Nunca uma herança foi tão maldita quanto a do transporte urbano deixada para o prefeito Aladim. Fico com a impressão que o ex-prefeito Aiacyda sabia que sua derrota nas urnas era inevitável e fez essa presepada que, até o momento, causa transtornos ao novo governo.
Essa história das empresas de ônibus, pelo que tenho visto, lido e ouvido, terá ainda outros desdobramentos. Só um ponto parece convergir nessa história toda: o usuário reclamando e chegando mesmo à indignação, pois a bomba estoura sempre do lado mais fraco.
Durante os mais de 30 anos de serviços prestados pela Empresa de Transportes Mairiporã (ETM), e não advogo em seu nome, existiram reclamações. Sim, e isso era perfeitamente inerente. Mas nunca ouvi dizer, em todas essas décadas, que os usuários tiveram que pular pelas janelas dos coletivos, sofrer com a extinção de linhas, retirada de horários e que motoristas e cobradores ficaram sem receber salários.
Note bem o amigo leitor, que estou falando de 30 anos. Quando a ETM foi retirada, por razões que os detentores de mandato eletivo até 2020 deveriam explicar, a substituta protagonizou todos os problemas possíveis e até os inimagináveis. A segunda substituta, que começou esta semana, também se viu colocada nas redes sociais através de vídeos e reportagens, como uma empresa que coleciona problemas.
Onde isso tudo vai dar, não sei. Quem sempre é o maior prejudicado, sei, o usuário do transporte coletivo.
Leigo que sou no assunto, isso me dá a condição de palpitar, sem parecer tolo: chamem a ETM de volta! Enfie a empresa de bons serviços prestados a Mairiporã goela abaixo dos vereadores (reeleitos e rejeitados nas urnas) que foram partícipes nessa bagunça.
Ozório Mendes é advogado militante na Comarca, foi vereador e presidente da Câmara na gestão 1983/1988