Coluna do Correio 16/3/2017

FRASE
“Pelos buracos da cidade se conhece o prefeito e os vereadores.” (Frase de para-choque de um caminhão)

GESTÃO
Quando há interesse por parte de prefeitos, o setor da Saúde pode funcionar muito bem e sem ‘sangrar’ os cofres públicos. A cidade de Sorocaba, por exemplo, conseguiu que as chamadas OS (Organizações Sociais) ficassem responsáveis por boa parte dos atendimentos de saúde pública. Segundo definição corrente no meio jurídico, as OS são entidades privadas com personalidade jurídica própria e sem fins lucrativos que recebem subvenção do Estado para prestar serviços de relevante interesse público. O que impede o prefeito tucano de Mairiporã de conseguir esse convênio junto ao seu amigo e, por acaso, governador de São Paulo, Geraldo Alckmin?

ESTRANHAS
Mesmo com todos os problemas enfrentados pela população, principalmente o abandono a que foi submetido o novo hospital, percebe-se que os 13 vereadores estão silentes. Alguns preocupados apenas em praticar o assistencialismo e outros na concessão de ‘honrarias’, ou seja, funções estranhas às de vereador, que deveria ser a de representante do povo e fiscal do poder Executivo.
CONVIVÊNCIA
Na Câmara, apesar de alguns gestos discretos de boa convivência, o clima é muito ruim. Fonte ouvida pela coluna menciona que alguns vereadores transparecem “ódio” pelos demais colegas – em intensidade acentuada aos mais veteranos.
ASSUSTADOS
Quem não tem o hábito pouco saudável de assistir às sessões legislativas de Mairiporã, quando o faz, deve se assustar com o que vê e ouve.
BOQUINHA
Depois de perder a cadeira de vereador ficou a dúvida em alguns segmentos políticos: o prefeito não arrumou uma ‘boquinha’ para o suplente Fernando Rachas Ribeiro? Se ainda não, é um ato de pura ingratidão do alcaide, afinal, durante o tempo em que ele esteve no Legislativo fez a lição de casa direitinho.
CORREIOS
Três anos e três meses, agora em março, é o tempo que a população de Terra Preta está à espera do posto dos Correios no distrito, promessa do vereador Márcio de Oliveira. O que lá havia foi fechado pelo atual prefeito durante seu segundo mandato. Desde então, só promessas. Os vereadores eleitos pelo distrito nem promessa fazem nesse sentido, tamanho o desinteresse.
CONGRESSO
O ‘concorridíssimo’ Congresso Estadual dos Municípios neste ano certamente vai ser mais político-eleitoreiro do que qualquer outra coisa. É assim em ano eleitoral. Também pouco atrativo para os vereadores, porque será realizado em Santos, bem pertinho. Considerável parcela de legisladores prefere o turismo que faz diariamente em seus parlamentos.
CONCURSADOS
A Imprensa Oficial do município tem publicado, com muita constância, termos de desistências de aprovados em concurso público. Há áreas em que a convocação para preenchimento do cargo está acima da 100ª colocação e mesmo assim não há interessados. Nem mesmo estagiários aceitam o chamado da Prefeitura. Com os salários oferecidos, não chega a ser novidade. Uma vergonha!
SALÁRIOS
Foi-se o tempo em que os prefeitos concediam aumentos salariais dignos aos servidores. O último a fazer isso foi Sarkis Tellian, durante sua gestão de 1993 a 1996. Depois disso, só conversa mole e perdas salariais. De todos os que ocuparam o cargo depois dele, Aiacyda foi o pior. Nunca deu aumento real e faz cair à metade os reajustes inflacionários. Os funcionários que votaram no atual prefeito devem enfiar a viola no saco. E não podem alegar que não o conheciam.
ACÓRDÃOS
Em várias cidades as prefeituras não só necessitam renomear os cargos em comissão, por meio de lei, como os comissionados que estão ‘pendurados’ nas gordas tetas do erário, inclusive os que estão fazendo faculdade, terão de deixar os cargos assim que os acórdãos forem publicados. Em Mairiporã o Ministério Público não se debruçou sobre a questão, que é bem mais complicada, porque parte daqueles que foram nomeados em cargo de comissão nunca ouviu falar em escola, muito menos em ensino superior. Mas estão todos lá, com gordos salários à custa do contribuinte.
DESENCONTRO
As sessões presididas pelo vereador Marco Antônio têm sido marcadas por erros e desencontros na leitura de projetos, dentre outros pontos. Ou a assessoria do prefeito escreve o roteiro bem didaticamente, para que o presidente entenda, ou então esse desencontro vai longe. Na semana retrasada quase houve um embate mais sério entre o presidente e o primeiro secretário sobre a leitura de um projeto. O presidente pedia o de número 53, e o secretário dizia que era 55.
CALMARIA
O eleitor de Mairiporã vive tempos de calmaria. Mas é bom não se empolgar. Logo os vereadores vão aparecer trazendo a tiracolo candidatos a deputado e, na maior cara de pau, pedir seu voto. Se não deixá-los passar da porta, melhor, economizará o cafezinho.
DE SAÍDA
A expectativa já é grande dentre os tucanos de todo o Estado (Mairiporã no pacote) pelos últimos dias do governador Geraldo Alckmin à frente do Palácio dos Bandeirantes. Entre o fim deste mês e o começo de abril, ele deixa o posto. Quem assume é o vice Márcio França (PSB), que certamente não vai atender pedidos do PSDB, pois ele é candidato a governador e Alckmin sinalizou que não vai apoiá-lo.
JANELA
O Tribunal Superior Eleitoral esclareceu na sessão administrativa de anteontem que a “janela partidária” só vale para deputados estaduais e federais que estejam no término do mandato. Segundo o TSE, não vale para vereadores, prefeitos e governadores que se desfiliem para concorrer nas eleições deste ano. Neste caso, os que mudarem de partido serão enquadrados na Lei da Fidelidade Partidária.
BRASIL
Pobre País: primeiro a Copa do Mundo de Futebol e depois as eleições presidenciais. Que Deus nos ajude!