Começou a novena da Padroeira Nossa Senhora do Desterro. Por recomendação do Bispo da Diocese de Bragança, durante as missas na comunidade católica continua sendo obrigatório o uso de máscaras, mas chegou a hora de comemorar a padroeira finalmente com a festa social ocorrendo após a crise sanitária que limitou as pessoas nos últimos dois anos. Na quarta-feira a comunidade deu início à novena e no próximo final de semana os arredores da igreja matriz recebem as tradicionais barracas com seus lanches, pasteis, deliciosos bolos, atrações musicais e artísticas, além é claro do esperado bingo.
Que saudade de outros tempos e nestes dias tenho lembrado a minha mãe que amava os lanches de pernil com bastante vinagrete. Saudoso dos anos noventa em que as barracas já ocupavam espaço partindo próximo a antiga delegacia e perfiladas estavam na praça ao lado do coreto e ainda seguiam pela rua XV de novembro. Lembro também das apresentações da congada domingo de manhã, da corporação musical acompanhando a procissão, da alvorada de sinos as seis da manhã e das dozes badaladas, momento em que minha mãezinha dizia para rezar a Ave Maria. A queima de fogos encerrava tudo derramando umas lágrimas já com saudade de tudo.
A festa do Desterro esse ano teve a batuta da querida Kênia Prestes, do Colégio Teresa de Calcutá, que recebeu do Padre Epifânio a missão de “presidente dos festeiros” para que tudo possa estar pronto para que o povo católico comemore o dia de Nossa Senhora das Dores, lembrada em Mairiporã em uma delas: a que marca a passagem de Maria, José e o menino Deus pelo deserto na fuga para o Egito.
As tradições culturais e religiosas sem dúvida são um importante patrimônio e que deve ser preservado e respeitado. Independente de qual seja a sua crença, caro leitor, que nossas riquezas e histórias sejam sempre motivo para que ao menos por aqui, o que é bom não se perca e jamais fique esquecido.
Luís Alberto de Moraes tem formação em Letras, leciona há quase vinte anos e prepara o lançamento de um livro de crônicas e p