Cinismo

As eleições serão em outubro, mas a guerra político-eleitoral na cidade foi deflagrada. As redes sociais (lata de lixo do mundo) transformaram-se em artilharia pesada e nessa beligerância vale tudo. Até mentir.
Quem conhece o prefeito Antônio Aiacyda sabe à sobejo do seu espírito vingativo e do seu cinismo crônico. E esse cinismo, agora, em que tenta se manter no comando da Prefeitura, chega a ser patético.
Nos últimos dias, ainda por conta da ‘lata de lixo do mundo’, o burgomestre desceu do pedestal dos altos da Alameda Tibiriçá para acusar a oposição (que de santa também não tem nada), de ser responsável pelas mazelas da administração municipal, ou pelo menos por parte delas.
Só há um responsável por tudo de ruim que emana do Poder Executivo: o prefeito. Ele manda, ele assina, ele determina, ele barganha com vereadores, nomeia cabos eleitorais e correligionários no serviço público, e já de algum tempo nem mais se considera um Deus, tem certeza que é.
Obras inacabadas, outras abandonadas, as que não foram feitas por ele deixadas às intempéries e uma série interminável de questões que deveria ter sido solucionada para quem ingressou, em 2020, no décimo-segundo ano à frente da administração pública.
Acusar a oposição de plantar problemas e denegrir a imagem do seu governo é de uma infantilidade absurda. Até para incautos e ignorantes que sempre acreditaram no discurso do prefeito, há limites.
Este terceiro mandato de Antônio Aiacyda, que para o bem da cidade espera-se seja o seu ‘canto do cisne’, foi o mais desastraso da história política de Mairiporã. O desenvolvimento segue estagnado, vários setores públicos regrediram, outros patinaram na incompetência e falta de vontade política e tudo isso com a concordância, até outro dia, de 9 vereadores que estavam metidos na barganha e que por razões que a própria razão desconhece, três resolveram desembarcar do navio que, há um bom tempo, está fazendo água e com data estabelecida para ir à pique.
Em 12 anos sob Antônio Aiacyda Mairiporã viu todos os municípios vizinhos darem um salto desenvolvimentista e proporcionar melhor qualidade de vida a seus habitantes. Em importantes setores da economia deixamos a segunda colocação, dentre cinco cidades, para ocupar a penúltima. E não vamos aqui repetir os problemas crônicos em saúde, educação, segurança pública, saneamento básico e mobilidade urbana, que só se agravaram.
Se há falhas no atual governo municipal, e são muitas, o crédito deve ser dado integralmente ao prefeito. A oposição, que é até branda se comparada a de outras localidades, pode ser acusada de por vezes extrapolar nos adjetivos ‘carinhosamente’ endereçados ao alcaide. Mas não de estragar asfalto, de atirar placa denominativa do hospital no lixo, de derrubar portais e outras maluquices.
E nesse quadro caótico não se deve esquecer que a classe política de Mairiporã se farta da ignorância de boa parcela da população e busca a qualquer preço perpetuar-se na dministração pública, onde demonstra incrível habilidade para enriquecer.
Cinismo à parte, o atual governo é o mais nefasto que já se viu em 70 anos de Prefeitura.