Coluna do Correio 3/1/2017

FRASE
“Alguns causam felicidade em todo lugar que vão e outros em toda hora que partem.” (Oscar Wilde, escritor e dramaturgo inglês)

INICÍO
A Câmara de Vereadores inicia na próxima terça-feira o ano legislativo, primeiro da nova gestão municipal. Se levado em conta o que fizeram nas sessões extraordinárias, em janeiro, quase nada vai mudar na relação com o Poder Executivo. Parece sina. Os vereadores, longe de representar os interesses da população, discutem muito pouco ou quase nada os projetos, sem avaliar o seu alcance social e a sua necessidade real. Será que isso vai mudar?

MAU COMEÇO
Nos corredores da Câmara são intensos os comentários sobre a estreia dos vereadores em plenário. Eles votaram projeto da Secretaria da Educação, que fez mudanças que não agradaram os professores. Os senhores parlamentares entenderam que se tratava de um projeto de lei complementar, com duas votações, mas não era. Era projeto de lei ordinária. Votariam em primeira para depois abrir discussão na segunda. A Secretaria da Educação levou de boa. Mau começo!
HAJA DINHEIRO!
Mesmo com a crise econômica e a arrecadação em queda, principalmente nos repasses oriundos das outras duas esferas, estadual e federal, a Prefeitura decidiu criar mais três secretarias. Cada um dos novos secretários vai custar aos contribuintes R$ 20.400 por mês (contados os encargos), e os três juntos R$ 61.200 a cada trinta dias. Nos quatro anos, essa despesa chega a R$ 2,93 milhões. Mas os custos não param aí: cada secretário deverá ter assessores, carro, combustível, telefone corporativo, e até prováveis notas fiscais de almoços com direito a reembolso do erário. Isso tudo, em quatro anos, pode chegar, sem nenhum esforço, a R$ 5 milhões. A questão é saber se a Municipalidade tem dinheiro para bancar isso tudo, se não existem outras prioridades para a cidade e se essas secretarias são realmente necessárias.
MENOS SALÁRIOS
Se há ou não relação entre a criação de três novas secretarias, que implica na contratação de outros funcionários, e a retirada de benefícios dos salários dos servidores, não se sabe. Mas essas decisões, no mesmo espaço de tempo, são no mínimo curiosas.
PERCALÇOS
Apesar de inúmeros esforços do novo governo em demonstrar disposição para resolver problemas e romper paradigmas, aos poucos a equipe deve sentir a ficha cair. Na maioria das vezes, há um grande abismo entre o ideal e o possível. No caso aplicado, entre a viabilidade e o plano de governo apresentado durante a campanha eleitoral.
O DINHEIRO
Ilustra essa constatação os grandes desafios a serem superados pela administração na busca da liberação de recursos da Defesa Civil do Estado para a recuperação de estragos causados pelas chuvas. Integrantes do governo tem que correr atrás porque o Estado, em 99% das situações, finge que o assunto não é com ele.
LIDERANÇA
Até onde se sabe o martelo ainda não foi batido, mas o Palácio Tibiriçá, segundo fontes próximas ao prefeito, já teria um nome para assumir a liderança do governo na Câmara Municipal.
DO GABINETE
Oficialmente, a indicação do líder do governo chega à Câmara por ofício, encaminhado pelo gabinete do prefeito, e é lida na primeira sessão legislativa, em 7 de fevereiro.
COMENTÁRIOS
Corre a boca pequena nos corredores da Câmara que pelo menos cinco vereadores deverão se apresentar perante o Ministério Público. Ninguém soube informar o motivo, mas deve ser por conta da operação realizada antes das eleições, no ano passado, com um aparato digno da ‘Lava Jato’. A mesma fonte garante que tem parlamentar sofrendo de insônia crônica e outros que apelaram para a famosa ‘tarja preta’.
BURACOS
A chuva não dá trégua e atrapalha os planos do prefeito, que chegou com a expectativa de reduzir o tempo-resposta para o serviço de tapa-buracos e limpeza de ruas e praças e recuperação de estradas. Até agora o aguaceiro quase que diário não permitiu atender nem 5% da demanda.
30 DIAS
Os novos prefeitos empossados em 1º de janeiro completaram na terça-feira seus primeiros 30 dias de administração. Ou seja, restam 1.430 dias para cumprirem as promessas de campanha e até fazer mais para desenvolver suas cidades e melhorar as condições de vida da população.
SUCESSOR
Os comentários são cada vez mais frequentes sobre o filho do prefeito, atual secretário de Obras, suceder o pai na Prefeitura em 2020. O propósito seria dar ‘sangue novo’ ao Poder Executivo. Para isso se concretizar (a candidatura), no entanto, o prefeito precisa aparar arestas com muita gente e reunir importantes setores nesse projeto.
BRAGANÇA
Pela terceira semana consecutiva um veículo oficial da Câmara (que desde o ano passado tem frota reduzidíssima) é visto em Bragança Paulista. Mistério a ser esclarecido.
PESQUISA
A preocupação generalizada com notícias falsas e desinformação, por parte do público, vai fortalecer o jornalismo profissional em 2017. É o que dizem editores e executivos de veículos de mídia, segundo levantamento do Instituto Reuters (Oxford) com 143 deles, de 24 países, em dezembro. O Facebook é de longe o campeão das inverdades publicadas.

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