Câmara renovada?

Essa é a pergunta que se faz na cidade de quatro em quatro anos. Considerados os números das últimas três eleições, é de se esperar que a composição da Câmara para a próxima legislatura se mantenha entre 50% e 60%. A expectativa, no entanto, é que a renovação seja um pouco maior, mesmo com apenas um vereador não disputando a reeleição, pois vai concorrer no pleito majoritário.
Se em outros municípios a renovação de vereadores é fato corriqueiro, em Mairiporã não. No pleito de 2004, o número de cadeiras caiu de 15 para 10. Levando-se em conta as vagas em disputa, 5 vereadores foram reeleitos. Já em 2008, também com dez assentos, 7 parlamentares foram reconduzidos aos cargos, o que representou uma renovação de apenas 30%. Nas últimas eleições, em 2012, já com 13 cadeiras, sete vereadores foram reeleitos, ou seja, mais de 50%.
Especialistas dizem que renovações maiores só ocorrem nas Câmaras em que foram constatados escândalos e crises políticas de vulto. Este não foi o caso de Mairiporã nas últimas quatro eleições. Embora a renovação seja desejável e saudável, não é fácil para os novatos conseguirem as vagas.
Quem já está conta com uma estrutura que ajuda muito na reeleição, no convencimento do eleitor. Além da repercussão de seu trabalho legislativo, com exposição natural na mídia (inclusive a que transmite ao vivo as sessões), também conta com dispositivos que favorecem seu trabalho eleitoral. São assessores, instalações adequadas com computadores, telefones e franquias de correio e xerox. Curiosamente, neste pleito, os vereadores deixaram de contar com veículo oficial, cuja frota foi devolvida à Prefeitura no final do mês passado. Mesmo assim, leva certa vantagem na hora de conquistar o voto.
Outra questão que se torna imprescindível é o coeficiente eleitoral, decisivo na composição da Câmara, pois não é fato raro que muitos candidatos, com votações expressivas, fiquem de fora, enquanto outros, de menor potencial de votos, consigam a vaga pela soma dos votos dos partidos que integram a coligação.
A alternância de poder é sempre desejável, e no caso dos vereadores, seria oportuno pelo menos uma parcela, o que por si só permitiria ideias novas e elevariam o patamar do ambiente parlamentar. Mas não se pode esquecer que essa renovação pretendida não é tarefa fácil.
Ao eleitor cabe a palavra final.

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