Coluna do Correio

BOQUINHA (I)

A classe política não toma jeito. Na primeira oportunidade de viver do dinheiro público agarra-a com unhas e dentes. O ex-prefeito de Bragança, conhecido por Jango, não perdeu a chance e está no quadro de funcionários da Prefeitura de Mairiporã como assessor de Aiacyda. Pode não haver ilegalidade na nomeação, mas é uma imoralidade. Ex-prefeito de Bragança por dois mandatos, a pergunta é o que ele vem fazer em Mairiporã? Claro deve ter sido procurado por Aiacyda ou indicado por membros dos clubinhos partidários, no caso o PSDB, que socorrem os desempregados com nomeações em várias cidades. E como ele, há centenas ou milhares de casos semelhantes. É o ‘jeito’ Aiacyda de governar.

BOQUINHA (II)

De todos os prefeitos que passaram pelo Palácio Tibiriçá Aiacyda foi o que mais nomeou cabos eleitorais e correligionários em cargos de comissão, pagos com dinheiro suado do contribuinte. É coisa de centenas de cargos. Em seu primeiro mandato, por ação do Ministério Público, teve que dar um pé na bunda de muitos vagabundos que estavam nos quadros da Municipalidade. Depois disso, nem o Ministério Público se ocupa mais com essa situação.

BOQUINHA (III)

Se existe alguém interessado nessas nomeações absurdas, vai o recado: o número de comissionados pode aumentar ainda mais até o final deste ano, que é pré-eleitoral. Ano que vem não pode. Ou seja, ainda em 2019 a farra de nomeações vai garantir apoio aos políticos também conhecidos como ‘padrinhos’.

BOQUINHA (IV)

Diante desses descalabros, não é de se estranhar que a metade da cidade não pague o IPTU. Pagar para quê? Para financiar essa turba de sanguessugas que vive de carguinho público? Os dirigentes municipais sabem disso, mas preferem arrasar o erário a perder o ‘bem bom’ que a Prefeitura ainda consegue pagar.

OLHO VIVO

A Prefeitura abriu processo licitatório para contratar empresa que terá a missão de elaborar um novo projeto para futura reforma do Hospital Anjo Gabriel, cujo local poderá abrigar futuramente um Ambulatório Médico de Especialidades (AME). A próxima etapa, com certeza, será licitar a contratação de uma empresa para realizar a obra. Ou seja, um hospital novo que já precisa de reforma. É bom os segmentos organizados ficarem de olhos abertos, para que a ‘reforma’ não custe o mesmo que foi pago pela construção. Só para refrescar a memória: R$ 9 milhões. Em muitos casos ‘algumas reformas’ costumam custar bem mais que a obra como um todo. Apenas para avivar a memória: o Centro Educacional, que custaria coisa de R$ 3 milhões, já está em mais de R$ 6 milhões. Essa gente não precisa nem de Jesus Cristo para o ‘milagre da multiplicação dos pães’.

DIFÍCIL ENTENDER

Quando Márcio Pampuri assumiu a Prefeitura, assinou um contrato com a empresa responsável pela coleta de lixo que durou até o início deste ano. Ou seja, 6 anos e alguma coisa. Nesta semana, foi contratada outra empresa, mas para o período de um ano, tão somente. O pulo do gato vem agora: ‘renovável por mais cinco anos’. Quais os critérios que serão levados em conta para que a renovação ocorra? Com a palavra o alcaide!

CALADO!

O assessor, motorista e faz-tudo do atual governo, estridente desde a campanha eleitoral em 2016, está vivendo agora no mais absoluto silêncio. Mas para que isso ocorresse, o preço pago foi altíssimo: a demissão do filho do prefeito. Até quando vai ficar com a boca fechada, ninguém sabe.

50 MINUTOS

Os senhores vereadores debateram na sessão de terça-feira, 26, dois requerimentos em que um dos parlamentares cobrava resposta da Prefeitura sobre requerimentos anteriores que tratavam do mesmo assunto. Na falta de coisa melhor, discutiram se poderia ser apresentado um requerimento cobrando outro por mais de 50 minutos. Um festival de abobrinhas, de conversa mole, de confirmação cabal de que a maioria defende o prefeito com unhas e dentes. Ou seja, um tempo enorme para coisa alguma. Requerimentos e indicações são instrumentos semanalmente enviados ao Executivo, que de forma inequívoca deixa claro que nutre o mais profundo desprezo pelo Legislativo. Tanto é verdade que as respostas enviadas pela Prefeitura são padrões, seja qual for o assunto.

ADVOGADO DO DIABO

Mais uma vez, com gestos teatrais e um histrionismo ímpar, o vereador Gusto usou da tribuna da Câmara para um daqueles discursos ‘baba ovo’ em defesa do governo Aiacyda. Essa prática é comum desde que voltou à Câmara. O parlamentar não consegue enxergar a realidade que a população vivencia diariamente. Mas sabe muito bem como agir em relação a quem está na principal cadeira do Palácio Tibiriçá. Cest’ la Vie.