Coluna do Correio 15/9/2017

FRASE
“Em alguns botequins da cidade se resolvem mais problemas que na administração pública.” (Saint-Clair Mello, pensador brasileiro)

SEM B.O.
As estatísticas sobre a criminalidade sofrem de uma falha que pode induzir à falsa interpretação de seus resultados. Isto é, muitas vítimas deixam de registrar boletim de ocorrência por não acreditar que seu caso seja investigado, por receio de exposição pública ou outros motivos. Isso quer dizer que o número de furtos e roubos não entra nas estatísticas e pode causar a sensação de que a criminalidade está diminuindo.

MISSÃO INGRATA (I)
A decisão de cobrar impostos atrasados enviando a dívida ao Cartório de Protesto constrange os vereadores. A cobrança por parte do contribuinte é grande e espera que os ‘representantes do povo’ consigam oferecer outra opção ao Executivo para receber o que é devido.
MISSÃO INGRATA (II)
A estratégia será ensaiar certa indignação com a Prefeitura, com a finalidade de demonstrar apoio ao contribuinte. O que vai resultar de tudo isso é, sem dúvida, o baixíssimo poder de interlocução da Câmara nas decisões administrativas. Em bom português: troca de interesses impede que os vereadores batam de frente com o prefeito.
MISSÃO INGRATA (III)
Como o prefeito não tem contato diário com o contribuinte, a cobrança direta, com direito a insultos, será feita ao vereador, que diariamente anda pela cidade. Missão mais que ingrata.
ANIVERSÁRIO (I)
O Centro Educacional vai comemorar um ano (não se sabe se com direito a bolo) de interdição, que obrigou a Secretaria da Educação a alugar um prédio particular para tocar o serviço. Aluguel pago com dinheiro público, é claro. Um ano inteiro se passou e nada foi feito para recuperar aquele próprio municipal, nem explicações foram dadas para o que ocorreu. Afinal, o que vai ser feito daquele prédio? Vai se transformar em outros tantos prédios públicos que acabaram deteriorados pelo tempo e que consumiram uma fortuna do suado dinheiro do contribuinte?
ANIVERSÁRIO (II)
Mais dois meses e o Hospital Anjo Gabriel vai comemorar também seu primeiro aniversário sem nunca ter entrado em operação. Funcionou durante um período como depósito da Prefeitura para amontar quinquilharias. E dizer que custou R$ 9 milhões do Governo do Estado.
MISTÉRIO
Dizem por aí que existem ações no Judiciário local sobre os dois prédios. Mas tudo envolto em mistério com direito à clássica explicação de que ‘correm em segredo de justiça’.
SILÊNCIO
A para atualizar a carteira de vacinação em Mairiporã não mereceu, da Secretaria da Saúde, nenhuma informação oficial, nenhuma divulgação que merecesse a atenção do público a que se destina. Começou no dia 11 e vai terminar no dia 22. Nem mesmo no site oficial da Prefeitura (até anteontem), saiu qualquer chamamento da população para vacinar crianças e adolescentes até os 15 anos de idade. Em contrapartida, está lá, no site, a notícia sobre o início da vacinação de cães e gatos.
INFANTIL
No último ano de seu governo o prefeito Márcio Pampuri se redimiu, até certo ponto, os números escabrosos da mortalidade infantil no município, durante sua gestão. Fechou 2016 com a taxa de 11,8 mortos por mil nascidos vivos. No ano anterior essa taxa era de 16,3 e em 2014 de escandalosos 17,9 mortos por mil nascidos vivos. Resta torcer para que esses números não voltem a subir.
NO SITE
Finalmente, depois de cobrança feita por este jornal, a presidência da Câmara autorizou a divulgação dos gastos com combustíveis pelos veículos que servem ao gabinete. Mas apenas de um deles. Os outros dois, que servem à secretaria e aos demais vereadores, seguem sem nenhum tipo de informação. Pelos números publicados, os gastos apenas com o carro do presidente, de janeiro a agosto, somaram R$ 865,40, montante até razoável.
FOLCLORE
Semana retrasada iniciamos a publicação de histórias do folclore político, contadas por diversos jornalistas. E semanalmente vamos levá-las ao leitor, inclusive histórias do folclore político local. A desta semana foi contada pelo jornalista e pioneiro do marketing político, Gaudêncio Torquarto, em suas ‘Porandubas’ (narrativa de fatos históricos, história, conto, notícia, narrativa, causo, palavra oriunda do Tupi).
“Padre Aneiko, deputado estadual pelo PDC, vinha do Paraguai e, na fronteira de Foz do Iguaçu encontrou duas amigas que lhe pediram para passar uns perfumes de contrabando. Ele os arrumou no cinturão, sob a batina. Ao chegar à Alfândega, o fiscal pergunta: ‘Alguma mercadoria, padre?’ E ele: ‘Não!’ O fiscal: ‘E embaixo da batina?’ Ele responde: ‘O que tem aqui embaixo é dessas moças. O senhor quer ver?’ O fiscal não quis.”