Cobertura

Estive nos últimos dias na Prefeitura e estacionei meu automóvel de frente para a entrada lateral da Câmara e vi a movimentação de pedreiros próxima ao portão do nosso Legislativo. Fiquei curioso e fui conferir. Para meu espanto, foi contratada uma cobertura para a lateral de acesso ao plenário, cuja obra está orçada em R$ 200 mil.
Não sou engenheiro, tampouco construtor, mas sei quanto valem R$ 200 mil e, salvo engano, não acredito que uma cobertura num corredor de poucos metros possa custar tudo isso. Ademais, corredor pouco utilizado pela população e apenas uma vez por semana para os que têm estômago forte e que assistem às sessões das terças-feiras ao vivo e a cores.
Podem até me comparar a São Tomé, mas duvido que algum cidadão que fosse colocar cobertura num corredor das mesmas dimensões em sua casa, se dispusesse a pagar, mesmo tendo dinheiro, R$ 200 mil para tal obra. Fico espantado e ao mesmo tempo indignado com os preços que o setor público paga na contratação de obras, grandes ou pequenas. É um despautério, um escárnio com o dinheiro dos impostos. Aliás, impostos que, segundo soube, inclusive assistindo a uma sessão da Câmara, não são pagos por metade da cidade.
Os motivos que levam o contribuinte a isso devem ser inúmeros, a começar pelas dificuldades financeiras numa economia que patina. Mas certamente obras desse tipo, com esse montante a ser pago, colaboram para o descrédito do cidadão em suas instituições.