Cartões postais

Todas as cidades, em todos os países, têm seus cartões postais. O Rio de Janeiro, por exemplo, tem o Cristo Redentor de braços abertos sobre a Guanabara. São Paulo, o prédio do Banespa, como ficou conhecido no último século e também a Avenida Paulista. A Bahia, comumente é retratada através do Pelourinho e do Elevador Lacerda. E assim por diante.
Mairiporã não foge à regra. Seus dois principais cartões postais são uma esburacada avenida, a principal da cidade (Tabelião Passarella), que em dias de chuva coleciona poças d’água e, em outros trechos, crateras capazes de provocar danos irreversíveis a pedestres e veículos, e um terminal rodoviário cujo piso afunda constantemente e que exibe garbosamente poças d’água para mosquito nenhum da dengue reclamar.
Em muitos outros pontos da cidade, o cheiro de esgoto é a marca registrada, assim como o mato que toma conta dos quatro cantos da urbe.
A Prefeitura vive num mundo de cores suaves, como se a cidade não tivesse problemas a resolver. São muitos e de muitos anos. Não se tem notícia, até agora, de que haverá investimentos na recuperação da principal artéria da cidade, nem se o terminal rodoviário terá resolvido o seu problema de piso, o que para muitos parece impossível, pois ele foi construído sobre um brejo.
Para um município que se pretende turístico, questões básicas deveriam estar resolvidas. Esses cartões postais que a cidade exibe são um acinte, uma vergonha, especialmente àqueles que visitam a cidade.
O governo Aiacyda, não é de hoje, deixa transparecer a ideia que Mairiporã vai até o início da estrada da Roseira. A partir desse trecho, é outra cidade. Também evidencia que a Serra da Cantareira é outro mundo, distante da realidade da zona urbana. E da forma como administra os problemas, acaba se convencendo disso.
Há cidades que sentem orgulho em exibir o que há de mais bonito e que são qualificados como cartão postal. Mairiporã ainda não pode ser inscrita nessa condição, pois não prima por manter e recuperar seus atrativos. Não que avenida e terminal rodoviário sejam pontos turísticos, longe disso, mas relegados a planos secundários, brilham negativamente como se fossem.