Cidades atendidas pelo Sistema Cantareira em estado de atenção com a estiagem

A redução da disponibilidade hídrica nos principais mananciais do Sistema Cantareira, provocada pelo início da estiagem e a baixa incidência de chuvas para o restante do ano, apontam para estado de atenção quanto ao início do processo climático extremo de seca nos municípios atendidos pelo Sistema Cantareira.

As seis represas que integram o Sistema estão com 47,5% de volume de água, que configura estado de atenção. A pluviometria ao final de maio foi 37,3 mm, praticamente a metade da média histórica para o mês, de 77,4 milímetros. Esse resultado fez com que o volume operacional no Sistema voltasse a ficar abaixo dos 50%, segundo informações da Sabesp, que diariamente disponibiliza informações sobre a capacidade de armazenamento de água que atende as cidades da região e a Grande São Paulo.

Atrelada a baixa quantidade de chuvas, a vazão de afluência aos reservatórios do Sistema Cantareira também têm se apresentado abaixo da média histórica. Em maio, foi registrado apenas 9m³/s de vazão de afluência, quando o esperado é de 33,44m³/s. Esse comportamento está ocorrendo durante todo este ano o que significa que se está consumindo a água armazenada de outros períodos, o que conota um período de estresse hídrico.

Essa situação se reflete imediatamente na quantidade de água armazenada nos reservatórios do Sistema Cantareira, que está operando com volumes abaixo do recomendado para o período: 466,4 milhões de metros cúbicos, enquanto no mesmo mês de maio do ano passado era de 571,9 milhões de metros cúbicos, e volume útil de 58,4%.

Números que se mostram um sinal de alerta sobre a necessidade de recarga do Cantareira para o próximo ano, pois a permanecer essas retiradas com vazões de afluências menores, problemas no abastecimento para o próximo ano serão inevitáveis. Porém, existem grandes chances de alguns municípios, principalmente os 58 não atendidos diretamente pelas vazões regularizadas pelo Sistema Cantareira, enfrentarem algum tipo de problema de escassez de água nos serviços de abastecimento ou redução da disponibilidade hídrica durante a estiagem já deste ano.

As ações para minimizar os problemas das estiagens são complementares entre si e envolvem uma série de medidas estruturais e não estruturais que estão associadas. A sensibilização da comunidade e a implementação de políticas públicas eficientes que garantam a resiliência dos mananciais envolve tanto o poder público quanto a ação da sociedade em geral.

Segundo a ANA (Agência Nacional de Águas), foram adotadas faixas de acordo com a capacidade de volume operacional: mais de 60% (normal), entre 40% e 60% (atenção), 30% e 40% (alerta), 20% e 30% (restrição) e menos de 20% (especial). (Salvador José/CJ – Foto: Wikipédia)