Coluna do Correio

FRASE

“É fácil falar em nome do povo. Ele não tem voz.” (Carlos Drummond de Andrade, poeta e cronista brasileiro)

A METADE

Esse é o número de cargos em comissão preenchidos no governo municipal. Os que mais dispõem de vagas são os de assessores e coordenadores. Segundo números oficiosos, até o momento 75 estão preenchidos, de um total de 151, ou seja, a metade. Sobre a possibilidade de se completar o quadro de comissionados, segundo fontes próximas ao prefeito, vai depender de como a economia se comportará neste ano. Por enquanto, a Municipalidade não tem dinheiro para bancar uma folha salarial acima daquela que tem no momento.

FINALMENTE

O prefeito Aladim finalmente sancionou as leis que criaram os planos de cargos, carreiras e salários do funcionalismo municipal. Sonho acalentado há vinte anos e que, tudo indica, vai mesmo valer em janeiro de 2022. A expectativa de que já estivesse em vigor agora, foi frustrada pelo acordo das prefeituras com o governo federal, em que os municípios não contratam novos funcionários, nem aumentam os salários. Daí o prazo estabelecido nas leis.

CLAREZA

Pelo andar da carruagem, observado nas duas primeiras sessões legislativas do ano, aquela absurda prática de apresentar indicações vai continuar. Assim sendo, seria bom dar clareza aos resultados obtidos com essas indicações, ou seja, quais as demandas atendidas pelo Executivo.

ZONA AZUL

O vereador Rubens Alves, através de moção, cobra da Prefeitura que no Portal da Transparência sejam disponibilizadas informações sobre a Zona Azul, como ruas em que há cobrança do estacionamento rotativo, valores arrecadados e aplicação dos recursos. Até hoje ninguém sabe quanto a empresa arrecadou com essa tarifa e o quanto foi repassado à Prefeitura.

CLÍNICAS

E falando em cobrança, o vereador Valdeci América quer informações precisas sobre as clínicas que atendem dependentes químicos no município. Mairiporã deve ser a cidade com o maior número dessas clínicas em todo o mundo. A maioria, só picaretagem, cujos responsáveis vivem do dinheiro repassado pela Prefeitura. No passado, muitos vereadores trabalharam em favor de algumas dessas clínicas, praticamente obrigando os prefeitos a formalizar convênios.

FAKE NEWS

Destroçada após os resultados das eleições em novembro último, a oposição tenta renascer e nas redes sociais sinalizou que vai incomodar. Um site com link fictício, em nome da Prefeitura, estaria conclamando a patuleia a se inscrever para receber auxílio de “Vale Mercado e Renda Familiar 2021”. Como a maioria da população é formada por incautos, muitos acreditaram ser verídica a informação. A Prefeitura não tem dinheiro para bancar um programa dessa magnitude.

MULETA

Esse objeto, utilizado para apoio de quem tem dificuldade de caminhar, se transformou em desculpa para os professores da rede estadual que tentaram adiar o retorno ao trabalho. A greve que projetaram para o início desta semana não prosperou. E nem poderia. Alunos estão praticamente há um ano fora das escolas, do convívio com colegas, das aulas presenciais que são mais importantes que as remotas. Inaceitável que os professores tenham esse tipo de comportamento. Se todas as categorias entrassem em greve por conta da pandemia, o País tinha parado e todos, ou pelo menos a maioria, morrido de fome, não da Covid-19. Bora trabalhar gente!

PRUDÊNCIA

Se a Prefeitura de Mairiporã ainda tem em serviço presencial funcionários do chamado grupo de risco, é melhor afastá-los, antes que o Judiciário o faça. Isso tem sido regra em todas as cidades do Estado.

ISTO É BRASIL! (I)

De causar estranheza a reação das autoridades e daqueles que se fingem inocentes, probos e honestos, em relação ao chamado ‘fura-fila’ na vacinação contra o coronavírus. Em que País vivem esses indignados? Isso aqui é Brasil, mestre em como fazer, patrocinar e ensinar corrupção. Se não houvesse essa maracutaia na hora da vacina, aí sim seria o caso de mostrar surpresa. Fura-fila é só mais um ingrediente daquela lista cada vez mais crescente, conhecida como ‘jeitinho brasileiro’.

ISTO É BRASIL! (II)

Um exemplo recente: O cruzamento de dados dos beneficiários do auxílio emergencial permitiu que a Controladoria-Geral da União (CGU) rastreasse 2,7 milhões de cadastros que não tinham direito ao recurso. O cancelamento de benefícios indevidos trouxe uma economia de R$ 4,5 bi aos cofres públicos. Precisa dizer mais?

LENTIDÃO

É comum ouvir e dizer que a justiça no Brasil é lenta. Verdade! Mas a Justiça Eleitoral vai além, é uma imensa, uma gigantesca tartaruga obesa. Imagine o amigo leitor que decisões estão sendo publicadas agora, vencidos três meses do pleito, cancelando eleições, mudando resultados e punindo os mal feitos. Em Bauru, por exemplo, o presidente da Câmara está em vias de perder não só o cargo, mas a vereança, diante de uma recontagem de votos. E pelo que assistimos recentemente, o Brasil está fazendo escola. Até Trump tentou um ‘jeitinho’ de embaralhar as eleições americanas.

NÃO VAI! SERÁ?

O perigo vem justamente de afirmativas categóricas de que algo não vai se concretizar. É como no futebol, quando o dirigente diz que o técnico, apesar dos maus resultados, está prestigiado, e cai dias depois. Na semana passada, o ministro da Economia, Paulo Guedes, voltou a defender que o peso do Estado é demasiado no País. “Não há espaço para aumento de impostos no Brasil. Temos que continuar desonerando o povo brasileiro”, afirmou. Resta-nos orar para que, diferentemente do futebol, isso se concretize.