Clarissa

Sinto informar que Clarissa, o cacto, morreu. Afogada. Foi uma daquelas situações imprevisíveis porém evitáveis. Antes de fazer uma viagem de 7 dias para o nordeste, resolvi deixar meus cactos do lado de fora da casa. Pensei que não seria saudável que eles ficassem dentro, sem tomar sol. O que não esperava é que iria chover – e não seria pouco.
Quando voltei, a primeira coisa que fiz foi conferir o estado deles. Encontrei-os, coitados, encharcados, mas não me desesperei. Achei que tentar drenar a água da terra resolveria o problema, que já era grave porque o vaso não tinha aqueles furinhos embaixo (sim, eu sei que esse não é o tipo ideal de vaso para cactos).
Depois de esvaziar a água do vaso o máximo que pude, achei que com o passar de alguns dias, a terra ia secar, mas bastou um vento bater para que uma parte do cacto caísse. Não desisti: resolvi plantar essa parte de novo. Mas já era tarde demais e o corpo do cacto se desfez ao mínimo toque, encharcado de água.
Apesar da situação, o outro cacto, Isabella, está bem. Parece ser mais resistente (e olha que aquela não foi a última chuva que ela tomou). Na verdade, reparei até que nasceram algumas plantinhas ao redor dela, talvez para fazer companhia agora que o outro cacto, Clarissa, se foi.
Se a falta de sol era o que me preocupava, foi o excesso de água que a levou. Às vezes a gente abre os olhos para um problema, e fecha para outros, e são esses outros que podem nos encher, encher e encher, como fizeram com Clarissa.