Coluna do Correio – 23/2/2018

FRASE
”A juventude é rápida nos sentimentos e fraca nos julgamentos.” (Homero, poeta épico da Grécia, autor dos poemas épicos ‘Iliada’ e ‘Odisseia’)

A PATERNIDADE
Pela notícia divulgada no dia 10 último sobre o programa Minha Casa Minha Vida, na Imprensa Oficial do Município, o prefeito Aiacyda está querendo pegar carona no projeto, como se ele tivesse alguma coisa com isso. Não tem nada! A Prefeitura apenas serviu de endereço para a inscrição das pessoas interessadas em comprar um apartamento através do programa, que é do governo federal, ainda dos tempos do PT. E as inscrições foram em 2016. Nada mais que isso. O dono do empreendimento, da iniciativa privada, e a Caixa Econômica Federal, que financiou, é que levaram o projeto adiante. Político tem mania de ser pai, mas só de filhos bonitos.

A ZONA…
Prefeito publicou justificativas sobre a necessidade de se terceirizar a Zona Azul que, em Mairiporã, com o perdão da má palavra, sempre foi uma zona. A promessa vem desde o ano passado. Se mudado o sistema, finalmente os talonários em papel serão aposentados. Isso resulta em dois benefícios: facilita a vida do cidadão e põe fim ao vexame que a Prefeitura tem passado, sem dinheiro para imprimir os talões. Será que agora vai?
O PARQUE
Por falar em terceirização, o prefeito prometeu no ano passado terceirizar o Parque Linear. Seu desejo acabou precipitando críticas pelas redes sociais, como se a intenção não fosse boa. É preciso terceirizar tudo aquilo que depende da administração pública. Os governos são incompetentes para administrar qualquer coisa. Seria bom para a cidade e para o povo ter não só o parque, mas também e principalmente a saúde terceirizada, o lixo, o transporte escolar, máquinas e equipamentos terceirizados. Se depender da Prefeitura e de seus parcos recursos (boa parte destinado a amigos e cabos eleitorais em cargos de comissão) a cidade anda para trás.
A DATA
Dentre as dezenas de datas inseridas no Calendário Oficial do Município, mais uma foi aprovada pela Câmara e sancionada pelo prefeito: Dia da Mulher Cristã Evangélica, a ser comemorada todo 28 de março. O autor da façanha é o vereador Pastor Cícero. É para essas performances legislativas que o povo paga os altos salários dos parlamentares municipais. É mais uma em meio a um mar de insensatez. Falta agora criar o Dia da Mulher Cristã Católica e o Dia da Mulher Cristã Espírita. Se os homens chiarem, também poderão brindados com essas datas comemorativas.
OS MILHÕES
A Prefeitura de Mairiporã tem mais de R$ 200 milhões a receber dos devedores inscritos na chamada ‘dívida ativa’. O montante cresce rapidamente a cada ano. Faltam ao governo municipal iniciativa, criatividade e incentivo para o que contribuinte pague. Não adianta show de prêmios. O devedor morre de rir do sorteio de televisão, liquidificador, batedeira e outros eletrodomésticos que todos já possuem. Também é preciso um estudo sério e feito por gente capacitada para identificar os motivos que levam ao não pagamento. Não se pode omitir que o cidadão está cansado de pagar e ver o seu suado dinheiro destinado para fins nada nobres, como o pagamento de ‘panelinhas’ instaladas no governo municipal em cargos de comissão.
A CALCULADORA
A Prefeitura de Mairiporã deixou para o último dia previsto em lei, 28 de fevereiro, a prestação de contas do terceiro quadrimestre do ano passado, que por tabela traz balanço do ano todo. Isso vai ser dar através de audiência pública na Câmara, às 10 horas. E que ninguém se espante: o plenário vai estar vazio, como sempre, exceção feita àqueles que, de ‘livre e espontânea vontade’ são convocados pelo prefeito e vereadores.
A FEIRA
A feira noturna das quintas-feiras, no Parque Linear, que começou atendendo aos propósitos à sua criação, está hoje desfigurada. Tem de tudo, menos aquilo que dela se espera.
BANCOS
Mais um projeto de lei votado pelos vereadores exige que agências bancárias cumpram o que foi aprovado. O autor, Ricardo Ruiz, quer que os bancos que não possuam estacionamento próprio providenciem vagas nos entornos. Em bom português o que o vereador pretende é que os bancos paguem para veículos de sua clientela estacionar em estabelecimentos do gênero. Mais uma lei para integrar o besteirol produzido pelo Legislativo. As agências não cumprem nenhuma legislação municipal. E olha que daquelas aprovadas, até o surgimento desta, nenhuma mexia no bolso dos bancos.
ÔNIBUS
O vereador Alexandre Boava, agora conhecido como ‘o que foi sem nunca ter sido’, referência ao convite e imediata recusa para ser administrador regional, cobrou do prefeito Aiacyda providências sobre a região do Marmelo, que faz divisa com Guarulhos. Segundo o edil, é uma empresa de ônibus guarulhense que atende aos moradores de toda aquela área, porém comunicou que vai acabar com a linha, a partir de março, por conta das condições da estrada. A população está temerosa de que fique sem transporte público. O vereador, além da moção endereçada a Aiacyda, pode e deve começar a rezar para que o comunicado da empresa de ônibus não se cumpra. A espera pela recuperação da estrada, através da Prefeitura de Mairiporã, pode levar séculos.
O FORO
Muito se fala em foro privilegiado e que ele deveria acabar para os políticos. A princípio a ideia é essa. Com mais atenção, no entanto, é melhor que o foro continue e os políticos julgados diretamente no Supremo. Se assim não for, os processos terão início em primeira instância, depois em segunda, nos tribunais do Estado, depois em terceira, no STJ e por fim chega onde? No Supremo. Esse caminho todo, com bons advogados e um trilhão de recursos, leva no mínimo 20 anos. Não seria melhor ir direto ao Supremo?
OS IMPOSTOS
Só num País como o Brasil, onde tudo é levado na base da galhofa, que certas situações perduram. Empresas comerciais, industriais, de serviços, de construção civil, de agropecuária, enfim, de todos os tipos, são obrigadas a pagar impostos e empréstimos feitos junto aos bancos (públicos e privados) e processadas na forma da lei. Menos os clubes de futebol. Estes devem bilhões aos cofres públicos e esfregam isso na cara da sociedade. E não pagam, beneficiadas por artifícios criados pela classe política. Os responsáveis pelas construções dos estádios que foram inaugurados para a Copa do Mundo de 2014 já deveriam estar na cadeia. Mas não, seguem dirigindo clubes e roubando o Estado. Sim, porque aqueles que usam dinheiro público e não pagam são ladrões.