FRASE
“O tempo não pára no porto, não apita na curva, não espera ninguém.” (Reginaldo Bessa, compositor brasileiro)
HORA DA MUDA
A política em Mairiporã parece estar obedecendo a máxima “passarinho em época da muda, não pia”. Na verdade, isso pode ser somente uma desculpa porque ninguém sabe para onde ir, além do grupo que está organizado, sob a liderança do prefeito Aladim.
SUCESSÃO
Em época pré-pandemia, faltando 11 meses para a eleição municipal, o eleitorado já sabia quem eram os pré-candidatos a prefeito e vice. Na primeira eleição durante a pandemia (2020), também. Agora, na primeira pós-pandemia, ninguém sabe nada, exceto que o prefeito Aladim disputará a reeleição. Outros nomes, segundo as ‘bocas malditas’, devem primeiro consultar pesquisas de opinião para saber se vão conseguir viabilizar as candidaturas.
ENXURRADA
Pelas conversas em rodas políticas por todo canto da cidade, a informação é de que o número de candidatos a vereador, cada vez mais crescente, vai provocar discussões, debates e até rompimentos dentro de muitos partidos. Com número limitado de vagas, imposta pela lei que passou a valer nas eleições de 2021, vai sobrar postulantes. E convenhamos, um ‘salarinho’ de R$ 12 mil/mês, que é quanto vai ganhar um vereador a partir de 2025, é sonho de consumo de 11 em cada 10 mairiporanenses.
DINHEIRO
O editorial deste semanário na última semana, foi apenas um aperitivo sobre a correria dos partidos em se fundirem, visando alcançar a cláusula de barreira não alcançada nas eleições do ano passado e, com isso, ter direito ao farto dinheiro do fundo partidário. Primeiro foram o histórico PTB e o Patriotas que agora, juntos, se chamam PRD (Partido da Renovação Democrática) e, já a caminho, a junção de Solidariedade, Podemos e outra sigla histórica, o PSB, cujos líderes estão em entendimento. Essa movimentação visa morder uma fatia do bolo bilionário (R$ 5 bilhões), com vistas às eleições do ano que vem.
FUSÃO
Em relação ao PSB, se de fato isso se concretizar, vai ter influência na Câmara Municipal, pois o partido tem dois vereadores. Ou vão aproveitar a oportunidade e se mudarem de mala e cuia a outras agremiações, ou continuam na nova sigla. Essa última alternativa é mais que improvável.
TABULEIRO
Os coordenadores dos partidos começam a movimentar o tabuleiro de xadrez que será a eleição do ano que vem. Acomodar bons nomes nas chapas de candidatos a vereador desde já se coloca como tarefa das mais ingratas. Dos 13 vereadores que foram eleitos em 2020, segundo informações de bastidores, três não vão em busca de um novo mandato. Sobraram 10 e 2 suplentes e um que assumiu o posto devido à cassação de um vereador. Essa acomodação nas siglas é que se tornou uma equação complicada, e que neste momento parece de difícil solução.
DEZEMBRO
Como era esperada, a votação do Projeto de Lei Orçamentária Anual (LOA), que estabelece o Orçamento do Município para 2024 deverá ser votado na primeira sessão de dezembro. A expectativa é que seja aprovado por unanimidade. Trata-se do maior orçamento da história político-administrativa da cidade.
SIMPLES ASSIM
Algumas decisões do Judiciário brasileiro são inacreditáveis. Para dizer o mínimo. Depois de condenado pelo Supremo Tribunal Federal a 10 anos e 2 meses de prisão, em 2020, o ex-deputado Paulinho da Força foi absolvido pelos mesmos ministros, na última segunda-feira (20). Sua condenação tinha se dado por envolvimento em esquema de desvio de valores em contratos de financiamento do BNDES. No recurso que resultou em sua liberdade, os advogados disseram que ‘não houve prejuízo ao banco’. Simples assim.
FOLCLORE POLÍTICO
A ESOTÉRICA
Consultar mães de santo, videntes, tarólogas, jogar búzios e ver o futuro na bola de cristal sempre fizeram parte da vida de candidatos em ano eleitoral, pois nessa hora qualquer ajuda é bem-vinda, venha de onde vier. Ainda assim, nunca se teve a confirmação de que as previsões feitas deram certo. Mas o que valia mesmo, até como fator psicológico, era o famoso “me engana que eu gosto”, pois todas as consultas tinham como resultado a vitória de quem estava pagando pelo serviço. É impensável um candidato procurar seitas, religiões e outras ajudas ‘divinas’, pagar e receber nas fuças a previsão de que não venceria as eleições.
Em 1992, dois candidatos a prefeito em Mairiporã procuraram a mesma mãe de santo para saber se seriam eleitos. A tal senhora, sempre consultada para as tradicionais previsões de final de ano, também era ‘craque’ em enxergar resultados eleitorais.
Claro que ambos, em dias diferentes, saíram da consulta com a certeza da vitória, afinal era uma visão além da compreensão dos mortais, a lhes confirmar o triunfo. Aberta as urnas, os dois amargaram a derrota, apesar de ter sido a votação mais acirrada da história política da cidade. Em nova consulta dias depois, a referida senhora foi questionada sobre o resultado, já que um terceiro nome acabou vitorioso. Rápida no gatilho, a esotérica bradou: “ganhou, mas ainda não tomou posse”.
Uma vez empossado e sabedor das previsões da mãe de santo, o eleito confidenciou a um repórter deste jornal: “Quero que essa madame vidente, farsante e rápida em enganar trouxas, vá para aquele lugar…”