Coluna do Correio 29/6/2018

FRASE
“Para os homens, a liberdade, na maioria dos casos, não é outra coisa senão a faculdade de escolherem a servidão que mais lhes convém.” (Gustave Le Bom, psicólogo, sociólogo e físico francês)

BURBURINHOS
O rompimento do agora ex-líder do prefeito, Carlos Augusto Forti, com o chefe do Executivo, Antônio Aiacyda, não foi explicado de forma oficial. Isso permitiu que a rádio Peão da Prefeitura desfiasse um verdadeiro rosário sobre os motivos que levaram a esse final melancólico de um ‘casamento político’ tão perfeito, jamais visto na cidade. E olha que dentre os motivos elencados, há pelo menos uns dois cabeludos, de fazer corar os políticos de Brasília. Claro que nenhum dos dois vai contar publicamente o que de fato aconteceu. Muita gente, no entanto, como bons alunos que são, sabe da história com riqueza de detalhes.

PRERROGATIVAS
Tão logo o rompimento se concretizou, o ex-lider Gusto usou de suas prerrogativas como vereador para endereçar uma enxurrada de questionamentos ao prefeito, inclusive acerca de um tema que até então era de interesse de todos: cabos eleitorais e apadrinhados políticos nomeados em cargos comissionados. Do dia para a noite o vereador Gusto deixou a cegueira conveniente de lado e passou a enxergar os muitos defeitos da administração.
VERSINHO
Um versinho bem conhecido é perfeito para adjetivar o fim da ‘união política’ entre Gusto e Aiacyda: “E sempre há alguém que chorando estará ao lembrar-se da amizade que um dia não soube cuidar”.
RECESSO
Os vereadores se reuniram em caráter ordinário pela última vez no semestre, na terça-feira. Certamente estafados pelo ‘extenuante’ trabalho de ser parlamentar, se consideram legitimamente detentores de um período de descanso de 31 dias em julho, para voltar apenas em agosto. Em janeiro já tiveram outros 31 dias, e essa soma será complementada com mais 16 dias em dezembro. Se inclusos nessa conta os feriados prolongados, chegaremos a mais de três meses de férias. Nenhum trabalhador brasileiro tem direito a isso, e também nem chegam perto dos polpudos salários dos nobres edis. É assim que funciona a política neste País.
LDO (I)
A Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2019, que se encontrava na Câmara, foi aprovada sem a apresentação de emendas. Nem as de iniciativa popular, muito menos as de parlamentares. Ou a peça orçamentária foi lapidada de forma tão eficaz pela equipe econômica do prefeito Aiacyda, ou no mínimo os vereadores devem explicações sobre os motivos pelos quais o documento não precisou de qualquer reparo.
LDO (II)
O vereador Doriedson Freitas falou durante 10 minutos sobre a LDO na última sessão antes do recesso. Falou muito e não disse absolutamente nada. Uma enrolação enfadonha que serviu apenas como um poderoso sonífero aos insones. O parlamentar, é bom que se diga, tem se especializado em discursos do tipo ‘falou e não disse’.
PRESTÍGIO
Tema abordado diversas vezes neste espaço, mais seis meses se passaram e o distrito de Terra Preta continua à espera da reinstalação do Posto dos Correios. A promessa foi feita em 2015, pelo vereador Marcinho da Serra, dias depois de assumir a presidência da Câmara. Em todos os anos subsequentes, disse que se valeria de seu prestígio junto à esfera federal, onde o ex-deputado Guilherme Campos, nomeado presidente dos Correios, a quem o vereador ajudou em várias campanhas, iria resolver o assunto. Não só não resolveu como já não é mais nada na empresa estatal. Três anos e meio e o prestígio, mesmo, só no de chocolate.
CRISE
Como todos querem o bem da cidade e do distrito, a torcida sempre foi para que os Correios voltassem a funcionar, pois Terra Preta conta hoje com cerca de 30 mil habitantes, o que não é pouca coisa. Com a crise nos Correios, difícil acreditar que a promessa se cumpra.
DEVEDORES
Até onde se sabe a tentativa da Prefeitura em receber dos grandes devedores o que é devido aos cofres municipais, através de Refis, não surtiu nenhum efeito. Muitas das empresas elencadas no rol das devedoras nem existem mais. Ainda sobre dívida, a ativa, cujo total chega a R$ 300 milhões, ultrapassou o valor global do Orçamento do Município para o ano que vem. Ou os políticos se fazem de sonsos, ou não querem enxergar que o povo cansou de financiar aquilo que prometeram fazer e não fizeram. A crise econômica não serve de desculpa, pois esse montante gigantesco não foi amealhado do dia para a noite. Vem de anos. E de anos em que muita gente que hoje governa a cidade também estava no poder.
RELEVANTE
A Comissão de Assuntos Relevantes da Câmara segue prorrogando prazos para concluir os trabalhos. Nos corredores do Legislativo fala-se em ultrapassar 2018. A relevância deve ser mesmo relevante.
MAIS CARO
Os valores dos pedágios nas rodovias paulistas concedidas serão reajustados no dia 1º de julho. No momento, estão sendo realizados cálculos para definição do índice. Esse reajuste, com certeza, não vai ajudar o governador Márcio França que é candidato a governador.