Coluna do Correio 22/6/2018

FRASE
“Antipatias violentas são sempre suspeitas e trazem uma afinidade secreta.”
(William Hazlitt, escritor e ensaísta inglês)

THE END (I)
A música ‘Só Love’, que marcou a retomada da ‘amizade’ entre o prefeito Aiacyda e o vereador Gusto, logo após as eleições de 2016, não vai mais ser ouvida por ninguém. O relacionamento chegou ao fim e o vereador, durante a sessão legislativa de terça-feira, 19, renunciou à liderança do prefeito na Câmara. E logo em seguida, o agora oposicionista despejou uma tonelada de requerimentos pedindo informações ao governo municipal sobre inúmeros assuntos, em especial o montante de apadrinhados políticos dependurados em cargos comissionados.

THE END (II)
Os motivos que levaram ao rompimento entre ambos não foi dado a conhecimento público, porém os mais próximos ao gabinete do prefeito garantem que a briga foi séria. Também há quem jure de pés juntos que o motivo da desavença é impublicável.
THE END (III)
A relação entre o prefeito e o vereador nunca foi vista com bons olhos por ambos. Na verdade não foram amigos em tempo algum e o caldo engrossou de vez nas eleições de 2004, quando o então candidato a vice-prefeito, Gusto, disse coisas de Aiacyda que não se diz nem aos ladrões da Lava-Jato.
THE END (IV)
Quem conhece os meios políticos estranhou que prefeito e vereador conseguiram conviver amistosamente por mais de um ano. Verdade seja dita: essa aproximação entre ambos era mais falsa que nota de R$ 3.
OPOSIÇÃO
Por interesse de ambas as partes, prefeito e vereadores, até aqui, vivem pisando em ovos, inclusive por conta de apadrinhados e cabos eleitorais nomeados para o Paço. O rompimento do agora ex-líder, no entanto, pode reacender a chama oposicionista. Nessa conta, em tese, entrariam Valdeci América, Marcinho da Serra, Nill Dantas e Wilson Sorriso. Ou seja, 5 vereadores, o suficiente, por exemplo, para propor CEIs. Quem conhece essa tropa, não irá estranhar se na sessão da semana que vem, negarem veementemente qualquer tentativa de oposição. Fala-se, nos corredores do Paço, que o próximo líder do alcaide pode, inclusive, sair da lista citada.
DE SAÍDA? (I)
Outra da Câmara: comenta-se nos bastidores que o vereador Nill Dantas, do PV, vai se afastar por 30 ou 60 dias para se dedicar à sua campanha a deputado. O moço, aliás, não sabe bem o que quer. Num momento diz que é candidato, em outro diz que não. Difícil entender.
DE SAÍDA? (II)
Se confirmada a saída do parlamentar, quem assume é o primeiro suplente, Rafael Tadeu. Consultado pela coluna, Tadeu disse que ainda não foi informado de nada e se confirmada a saída de Nill, precisa analisar com calma se vale a pena assumir. A família, segundo se sabe, é contra sua volta ao parlamento.
SEGURANÇA
Alguns vereadores voltaram ao velho e surrado discurso sobre segurança na cidade na sessão de terça-feira, inclusive com a apresentação de moções de apelo. O povo tá cansado de conversa mole. Discursos deveriam ser substituídos por uma ida ao Palácio dos Bandeirantes e cobrar com firmeza uma ação efetiva do Estado. Mas cobrar de verdade e dar publicidade do que foi solicitado e a resposta do governador. Esperar que o prefeito se disponha a brigar por mudanças no setor é acreditar em Papai Noel. Com quase dez anos à frente da Prefeitura, foi justamente nesse período que a população passou a viver tempos de pesadelo.
ÁGUA
Nem no auge da crise hídrica, em 2014, a Sabesp admitia ou aceitava falar em racionamento. Deu no que deu. Agora, com a falta de chuva que perdura desde abril e com os reservatórios em queda, seria oportuno a concessionária se manifestar e a população economizar. Se a estiagem se prolongar por mais tempo, vai faltar água nas torneiras.
RANKING
Já que o assunto é água, Mairiporã não apareceu em nenhum dos quatro grupos do ranking da Abes (Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental) de Universalização do Saneamento, divulgado esta semana. Isso quer dizer que a cidade está muito longe do ideal quando se trata de abastecimento de água, coleta e tratamento de esgoto, coleta de lixo e destinação adequada de resíduos sólidos. Quase 2 mil municípios passaram a compor o ranking, e Mairiporã ficou entre as mais de 3 mil cidades que ficaram de fora.
CONTAS
O ex-prefeito Márcio Pampuri teve suas contas relativas ao ano de 2016 aprovadas pelo TCE (Tribunal de Contas do Estado), em decisão datada de 18 de abril último. Dessa forma, o ex-prefeito teve todas as suas contas aprovadas no período em que governou a cidade, entre 2013 e 2016.
COM QUEM?
Tudo se encaminha para que o ex-vereador Aladim coloque seu nome nas urnas para avaliação dos eleitores. Será candidato a deputado federal pelo PR. O que não está claro, ainda, por estratégia ou indefinição mesmo, é com quem ele irá dobrar, ou seja, quem será seu candidato a deputado estadual. Nos últimos tempos Aladim tem feito propaganda quase que diária do ex-prefeito de Franco da Rocha, o petista Maurici de Lima Moraes.
PESQUISA
Mais nova pesquisa (espontânea) feita pelo Ipespe para a XP Investimentos aponta que 65% dos eleitores ou pretende votar em branco ou nulo ou abster-se de ir às urnas em 7 de outubro. Quando entre os nomes dos pré-candidatos se inclui o ex-presidente Lula, o petista lidera com 29% das intenções contra 19% do deputado Jair Bolsonaro. Sem Lula, Bolsonaro lidera com 21%, seguido de Marina Silva 13% e Ciro Gomes 10%. Na pesquisa feita em maio Bolsonaro tinha 26%. O senador Álvaro Dias chega a 6% dependendo do cenário.
IGNORANTE
Pinçamos um trecho do artigo do jornalista e bacharel em filosofia, Hélio Schwartsman, publicado na Folha de S. Paulo no último final de semana, intitulado ‘Apesar do Eleitor’. Num dos trechos ele diz: “A cada vez mais extensa literatura que aponta as incoerências do eleitor mostra que ele não apenas é ignorante como também tem dificuldades para reter informações corretas que eventualmente receba”. Definição perfeita.
PIOROU
Divulgado pelos lulopetistas como maior programa habitacional da história do Brasil e uma das vitrines dos governos PT, o Minha Casa Minha Vida piorou as cidades, agravou as dificuldades de acesso à moradia entre os mais pobres e criou bairros especialmente vulneráveis ao crime organizado. A avaliação é de Ermínia Maricato, uma das mais experientes urbanistas do País e secretária executiva do Ministério das Cidades nos primeiros anos do governo Lula, antes da criação do programa, em 2009, informa a BBC Brasil. “Tivemos um movimento imenso de obras, mas quem o comandou e definiu onde se localizariam não foi o governo federal, e sim interesses de proprietários imobiliários, incorporadores e empreiteiras”, assinalou. A expectativa é que isso não se repita em Mairiporã.