Coluna do Correio 19/1/2018

FRASE
“Político é o indivíduo que pensa uma coisa, diz outra e faz o contrário. Aquele que quando se elege, assume dois compromissos: um com ele mesmo e outro com o povo. O primeiro ele cumpre.” (José Cavalcanti, filósofo de Patos, na Paraíba)

EMERGÊNCIA (I)
O prefeito assinou decreto no último dia 2, mas que só foi publicado na Imprensa Oficial na edição de 13 de janeiro, medida que estabelece ‘situação excepcional de calamidade e emergência na saúde pública’. Tem relação com o surto de febre amarela na cidade. A decisão do prefeito é discutível. Seria necessário classificar o problema como situação de calamidade e emergência? O que já foi feito pela Municipalidade estava dentro daquilo que compete ao governo fazer. E fez bem, é preciso reconhecer.

EMERGÊNCIA (II)
A contratação de mais pessoas e empresas especializadas não vai mudar nada se a população não fizer a sua parte. Pode, com certeza, acarretar mais gastos já ‘combalidos’ cofres da Prefeitura.
EMERGÊNCIA (III)
A Secretaria da Saúde decidiu que não vai ofertar a vacina contra a febre amarela a quem não apresentar o cartão municipal de saúde ou mesmo o carnê do IPTU, formas de comprovar residência no município. Segundo a pasta, filas enormes se formam diariamente nos locais de vacinação, porém a maioria é formada de pessoas que não moram em Mairiporã. A medida é coerente.
SECRETÁRIOS (I)
Como nos mandatos anteriores, o prefeito Aiacyda faz um troca-troca de secretários na área da Saúde que parece ser marca registrada. Em menos de um ano o setor já está em seu terceiro titular e ninguém garante que será o último.
SECRETÁRIOS (II)
Ainda não foi publicada na Imprensa Oficial a criação de uma nova secretaria para acomodar politicamente a base de sustentação do prefeito. A nova vai ter como titular Alexandre Boava, cuja cadeira vai passar para Fernando Rachas, que a perdeu por decisão da Justiça Eleitoral para Pastor Cícero. Em se tratando de vereador não é difícil imaginar os arranjos que foram feitos para que a base governista fique revigorada, mesmo com a baixa popularidade. O que vale é o acerto político e os privilégios dele advindo. Um eleitor de Boava, ao tomar conhecimento do acordo, foi enfático: “Até tu, Boava”.
SECRETÁRIOS (IV)
O vereador Boava tem que estar atento à história política da cidade. Nenhum vereador que assumiu secretaria conseguiu a reeleição. Os últimos a experimentar o gosto amargo da troca foram Osvaldo Pisaneschi e Glauco Costa.
CARNAVAL
Embora o prefeito insista em dizer por toda a cidade aquela velha ladainha de que a administração não tem dinheiro, foi publicada na Imprensa Oficial a contratação de empresa para locação de trio elétrico para animar o Carnaval 2018. A escolha vai ser no dia 25 próximo.
MATAGAL
Por toda a cidade há mato. Não existe um bairro que não apresente a vegetação farta, verdadeiro criadouro de insetos e animais peçonhentos. É preciso dar atenção ao problema e não transformar a febre amarela em extensa novela. Nesse particular a Prefeitura já fez o que deveria, com a vacinação em massa. Agora é hora de acabar com criadouros do mosquito transmissor da dengue e outras doenças.
MÁFIA
O Ministério Público de São Paulo denunciou o deputado Fernando Capez (PSDB) por crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro em investigação iniciada em 2016 contra desvios no fornecimento de merenda escolar. A denúncia foi feita ao Tribunal de Justiça do Estado pelo procurador Gianpaolo Smanio. É cobrada a importância de R$ 2,2 milhões, que equivale ao dobro da propina que teria sido destinada ao parlamentar. Registre-se que o deputado Capez foi o segundo mais votado em Mairiporã nas eleições de 2014, com apoio do atual prefeito. Também não se deve esquecer que Aiacyda fez parte, como funcionário, do gabinete do deputado em 2015.
CARTILHA
A Advocacia-Geral da União (AGU) divulgou cartilha com informações sobre os direitos e as normas que devem orientar a atuação dos agentes públicos nas eleições deste ano. O objetivo é evitar a prática de atos ilícitos por agentes públicos, candidatos ou não, e impedir o uso da máquina pública em favor de alguma candidatura. A cartilha traz orientações específicas sobre condutas vedadas pela legislação eleitoral, além de definir a melhor conduta ética a ser adotada durante o período eleitoral. O guia tem 60 páginas.