Capítulo IV – Controvérsia e Opinião

I – MERCÚRIO
1- Vez ou outra quem mora no interior gosta de ir à Capital para fazer compra. E volta para sua cidade contando as vantagens das lojas, dos “shopping” e dos supermercados. Fala da beleza, do atendimento, das “grifes”, das novidades e, para não perder a pose, desconversa sobre os preços, que nem sempre são os mais baratos e, no fundo, não compensam a viagem. Os preços do comércio local se equiparam aos da grande cidade e, muitas vezes, são até mais em conta, e isto sem considerar os gastos com transportes, combustível, lanches e outras despesas e sem falar no tempo usado nas pesquisas e nos dissabores de um anônimo, comprando de um desconhecido, tratado como um número, quando não é ludibriado por gananciosos mercadores e balconistas inescrupulosos. O fato é que o cidadão, por um motivo ou outro, tem de ir à Capital e é até bom que vá. Para saber que nem tudo é como dizem e descobrir que para fazer economia não precisa andar muito, basta conhecer melhor a sua própria cidade. Por outro lado, cabe aos industriais, comerciantes e demais empresários, por intermédio de suas entidades, a iniciativa de campanhas de estímulo à cidadania e de esclarecimento ao consumidor, mormente nessa nova era do país, quando passamos a dispor de uma moeda que exige uma postura positiva e decidida de todos para fazer frente à inflação e poder vislumbrar um futuro melhor para a família de cada um.
2- Estimular a cidadania é promover a convivência na comunidade, aumentando os laços que identificam seus membros, habilitando-os a agir em conjunto. O convívio aproxima as pessoas e as unem mais, tornando-as conhecidas, amigas, eliminando as desconfianças e criando um relacionamento franco e sincero, sem engodo, calcado nos princípios da religião e da ética, evidenciando a solidariedade. Esclarecer o consumidor é deixar claro que na cidade existe um comércio autêntico, onde se encontra qualidade e atualidade por preços competitivos que dispensam viagens inúteis e dispendiosas. O comerciante e o balconista são vizinhos e amigos, conhecidos, que tratarão o consumidor como merece, como gente. Convencidos e confiantes os moradores locais poderão prestigiar as empresas e os empreendimentos da terra. Fortalecidos, os empresários poderão oferecer mais empregos, trazendo de volta os que se viram forçados a buscar suas oportunidades em outras plagas. E, assim, como numa espiral, influenciados por Mercúrio, o município e os munícipes passarão a girar e a crescer em volta de um centro sólido, construído pela vontade de todos, gerando orgulho e servindo de modelo pela qualidade que oferece para a vida. Mas que a inspiração em Mercúrio – um deus da mitologia romana, equivalente a Hermes (da mitologia grega) – se fixe no melhor dele: protetor da indústria e do comércio.