Cidadãos de segunda classe

Quando não tenho nada mais interessante ou importante a fazer, debruço-me sobre a política, em especial a da nossa cidade. Noutro dia, conversando com o editor deste jornal, atentei-me para o fato dos nossos prefeitos considerarem os cidadãos de Mairiporã como se fossem de segunda classe. Esses administradores consideram que por aqui não temos economistas, engenheiros, médicos, advogados, educadores e profissionais especializados em administração pública. Uma vez no cargo, nossos prefeitos buscam nomes de outras localidades para integrar o chamado ‘primeiro escalão’ do governo.
Tenho consciência que isso não é privilégio do atual prefeito, senhor Antônio Aiacyda, mas em seus três mandatos o pessoal ‘de fora’ ficou com os cargos e os altos salários. A maioria nem mora na cidade.
Foi aí que me ative em relação aos dois últimos prefeitos. O Dr. Márcio Pampuri, que considero ter feito boa gestão, importou seus secretários de várias localidades, mas em especial de Franco da Rocha. Os entendidos em política afirmam que isso foi crucial para a sua derrota quando tentou a reeleição.
O senhor Antônio Aiacyda também tem um considerável número de ‘estrangeiros’ entre os secretários, mas parece ter elegido o município de Santana de Parnaíba como seu ancoradouro. Tudo parece vir de lá. Carros da frota municipal são alugados naquela cidade, assim como as viaturas de trânsito e fiquei sabendo esta semana, também a empresa responsável pelos concursos públicos. Mas é inevitável citar que justamente em Santana de Parnaíba trabalha o seu genro, recentemente convocado a assumir o posto de Procurador Geral do Município, depois da desistência daqueles que obtiveram melhor colocação no concurso para o cargo.
Seja como for, não me ocorre outra definição para esse quadro, em relação aos profissionais de Mairiporã, a não ser aquela que citei acima: ‘cidadãos de segunda classe’.