Coluna do Correio 14/7/2017

FRASE
“A moral dos políticos é como elevador: sobe e desce. Mas em geral enguiça por falta de energia, ou então não funciona definitivamente, deixando desesperados os infelizes que confiam nele.” (Apparício Torelly, o Barão de Itararé)

UNIÃO (I)
A união não só faz a força, nem açúcar, mas também a diferença. Já dissemos e escrevemos centenas de vezes que cidades com representação na Assembleia Legislativa conseguem benefícios e recursos. Mairiporã tem sido vítima da desunião de seus grupos políticos e de colocar interesses pessoais acima do coletivo. Um novo exemplo foi dado esta semana, agora na cidade de Bauru. A união entre prefeito, vereadores e deputados que representam a cidade resultou na conquista de um curso de medicina e a construção de um novo prédio para abrigar o Fórum. Precisa falar mais? No caso do Fórum, o de Mairiporã vai completar 50 anos em 2019, sem nunca ter passado por uma reforma ou ampliação. O prédio mantém a sua construção original, com instalações acanhadas e sem possibilidade de oferecer condições ideais de trabalho.

UNIÃO (II)
Mesmo assim, nossas autoridades brincam de fazer política e nenhum esforço é feito no sentido de pelo menos ampliar as atuais instalações do Poder Judiciário. Como devem ter recebido a ‘paga de campanha’ lá atrás, não podem cobrar os deputados paraquedistas que ajudaram a eleger em 2014. Os vizinhos progridem, mas Mairiporã patina na ignorância e incompetência de seus governantes.
FÉRIAS
Enquanto na maioria das cidades vizinhas os vereadores trabalharam durante o mês de julho, em Mairiporã os senhores parlamentares estão em recesso. É só aqui que vereadores têm praticamente 90 dias de férias remuneradas. A paralisação ocorre em julho, quinze dias em dezembro e todo o mês de janeiro. Enquanto gozam do ‘dolce far niente’, o trabalhador que não é político se vê na obrigação de vender 10 dias de seus 30 a que tem direito, para não passar necessidades.
CONFIGURAÇÃO
Será perda de tempo apostar que na volta dos vereadores aos trabalhos legislativos em agosto a Câmara terá alguma mudança em sua configuração. O modelo vai ser o mesmo do primeiro semestre, ou seja, 13 pacatos e obedientes parlamentares aliados ao prefeito. Um ou dois ainda criticam o chefe do Executivo, mas não têm coragem de ir além.
CRÍTICOS
O prefeito Antônio Aiacyda sequer imaginaria, do alto de seus 23 mil votos, que sua situação política, perante a opinião pública, seria tão delicada passados seis meses de sua posse. Há quem jure, de pés juntos, que se a eleição fosse hoje ele não conquistaria 10 mil votos. A isso, some-se outra questão delicada: antigos apoiadores se tornaram críticos ferrenhos.
IMPENSÁVEL
Funcionários municipais (o leitor acredite se quiser) se dizem saudosos do ex-prefeito Márcio Pampuri, e em especial de seu ex-secretário de Governo, Marcelo Tenaglia. Quem apostou que a passagem de ambos pelo Palácio Tibiriçá seria rapidamente esquecida, quebrou a cara.
À TIRACOLO
Quem costuma gozar da intimidade do gabinete do prefeito no Palácio Tibiriçá diz que Aiacyda tem se falado muito com o deputado Celino Cardoso. Inimigos (e não adversários) nas eleições de 2014, agora, ano pré-eleitoral, voltaram a conversar e quem sabe juntar forças para reeleger o deputado. Não será surpresa se nos próximos meses o alcaide desfilar pela cidade com o parlamentar a tiracolo.
CARA DE PAU
Se Aiacyda fizer isso será condecorado com o título de ‘maior cara de pau’ da história política da cidade. Em 2014, trabalhou como ‘mouro’ no papel de cabo eleitoral e amealhou 5 mil votos para Fernando Capez e quase 4 mil para Miguel Haddad, todos tucanos. Ambos não destinaram um mísero centavo, através de emendas parlamentares, para a cidade. Se o fizeram, ninguém nunca soube. Será curioso ouvir o que o prefeito vai dizer ao eleitor se for pedir voto para deputado.
