Coluna do Correio

FRASE

“Há pessoas inteligentes que, à força de se deixarem adular, acabam estúpidas.” (Carlos Lacerda, político brasileiro)

NOTA 10

A edição deste ano do Carnavila merece todos os elogios. Organização perfeita, milhares de pessoas curtindo a festa mais popular do País, muita música e o tradicional desfile de blocos. Um verdadeiro Carnaval Família. Parabéns aos organizadores.

ELEITOR

Claro que num evento com milhares de pessoas, não faltaram aqueles que enxergaram apenas eleitores. Neste caso, candidatos e pré-candidatos a vereador. Muita conversa de pé de ouvido, muita resenha sobre política e, o cidadão que foi na festa para se divertir, teve que mostrar resiliência com os inoportunos.

CARGA TOTAL

Dos 13 vereadores, 12 apresentaram as repetitivas indicações na abertura do ano legislativo na terça-feira (6). Os temas foram os de sempre, considerados pela população como ‘perfumaria’, ou seja, nada de útil para a sociedade. Dos 12 com direito à carga total individual, ou seja, 3 trabalhos cada, somaram 33 indicações. Cinco deles, no entanto, também fizeram uso da ‘moção de apelo’, para completar o ‘serviço’. E como é regra no parlamento municipal, essa prática vai durar pelo menos até dias antes das eleições. Todo e qualquer pedido do cidadão vai se transformar em indicação, por mais absurda que possa ser. Ano eleitoral é, além de tudo, um reafirmar do ‘deserto de ideias’ que assola os nossos intrépidos e solertes edis.

NÃO MUDA

Mais dois levantamentos de opinião rodaram pela cidade na última semana e a coincidência dos resultados é impressionante. Embora esses trabalhos não tenham comprovação científica, é, segundo analistas, um indicativo do que pode acontecer depois de abertas as urnas. Voltando aos levantamentos, em ambos são 7 o número de vereadores que dificilmente vão conseguir a reeleição. Dentre os nomes, três com mais de um mandato no currículo. Isso não é novidade, pois há quatro pleitos que o eleitor renova mais da metade de seus ‘representantes’. De tanto mudar, a cada quatro anos, um dia é capaz de acertar.

RECORDE?

Nos meios políticos a conversa que rola solta é sobre a possibilidade do partido do prefeito Aladim, o PSD (sigla que ele vai anunciar quando da abertura da janela partidária), eleger quatro vereadores, o que seria recorde na história política de Mairiporã. Nenhuma legenda jamais alcançou essa marca. Mas para que isso ocorra, uma série de fatores terá que convergir para um mesmo lugar. E isso não é tarefa fácil.

DE VOLTA!

Depois de anos de ostracismo, aquele que já foi o maior partido político da história de Mairiporã está de volta. O MDB (Movimento Democrático Brasileiro) se reorganizou e já registrou na Justiça Eleitoral a nova nominata. A intenção, segundo os novos dirigentes, é disputar as eleições de outubro, com uma chapa completa de candidatos a vereador. Sobre a eleição para prefeito, o partido informa que vai apoiar Aladim à reeleição. O MDB, que já foi PMDB, durante mais de duas décadas foi comandado pela ex-vereadora Maria Zeza Gomes de Oliveira. Num determinado ano eleitoral, o partido se viu obrigado a requisitar as instalações da escola Hermelina Passarella, para realizar a convenção. Naquela oportunidade, mais de 5 mil filiados participaram.

DISPUTA (I)

O que se observa nos corredores da Câmara, é uma disputa entre vereadores para saber quem vai contar com o imprescindível apoio do prefeito Aladim nas eleições. O prefeito é quem vai perder o sossego com tantos edis na sua cola. Todos eles se julgam merecedores do apoio. Sem contar os novatos, que estão chegando aos partidos de apoio ao chefe do Executivo, também esperançosos do ‘empurrãozinho’ do alcaide. Briga de foice no escuro.

DISPUTA (II)

Outro ponto de disputa entre os parlamentares é sobre qual o rumo tomar durante a janela partidária, ou seja, o troca-troca permitido por lei sem que o vereador perca a cadeira. Como o número de candidatos foi reduzido pela Justiça Eleitoral, escolher a legenda que garanta a reeleição é o objeto de desejo da maioria.

FOLCLORE POLÍTICO

 NA LUA

Causos e estórias do folclore político brasileiro brotam como grama. Esta foi contada pelo jornalista Sebastião Nery, colecionador das muitas ‘pérolas’ produzidas pela classe política brasileira.

Um correligionário da cidade mineira de Bocaiúva fica meio “lelé da cuca” e aparece, sem eira nem beira, no gabinete do ministro da Fazenda do governo do presidente Juscelino Kubitschek, o doutor José Maria Alkmin, no Rio de Janeiro, onde lhe pede inusitada colaboração.

– Dr. Zé Maria, eu quero ir à lua e preciso da ajuda do senhor, diz o visitante.

– Isto não é problema, diz Alkmin, dando asas à imaginação do conterrâneo. Dou-lhe o apoio de ministro e correligionário. Existe um pequeno e contornável problema, que é de definição, e só depende do amigo. Alkmin continua: – Você sabe que há quatro luas: nova, crescente, minguante e cheia. Agora, compete a você escolher qual das luas o nobre amigo deseja visitar, pois o apoio está dado.

Diante de um atônito conterrâneo, o ministro levanta-se da poltrona, estende a mão para a despedida e afirma, olhando no fundo dos olhos do eleitor: – Me procure quando você definir!