Cedo para partir

Como minha mãe diria, nunca sabemos o dia de amanhã e no meu caso espero que o dia de partir demore bastante. Por enquanto eu trato de garantir meu lugarzinho no céu. Fato é que as pessoas estão vivendo mais e os dados a esse respeito registram proporções sempre crescentes quando se trata de longevidade na proporção de pessoas idosas. Até 2030, uma em casa seis pessoas no mundo terá sessenta anos ou mais.

Muita gente entrando pela porta da frente do ônibus ou estacionando nas vagas preferenciais. Até 2050, a população mundial de pessoas com sessenta anos ou mais duplicará. A previsão o total de pessoas com oitenta anos ou mais triplique também até 2050, atingindo 426 milhões.

Muitos números e o envelhecimento populacional começou em países mais ricos como o Japão. Em nível biológico, o envelhecimento resulta de variações moleculares e celulares ao longe do tempo, de forma que há uma diminuição gradual da capacidade física e mental.

Vale a pena se cuidar, garantir que o corpo esteja melhor preparado e seja funcional depois dos sessenta anos e sem perdas auditivas, catarata, dor nas costas e pescoço, osteoporose, doença pulmonar, diabetes e alterações significativas de pressão. Dos fatores que influenciam o envelhecimento saudável, posso destacar que pesquisas bem recentes apontam que é preciso se manter ativo: corpo e mente.

A Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU) declarou que entre os anos de 2021 e 2030 vivenciaríamos a década do envelhecimento saudável. Na oportunidade, pediu a OMS – Organização Mundial da Saúde – que que liderasse a implementação de forma que atingíssemos colaboração global por meio da união de forças entre: governos, sociedade civil, agências internacionais, profissionais, universidades, meios de comunicação social e o setor privado. Ambientes físicos e sociais favoráveis ​​também permitem que as pessoas façam o que é importante para elas, apesar das perdas de capacidade.

Não existe um idoso típico. Algumas pessoas de oitenta anos têm capacidades físicas e mentais semelhantes às de muitas com trinta anos. Outras pessoas experimentam declínios significativos na sua capacidade apesar de muito jovens. Eu estou com quarenta e um e as vezes me sinto com dez a menos ou dez a mais dependendo da motivação.

As pessoas idosas são muitas vezes consideradas frágeis ou dependentes e um fardo para a sociedade. Já falei por aqui algumas vezes sobre utilidade e significado. Acho abominável maus tratos, principalmente quando se trata de idosos.

O importante é que vivamos da maneira mais saudável possível, aproveitando os bons momentos e sabendo que tudo pode dar certo ou errado para todo mundo e que o importante não é apenas o tempo, mas a maneira como aproveitamos cada dia nessa existência.

 

Luís Alberto de Moraes – @luis.alb – Autor do livro “Costurando o Tempo – dos Caminhos que Passei”