Coluna do Correio 3/11/2017

FRASE
“No Brasil existem dois tipos de políticos: os corruptos declarados e os declarados corruptos.” (Erlon Bernardo, pensador).

FINALMENTE
Nem tudo está perdido. O Ministério Público, no imbróglio envolvendo o Centro Educacional, que começou errado desde a construção e hoje está com suas instalações interditadas, finalmente deu uma esperança para a população, graças ao promotor Marco Antônio de Moraes Barros, que cobra do prefeito Aiacyda, da ex-secretária Leila Ravázio e do dono da Geração Engenharia, Fábio Mazucato, a devolução aos cofres públicos de quase R$ 800 mil reais. Em relação só ao prefeito, quer que ele pague duas vezes mais o valor a título de multa, que fique impedido de administrar a cidade e perca os direitos políticos por até 8 anos. Também solicitou a indisponibilidade de imóveis e os bloqueios bancários e de veículos de todos eles.

DELAÇÃO
O prefeito tem se valido nos últimos tempos do envio de vídeos para seus eleitores sobre os ‘feitos’ do seu governo. Poderia aproveitar a ferramenta para explicar como um prédio inaugurado em 2009 está prestes a ruir, custou mais de R$ 4 milhões e, segundo o promotor, enriqueceu ilicitamente os envolvidos. Há muito caroço nesse angu e nos meios políticos comenta-se que na sequência da ação pode até existir delação premiada. Se isso ocorrer, vai sobrar para muito mais gente.
QUEM PAGA?
Essa ação refere-se à construção do Centro Educacional. O que a população também cobra, é quem vai pagar pela reforma do prédio, de modo a torná-lo seguro para uso da Secretaria da Educação. Essa questão vai demandar muito dinheiro. Vai sobrar para o bolso do povo? E o aluguel mensal que o cidadão mairiporanense paga para abrigar a Secretaria da Educação em outro local, depois de ter sido retirada ‘a toque de caixa’ do prédio? Os responsáveis precisam ser punidos.
E AGORA?
Até crianças na mais tenra idade sabem que brigas políticas são esquecidas em nome do que isso pode ‘render’ em diferentes oportunidades. O prefeito jogou no fogo a ex-secretária da Educação, Leila Ravazio, que todos conhecem ser pessoa de caráter e vida reta. Como tá todo mundo na mesma panela nessa ação do Ministério Público, fica a pergunta: Depois de se livrar da secretária após as eleições de 2012, falar o diabo dela, o prefeito vai tentar uma reaproximação agora que a água está batendo no queixo? Em se tratando de políticos, tudo pode acontecer. Principalmente falta de vergonha de cara.
APOSTA (I)
Algum cidadão mairiporanense acredita que os vereadores, que deveriam zelar pelos interesses da cidade, vão investigar o prefeito nessa questão? Quem apostar nisso corre o risco de perder, pois os que conhecem o parlamento municipal sabem bem até onde seus integrantes conseguem ir. Na sessão de terça-feira última, bico fechado. Ninguém ousou tocar no assunto.
APOSTA (II)
Alguns vereadores mais experientes, no entanto, que conhecem os meandros do Palácio Tibiriçá, devem forçar o prefeito e lhes conceder mais benefícios em troca da manutenção de apoio e de uma cegueira conveniente em relação ao processo judicial.
OPOSIÇÃO?
Gaiato, nosso guru para assuntos políticos, fez rápida análise do nosso parlamento: “O Legislativo deveria manter uma independência harmoniosa, sem oposição sistemática, mas debatendo os problemas e, se for o caso, promover alertas e mudanças em projetos importantes para a sociedade.” Gaiato foi além: “A Casa de Leis não pode ser um mero ‘cartório’ apenas carimbando os projetos e processos que chegam. Faz parte do trabalho do Poder Legislativo aprimorar os projetos, sugerir mudanças e incentivar o debate. Pelo bem da cidade”. Segundo Gaiato, isso é o que deveria ser, mas em Mairiporã…
SÓ BARULHO
A cada legislatura os vereadores montam inúmeras CAR (Comissões de Assuntos Relevantes) que envolvem questões ligadas a vários setores da administração municipal, desde ambientais e sociais, até econômicas e estruturais. Mecanismo velho, utilizado como vitrine para tentar maior visibilidade junto aos eleitores. A verdade é que os resultados ficam no mesmo nível dos discursos e dos debates, que em bom português significa ‘prosopopeia flácida para acalentar bovinos’, mas que popularmente é conhecida como ‘conversa mole pra boi dormir’.
BAGUNÇA (I)
Ou o prefeito Aiacyda sabe e autorizou, ou tem gente, à revelia, tomando decisões inaceitáveis. Em ambos os casos evidencia-se a bagunça. No último sábado a travessa Antonieta Spada, no centro da cidade, foi fechada ao tráfego para dar lugar a um evento de inauguração de uma escola de idiomas. Inacreditável! Os comerciantes ficaram ‘emputecidos’ com o prefeito. Numa cidade onde há pouquíssimas vagas para estacionar veículos, os comerciantes são obrigados e engolir e ficar no prejuízo. Na véspera do Dia das Mães essa mesma rua foi fechada, privando o consumidor de estacionar e comprar no centro da cidade.
BAGUNÇA (II)
Para coroar a bandalheira só falta a Prefeitura fechar a mesma rua, ou outras, para algum evento próximo do Natal. Aí o comerciante não vai ficar só emputecido. Mesmo com uma crise econômica nunca vista, em Mairiporã o prefeito se dá ao luxo de prejudicar o comércio com o fechamento de ruas. Inauguração de escola de idiomas. Fala sério!
DEBATE
Os últimos estudos divulgados sobre a cidade, especialmente em relação à sua economia e desenvolvimento social, precisam ser debatidos com seriedade pelos segmentos organizados da sociedade. Deveria partir da Câmara de Vereadores a proposta, e envolver arquitetos e engenheiros, entidades de classe, autoridades ambientais, da saúde, da educação e da segurança, especialistas em mobilidade urbana e associações de moradores de bairros. A falta de investimentos e planejamento em Mairiporã são ingredientes que precisam ser discutidos com seriedade. A cidade não oferece qualidade de vida a seus moradores.
FOLCLORE
Durante seu segundo mandato como prefeito, Luiz Chamma viu um eleitor adentrar ao gabinete da Prefeitura esbaforido, agitado. Logo perguntou: – O que foi Zé? Aconteceu algo grave? Ao que Zé respondeu: – Dr. Luís (Chamma era chamado de doutor por muita gente) fui pego de surpresa, acabei de deixar minha mulher no hospital para dar à luz e estou desprevenido. O senhor pode me ajudar? Matreiro como ninguém, Chamma respondeu na bucha: – Zé, sua mulher está grávida há nove meses e você me diz que foi pego de surpresa? Imagine eu que só estou sabendo agora. Não levou o que foi pedir.