FOGO AMIGO (I)
Um secretário municipal, que implorou para não ser identificado, fez o seguinte comentário numa roda de amigos: ‘não sei que motivos o prefeito tem para se reunir com os secretários. Ele não escuta ninguém e faz o que lhe dá na telha’. E finalizou: ‘é pura perda de tempo’.
FOGO AMIGO (II)
Faria muito bem à saúde, se o prefeito tomasse uma boa dose de cautela (que assim como o caldo de galinha não faz mal a ninguém) em relação a dois vereadores que hoje lhe fazem juras de amor eterno. Ambos se dizem candidatíssimos a prefeito em 2020. Um deles, no ano que vem, declinou do convite para ser candidato a deputado.
CONCURSO
Parece mentira, mas a galera que prestou concurso para ingresso no serviço público municipal continua ‘declinando da honraria’. Não há cargo que não esteja convocando, via imprensa oficial, os colocados além da 15ª colocação. Mais um pouco e será necessário abrir um novo concurso para preencher as vagas oferecidas… e mal pagas, diga-se de passagem.
SEGREDO
Uma ação sobre doações de campanha que supostamente teriam sido feitas de forma irregular ao então candidato Antônio Aiacyda (PSDB), ainda corre em segredo de justiça. Muito se comenta, pouco se fala e nada se mostra. Espera-se que o mandato não termine antes de prolatada a sentença. Ainda no âmbito judiciário, também muito se tem dito sobre a ação da merenda escolar, que deu entrada ao final do primeiro mandato do atual prefeito, e ainda está por aqui, sem andamento. Já se passaram dez anos.
CADASTRO
Mairiporã patina quando o assunto é alistamento de eleitores para o voto biométrico. Dos quase 60 mil inscritos, pouco mais de 10 mil já atualizaram o documento. Levando-se em conta que a cidade tem apenas um cartório eleitoral, seria prudente que o eleitor atendesse a convocação para realizar o cadastramento. Em Mairiporã a biometria só valerá para as eleições de 2020, mas mesmo assim antecipar o prazo pode evitar dores de cabeça.
CAMINHÕES
Decreto assinado pelo prefeito de Bragança Paulista, que já entrou em vigor, proíbe nos principais corredores da cidade a circulação de veículos pesados de segunda a sexta, das 7h às 22 horas. Caminhões com placas da cidade podem circular das 9h às 17 horas. Não seria oportuno que a Secretaria de Segurança e Mobilidade Urbana de Mairiporã adotasse medida semelhante?
NATAL
A imprensa oficial trouxe publicada lei aprovada em que o prefeito está autorizado a conceder cesta de natal e uma ave, no mês de dezembro, aos servidores. Mas seria bom Aiacyda treinar desde já a língua pátria, pois em seu segundo mandato criou um alvoroço no Paço ao anunciar que além do 13º salário iria dar um ‘cheque’ aos funcionários. Foi um auê. Na verdade, Aiacyda queria dizer ‘chester’. Que não repita o erro.
DICA
Em tempos ‘bicudos’ a economia requer criatividade. À exemplo do que já vem sendo feito em outras cidades, inclusive de outros estados, o comércio local poderia projetar um Natal Premiado, com direito a sorteio de carros, motos e vales-compras. Seria uma forma de segurar o consumidor na cidade e aumentar as vendas até o final do ano. Mas a receita é começar a promoção a partir de setembro e não apenas em novembro e dezembro. A dica é reunir todo o comércio, do menor ao maior.
FEZINHA
Com um número recorde de desempregados, a saída é buscar nas loterias a esperança que tem faltado no dia a dia. Fazer uma fezinha nas dezenas de jogos existentes aumentou a arrecadação das loterias federais, que teve crescimento real de mais de 6%.