Coluna do Correio 19/5/2017

FRASE
“Os verdadeiros analfabetos são os que aprenderam a ler e não leem.” (Mario Quintana, poeta brasileiro)

PRESSÃO
Em obediência ao que reza a cartilha do Executivo, os vereadores pressionaram o companheiro Wilson Sorriso (PSC), na semana passada, inclusive com veladas ameaças de cassação (como se isso fosse possível), por conta do comportamento do edil em relação ao governo do município. O estopim foi a cobrança feita sobre o absurdo episódio do transporte de cestas básicas através de caminhão de coleta seletiva de lixo. Isto quer dizer, na prática, que o vereador que se aventurar pela oposição corre o risco de ser defenestrado. Os senhores vereadores não têm nada de mais importante a fazer pela cidade?

DÍZIMO
Um vereador do PSC da Câmara de Jacareí foi acusado de cobrar ‘dízimo’ de seus assessores. A denúncia partiu de um colega de trabalho. Essa cobrança não é novidade. Assessor que pretende uma ‘boquinha’ no Legislativo tem que pagar pedágio. A maioria dos vereadores espalhados País afora usa desse expediente para aumentar seus ganhos e deixar os assessores cada vez mais dependentes do cargo. Por aqui, essa prática é antiga. Em legislaturas anteriores, se viu e ouviu falar do assunto.
CORREIOS
Durante os quatro anos da gestão Pampuri, um de seus fieis escudeiros, Marcinho da Serra, cobrou a instalação de uma agência dos Correios em Terra Preta. Nada conseguiu. E pior, o presidente dos Correios é seu amigo particular e Marcinho trabalhou em favor dele durante duas eleições para a Câmara dos Deputados. O vereador voltou ao assunto na sessão de terça-feira. Filme velho.
CADÊ?
O mesmo vereador, que é presidente do PSD, ao falar sobre loteamentos irregulares na cidade, que surgem aos borbotões, fez uma pergunta direta, sem rodeios: “Cadê o Ministério Público?”. Com a palavra, os senhores promotores de Justiça.
ROLIMÃ
Da série ‘leis da gravidade’. O vereador Chinão Ruiz teve aprovada na terça-feira desta semana, a inclusão no Calendário Oficial do Município, do evento “Corrida de Carrinhos de Rolimã”.
PRORROGOU
Os vereadores votaram na sessão de terça-feira, 16, a prorrogação do prazo de funcionamento da “Comissão de Assuntos Relevantes”. Desde a instalação do Parlamento Municipal, lá em 1949, se ouve falar na tal comissão, que em 95% dos casos trata de assuntos nada relevantes.
EMENTA
Por comodidade, os projetos levados a plenário só tem lidas as suas ementas. Na maioria das vezes incompreensível para quem assiste aos trabalhos legislativos. É preciso acabar com isso. É obrigação dos vereadores, enquanto representantes do povo, ler os projetos integralmente, para que se saiba o que está sendo proposto e será votado. Essa zona de conforto dos edis é inaceitável.
ASSISTENCIALISMO
Os políticos assistencialistas continuem firmes e fortes. Não raro rondam postos de saúde como abutres na tentativa de furar fila de atendimento em favor de seus correligionários, em detrimento do paciente que aguarda, não raramente, há meses e até anos. Na sua ordem cronológica natural ficariam sem seu principal condão de votos. E os pacientes continuam sem saber efetivamente, ou pelo menos acompanhar, quando será atendido sem ninguém passar à sua frente. Esses políticos, boa parcela com cargo eletivo, praticamente sobrevivem nas urnas ajudando seus amigos do fim da fila e sacaneando aqueles que estão no aguardo regular de sua vez, e lenhando na desgraça da doença, ajudando de forma desleal e injusta uns e prejudicando a maioria. De forma injusta sim, porque esses casos de fura-fila certamente não são urgentes, porque nos emergenciais já recebem tratamento diferenciado e justo.
MUDOU PRA QUÊ?
A nova composição da Câmara ainda não deu sinais de ser diferente das legislaturas anteriores. O comportamento de alguns continua hilário. Além da discussão sobre propostas inócuas e muitos ‘vivas e parabéns’ aos colegas de parlamento, nada de importante é apresentado. Todos os assuntos levados à discussão já foram alvo de legislaturas anteriores e nada se resolveu nos últimos anos. Tem sido uma espécie de sessão comédia. Até foi sugerido que as sessões da Câmara passem a ser tratadas como sessão da tarde, alusão ao programa vespertino da Globo, onde o telespectador assiste sempre mais do mesmo.
SEM PUBLICIDADE
As ações do Ministério Público (MP) junto à Câmara de Vereadores no ano passado (duas intervenções), uma delas bem ao estilo da ‘Lava Jato’, continuam misteriosas para a população. Ninguém fala nada, se ouve menos ainda e há quem diga que tudo é segredo de Justiça. Não são vereadores? Não foram eleitos pelo povo? Não recebem altos salários com o dinheiro do contribuinte? Então toda a sociedade mairiporanense deveria ser informada do que aconteceu com as ‘visitas’ realizadas pelo MP em 2016.
NEPOTISMO
Várias decisões judiciais tiraram dos cargos, em dezenas de cidades, os parentes nomeados pelos prefeitos, em atenção a pedidos dos representantes do Ministério Público. Em Francisco Morato a parentada teve que sair e devolver o que foi recebido enquanto estiveram nos cargos. Em Mairiporã parece que o entendimento foi outro e os parentes continuam. Pergunta: ‘Pau que bate em Chico não bate em Francisco?”
SELETIVA
Depois do escândalo em que um caminhão de coleta seletiva de lixo transportou cestas básicas destinadas aos servidores municipais, nada mais foi dito sobre o assunto. O prefeito simplesmente foge dessa conversa. Sobre a instalação de inquérito administrativo, o fato não foi dado a conhecimento público. Teria o prefeito aproveitado o termo ‘seletivo’ e faz uso dele para assuntos que deveriam ter transparência? Quem foi o responsável por essa ação?
DESCRÉDITO
Pessoas que até outro dia estavam a bordo da nau tucana, desceram assim que ‘o comandante’ tomou posse para comandar o Palácio Tibiriçá. E gente que anos a fio defendia o tucano-chefe com unhas e dentes. Se as eleições fossem hoje, segundo eles, o prefeito não teria 10 mil votos. O descrédito é muito grande e as ações tomadas nos poucos mais de 100 dias, contribuíram para isso. Ainda de acordo com os tucanos que se sentiram traídos, dificilmente haverá dinheiro, tempo e espaço para mudar a situação criada.
ZONA AZUL
Decisão judicial confirma que veículos roubados ou danificados em área de Zona Azul, dão aos proprietários o direito de indenização. Como há cobrança durante o estacionamento em áreas específicas, é responsabilidade da Prefeitura eventuais danos ocorridos. A decisão foi da 1ª Câmara de Direito Civil do Tribunal de Justiça de São Paulo. Agora, já existe jurisprudência. Independentemente do seguro particular, as prefeituras podem ser executadas.
CANDIDATO
Agora trabalhando no Cimbaju, o ex-vereador Aladim reafirmou seu compromisso de disputar uma vaga de deputado por Mairiporã e fazer com que o município tenha, pela primeira vez, de fato e de direito, um representante a defender seus interesses.