdência que está na Câmara Federal. É o que aponta a nota técnica nº 34 da Instituição Fiscal Independente do Senado, que fez uma análise completa do relatório de Samuel Moreira (PSDB-SP), encarregado da emenda constitucional na comissão especial. O IFI estima em R$ 299 bilhões a economia relativa a servidores civis e R$ 51,6 bilhões devidos aos militares, só para estados e municípios.

MUITOS ANOS

Se computados os dois últimos anos do ex-prefeito Márcio Pampuri, e dois anos e meio do atual ocupante do Palácio Tibiriçá, somam mais de um mandato o período em que o futebol amador da cidade está sepultado. Nenhum campeonato foi organizado pela Prefeitura e, pelo andar do trem, não o será tão cedo. Algumas equipes, por conta da organização, ainda resistem através de amistosos e um ou outro campeonato na região. A maioria, no entanto, só existe no papel.