Coluna do Correio

FRASE

“Democracia é a forma de governo em que o povo imagina estar no poder”. (Carlos Drummond de Andrade, poeta brasileiro)

‘OS EGOS’

Os comentários típicos de ano eleitoral circularam pela cidade nos últimos dias, dando conta de uma possível união entre o candidato a prefeito pelo PL (Chinão Ruiz) e o da Federação PT/PV (ex-prefeito Márcio Pampuri). Para que isso fosse minimamente possível, seria preciso que um dos dois abrisse mão da candidatura ao Palácio Tibiriçá e aceitasse, como prêmio de consolação, o posto de candidato a vice. E é justamente esse detalhe que faz aflorar, em ambos, o tal do ‘ego’, obstáculo intransponível em se tratando de políticos. Analistas garantem que, com ou sem ego, essa união é algo impensável.

MUDANÇAS

As primeiras listas elaboradas pelos partidos logo após encerrado o prazo de filiação e mudança de siglas, relativas às candidaturas a vereador, vão sofrer mudanças até a chegada das convenções, em julho. Os motivos são os mais díspares: dificuldades financeiras, excessivo número de adversários mais fortes e endinheirados, apadrinhados querendo a vaga e também os que vão ‘ver a ficha cair’, ou seja, que não têm cacife eleitoral para a empreitada.

NÃO SE MEXE

No futebol costuma-se dizer que ‘em time que está ganhando não se mexe’. Essa máxima vai ser levada ao pé da letra do pelo prefeito Aladim, na tentativa de reeleição. O vice, vai ser o fiel companheiro Wilson Sorriso. Muitos nomes, vez ou outra, são ventilados como possíveis integrantes da chapa majoritária, mas tudo não passa de balão de ensaio.

PENICO

As redes sociais, também conhecidas como ‘penico do mundo’, diante de tantos excrementos que difundem, já começaram a dar as caras. Fake news é a palavra de ordem. Quanto mais mentiras, mais os irresponsáveis acreditam levar vantagem. Neste País, em que o sucesso nas redes está diretamente ligado a fofocas de televisão, celebridades, sexo e mulheres peladas, as fake políticas geram os resultados esperados apenas nos incautos. E como esses incautos votam naqueles que os formadores de opinião indicam, o que sobra é um bate-boca de ‘matildes’ com duração máxima de 48 horas. Outro ponto: o que tem de gente se intitulando ‘jornalista’ na cidade é uma festa. Qualquer dono de blog ou inscrito no facebook, ou outras mídias, se qualifica como tal. Não sabem o básico da língua pátria.

MILAGRES

Ano eleitoral faz milagres, sobretudo nas agendas dominicais dos pré-candidatos em todos os municípios brasileiros. Em Mairiporã não é diferente, e mostra o quanto o voto religioso faz diferença. Gente que fora do ano eleitoral nunca foi vista dentro de um templo, seja ele de que religião for, agora se deixa fotografar de mãos unidas, de joelhos, olhos fechados e de profunda contrição. Como se fosse um ‘carola’ que não perde uma missa, um culto. Cinismo exacerbado.

BATER O PONTO

Também no futebol é comum ouvir que uma equipe, quando não tem chances de alcançar seus objetivos, apenas ‘cumpre tabela’. É mais ou menos isso o que se tem visto na Câmara Municipal. Alguns vereadores apenas batem o ponto obrigatório às terças-feiras, porém sem interesse na apresentação de propostas que falem de perto à população. Nas pautas, muito blá-blá-blá e uma enxurrada de honrarias (títulos de cidadania) sem nenhuma meritocracia. Os títulos, há mais de duas décadas, na visão estreita de boa parte dos parlamentares, é um instrumento capaz de cooptar votos. A maioria que usou desse expediente, ao longo da história, não se reelegeu.

CONGRESSO X GOVERNO

A cada dia que passa complica ainda mais a relação do Congresso Nacional com o governo do PT.  O Governo tem levado vantagem na disputa por atuação monocrática de juízes do STF contra leis aprovadas, o que agride frontalmente o Poder Legislativo, na opinião de senadores e deputados federais. A ação do ministro Zanin, que suspendeu na quinta-feira da semana passada trechos da lei sobre desoneração da folha de pagamento, jogou mais gasolina no incêndio.
Agora, a guerra política e jurídica entre os três poderes ficou mais acirrada e, como sempre acontece, o empresariado e profissionais liberais listados no benefício da desoneração, e por tabela  a população trabalhadora, ficam com a conta a ser paga, caso a decisão de Zanin seja mantida. O clima em Brasília, entre os Poderes da República, fica cada dia mais quente e a democracia, cantada em prosa e verso pelo presidente da República e seus ‘cumpanheros’, vai perdendo espaço. O que temos é a chamada ‘censura alexandrina’.

A FRASE

O presidente Lula, durante visita à Embraer, em São José dos Campos, na semana passada, disse a seguinte frase: “O Brasil será grande quando o trabalhador não precisar de Bolsa Família”. A questão neste caso, é simples: basta não destinar bilhões e bilhões de reais para partidos e políticos, que a geração de emprego e distribuição de renda serão mais justas.

MAIS VACINA

Além das vacinas obrigatórias para as crianças, como a poliomielite, e outras tantas para adultos, contra a gripe, a covid e agora a dengue, o Ministério da Saúde alertou esta semana sobre a necessidade de se tomar a dose contra a febre amarela. Ou seja, as autoridades seguem sem erradicar as doenças e submetendo a população a se entupir de vacinas. Privilegia-se a medicina curativa, em detrimento da preventiva. E já que o assunto é vacina, aquela recomendada contra a dengue ainda não deu as caras em Mairiporã.