Durante dezenas de anos era comum ouvir que havia uma praga de padre impedindo o desenvolvimento da cidade. E cada um contava essa história à sua maneira.
Se verdadeira, fica a critério de cada um. Mas fato é que se considerarmos realmente a expressão ‘praga’, parece que ela faz efeito na nossa Câmara de Vereadores, incapaz de mudar e manter um relacionamento harmonioso, mas não de subserviência ao prefeito. Li há muitos anos um artigo do economista de renome, Eduardo Gianetti da Fonseca, que fazia referência às câmaras, cujo parágrafo inicial tomei a liberdade de reproduzir.
“As Câmaras são o maior programa de concentração de renda do Brasil e há muitos anos o povo se expressa com clareza sobre a injustiça dos altos salários, mas a maioria dos parlamentares municipais continua cinicamente surda, cega e totalmente indiferente ao clamor e às prioridades da população.”
Há décadas, os vereadores da nossa urbe, longe de fiscalizar o Executivo e representar o povo, desempenham dois papeis que não constam das obrigações parlamentares: despachante e assistente social. Essa situação, lá atrás, ainda era suportável, mas igualmente condenável. Hoje, em tempos de globalização e tecnologia, não é mais possível conviver com ‘representantes’ que não representam os interesses da coletividade.
Exemplo disso foi a aprovação de um projeto de autoria do prefeito, esta semana, criando mais três secretárias municipais, sem que os senhores vereadores questionassem a necessidade, verificassem a existência de recursos para esse gasto extra e em que isso ajudará a cidade no seu todo. Ou essa aprovação se deu para acomodar cabos eleitorais na Prefeitura, inclusive os de nomeação livre dos vereadores? Esse comportamento gera indignação, principalmente nas redes sociais, pois é triste saber, que mesmo o eleitor tendo renovado a composição legislativa, ainda que parcialmente, tudo continua na mesma.
Mudanças na Educação também foram aprovadas, mas ninguém sabe explicar ou justificar as razões e em que isso ajuda ou prejudica a classe dos docentes.
Será que o Eduardo Gianetti tem mesmo razão? Parece que sim!