COLUNA DO CORREIO

FRASE

“Mais afronta a mesura de um adulador, que a bofetada de um inimigo.” (Padre Antônio Vieira, religioso, filósofo, escritor e orador português)

 

BAIXA

Os últimos acontecimentos envolvendo o governo Aiacyda à frente da Prefeitura de Mairiporã fez sua primeira vítima: o filho do alcaide, Gleidyson Aiacyda, que ocupava a pasta de Obras e Serviços. Ele renunciou ao cargo e culpou as redes sociais. O anúncio foi feito dias depois da denúncia, feita na Câmara, pelo vereador Wilson Sorriso, de que a esposa dele se utilizava de carro chapa branca para uso pessoal. O agora ex-secretário também não era bem avaliado dentro e fora do governo pelo desempenho à frente da pasta. A saída foi uma decisão sensata. Não havia mais clima.

DEMISSÃO

O motorista que atendeu a nora do prefeito tentou se explicar nas redes sociais, assumindo a culpa. Certas pessoas fazem o impossível para não perder a boquinha. Até a submissão absoluta. Disse que não tinha conhecimento da lei. Deveria ter, pois diz a Constituição que ‘a ninguém é dado o direito de desconhecer a lei’. E com anos de servidão a políticos, essa desculpa é papo furado. Agora, dizer que encontrou a nora em meio ao caminho e lhe deu carona é achar que o povo é idiota. O bajulador não foi bem instruído para tentar se salvar e, de quebra, a nora. A esta altura, o mínimo que se espera é a sua demissão sumária.

ESTRATÉGIA

Com a saída de seu filho do cargo, uma das estratégias do prefeito em relação ao processo sucessório em 2020 fez água. A ideia de lançar o filho como candidato a prefeito foi enterrada e agora o alcaide só tem uma saída: ir à reeleição, mesmo com um governo em crise e sem apoio popular.

COMEMORAÇÃO

Tem vereador (inclusive da base do prefeito) dando pulos de alegria com o episódio da renúncia. O sonho de ser escolhido como candidato do governo nas próximas eleições ficou mais próximo da realidade.

PRÓPRIO VENENO

O prefeito Antônio Aiacyda experimenta do próprio veneno. Durante o governo de seu antecessor, meia-dúzia de desocupados que depois se transformaram em candidatos a vereador pelos partidos que apoiaram o burgomestre, e depois conseguiram uma boquinha na Prefeitura, infernizaram Márcio Pampuri pelas redes sociais, as mesmas que, pelo visto, atormentam o clã Aiacyda. Se o prefeito não conhecia, agora já sabe que existe a ‘lei do retorno’, que para felicidade geral na Nação não precisou passar pela Câmara.

‘LURDINHA’

Nos anos 1950 o deputado Tenório Cavalcanti, do Rio de Janeiro, ficou famoso por andar sempre de capa e sob ela uma metralhadora, a quem deu o nome de ‘Lurdinha’. Não é o caso do burgomestre Aiacyda, porém ele também recorre à Lurdinha quando a coisa aperta na Secretaria de Obras. A Lurdinha, neste caso, é uma eficiente funcionária de carreira que agora substitui o filho do alcaide, que renunciou.

COTADOS

Com o imbróglio envolvendo o prefeito, muitos nomes que apareciam como cotados para concorrer no ano que vem ganharam ânimo novo. Dos nomes que a coluna mencionou na semana passada, o que vem ganhando corpo entre a população é o do major Paulo Sérgio da Silva, que na opinião de analistas políticos é o que há de novo na cidade. Da classe política, todos são conhecidos de outros carnavais. O nome do major foi bem recebido pela sociedade.

POSTURA

Os bastidores da política andam mais agitados do que parece e no Paço Municipal não é diferente. O clima anda conturbado e uma das saídas que o prefeito pode escolher é parar com as demonstrações de arrogância, não recomendadas pela ética, respeito e convivência urbanística.

DESEMBARQUE (I)

Com ou sem crise na administração municipal a conversa nos corredores da Câmara é que já no segundo semestre vereadores comecem a desembarcar do governo. E como pouco rato em navio é bobagem, de se verificar que os ‘parceiros de ocasião’ serão os primeiros a procurarem pelo bote salva vida.

DESEMBARQUE (II)

De acordo com pelo menos três vereadores, o desembarque será a principal condição para que o quadro-partidário mude para as eleições do próximo ano, a primeira sem direito a coligação, um complicador aos que buscam a reeleição. O que parecia uma situação cômoda, agora já se mostra condição precípua para o futuro dos parlamentares.

DIFICULDADES

Alguns experientes analistas, ex-prefeitos e ex-vereadores, são unânimes em dizer que os atuais ocupantes da Câmara terão enormes dificuldades em se reeleger. Segundo eles, ‘o povo está de saco cheio dessa gente e aprendeu a fingir que não vê o que eles dizem fazer como seu ‘representante’. O troco vai ser dado nas urnas. Se isso se confirmar, vai ter muita gente procurando emprego em 2021.

NINGUÉM

Algumas câmaras municipais por todo o Brasil, certamente de olho nestes novos tempos, resolveram revogar títulos de cidadania concedidos a políticos e pessoas que não foram escolhidos por mérito, mas por pura politicagem. Esperar semelhante posicionamento em Mairiporã, onde a distribuição do pergaminho segue farta e sem qualquer meritocracia, é acreditar em Papai Noel. Mas se tal ocorresse, não sobraria ninguém, talvez uma dezena.