Coluna do Correio

FRASE

“A diferença entre o Brasil e a República Checa é que a República Checa tem o governo em Praga e o Brasil tem essa praga no governo.” (Luís Fernando Veríssimo, escritor e humorista)

RETORNO

Depois de um mês de férias, os vereadores voltam às sessões plenárias na terça-feira (1º), abrindo o segundo semestre dos trabalhos legislativos. O foco maior deve ser o Orçamento do Município para 2024, que pode chegar a R$ 500 milhões. As férias dos parlamentares, chamadas de recesso, em Mairiporã ocorrem nos períodos de 15 a 31 de dezembro, 1º a 31 de janeiro e 1º a 31 de julho. No total, os senhores vereadores têm direito a 79 dias de férias por ano. Convenhamos que é com um emprego desses que todo cidadão sonha. Os mortais, por seu turno, têm apenas 20 dias de férias e o trabalhador, quando em situação financeira desfavorável, ainda negocia a venda de dez dias.

ELEIÇÕES

Com o início do último semestre deste ano pré-eleitoral, os vereadores começam a dar mais atenção a 2024. Todos devem se candidatar à reeleição. Essa é a tendência que se observa, confirmadas por conversas nos corredores da Câmara. Por outro lado, vão ter que mostrar muito mais do que fizeram até agora. O conceito dos senhores edis não é bom junto à opinião pública. Aliás, não é nada bom.

NOMES

Prática comum nas últimas três eleições municipais, alguns nomes começam a proliferar como pré-candidatos a prefeito. Na verdade, buscam apenas marcar posição para manter seus partidos em evidência e valorizar toda e qualquer negociação futura. Algumas reuniões já foram agendadas, mas apenas para fazer barulho e tentar espaço na mídia. Esse quadro deve permanecer até meados do ano que vem, um ou dois meses antes das convenções partidárias que definirão as chapas. Quem vai disputar uma das 13 cadeiras da Câmara, ou seja, candidato a vereador, precisa lembrar que os partidos não podem se coligar. Isso é permitido somente no pleito majoritário (prefeito), o que leva, obrigatoriamente, a um exercício sobre quem tem condições de se eleger, e quem vai ser apenas ‘escada’ para os nomes mais conhecidos.

ATRATIVO

Os subsídios de um vereador, a partir de janeiro de 2025, vão passar de R$ 9.713,83 para R$ 12.552,26, aumento de 22,7%, o que por si só é um atrativo para incentivar candidaturas. Ser um parlamentar no município é o sonho de consumo da maioria das pessoas.

LENTIDÃO

É preocupante a falta de interesse da população mairiporanense em relação às vacinas ofertadas pelo SUS. Os percentuais são baixíssimos, tanto para a imunização contra a gripe, quanto à bivalente da Pfizer, de combate ao Covid. No caso da gripe, todos os grupos prioritários estão distantes da meta proposta pelo Ministério da Saúde. A lembrar que a Secretaria Municipal tem feito a sua parte e enfatizado a necessidade de todos tomarem os imunizantes.

DINHEIRO

Os programas de incentivo ao empreendedorismo do Governo de São Paulo liberaram mais de R$ 395 milhões em crédito para micro, pequenas e médias empresas nos primeiros seis meses do ano. A Desenvolve SP emprestou R$ 273,1 milhões para 861 empresas por meio das mais de 30 linhas de crédito divididas entre agro, inovação, sustentabilidade, maquinário e equipamentos, capital de giro e Desenvolve Mulher, entre outros. O Banco do Povo Paulista, voltado para o microcrédito produtivo, financiou, no período, R$ 122,8 milhões por meio de diversos programas.

CANONIZAÇÃO

O caso do assassinato da ex-vereadora carioca Marielle Franco, merece ser investigado até que os culpados sejam punidos. Mas o ‘espetáculo’ em que está se transformando esse caso beira o exagero. Mais um pouco e alguém estará endereçando a Roma, um pedido para canonizar a ex-vereadora. Menos, muito menos!

FOLCLORE POLÍTICO
Voltamos a partir desta edição a contar as histórias e estórias da política mairiporanense, que fazem parte do folclore da cidade. A primeira a ser contada nos remete a uma constatação feita por um neófito que estreava em cargo eletivo.

– Reza a lenda que um desalentado prefeito de Mairiporã, logo em seu primeiro mandato, estava num daqueles dias nebulosos, de cabeça quente, quando decidiu se aconselhar com um amigo próximo para reclamar da equipe de governo que não funcionava. “O que o senhor acha dos seus assessores?” – indagou o amigo. E o prefeito: “A metade não é capaz de nada e a outra metade é capaz de tudo”. Nem o amigo encontrou solução.