Câmara inicía ano legislativo e impõe derrotas ao prefeito

O TEMPO do ‘eu mando e vocês obedecem’ parece ter chegado ao fim. Pelo menos foi isso o que ficou evidenciado na primeira sessão legislativa do último ano da atual gestão, na terça-feira, 4, quando os vereadores voltaram a plenário.
A maioria confortável que o prefeito Aiacyda tinha em plenário, e que fez o que bem quis durante três anos, inclusive com a aprovação de um endividamento dos cofres públicos em R$ 20 milhões, que vai custar ao bolso do povo, no pior dos cenários no mercado financeiro, R$ 32 milhões, foi revertikda. Dos que formavam na tropa de choque, conhecida como Grupo dos 9, três decidiram que era hora de mudar e se juntaram ao Grupo dos 4, que agora virou Grupo dos 7.
Secretaria – O primeiro projeto votado, de Lei Complementar, que ‘define a estrutura organizacional da Prefeitura’, foi rejeitado por 7 x 6, e terá mais uma votação. A propositura, em seu texto, aumentava o número de secretarias de 13 para 14. A pretensão era transformar a Cultura, que integra a Pasta de Esporte, em uma secretaria independente. Além de um titular, outros funcionários seriam nomeados, dentre as centenas de comissionados que integram a atual administração.
Imprensa – Outro projeto, de autoria do presidente da Casa, Ricardo Barbosa, aprovado por unanimidade, proíbe a impressão em papel da ‘Imprensa Oficial do Municípío”.
A edição impressa se transformou vergonhosamente em jornal de campanha eleitoral do prefeito, cujas despesas, em dois anos, salvo engano, chegaram próximas R$ 800 mil. Só para 2020, a previsão com esse gasto é de R$ 500 mil. Não entram nessa conta o combustível de carros oficiais utilizados na distribuição do jornal (há flagrantes em vídeos e fotos) e a hora extra dos funcionários que dirigiam essas viaturas.
Durante três anos a Imprensa Oficial, em formato de papel, foi usada para propaganda político-eleitoral do prefeito. Em milhares de outros municípios, a imprensa oficial existe apenas e unicamente na internet, com economia aos cofres públicos.
Maioria – Como a nova maioria vai se comportar a partir de agora, ainda ninguém sabe, pois político é como nuvem, ‘cada hora está em um lugar diferente’. Mas é um início de legislatura animador, principalmente depois de longos três anos de usos e abusos, mandos e desmandos e um comportamento imperial do comandante do Executivo.
O grupo dos sete, que demonstra disposição para barrar os absurdos do Executivo, é formado pelos vereadores Ricardo Messias Barbosa (PSDB), Doriedson de Freitas (REDE), Wilson Sorriso e Pastor Cícero (PSC), Éssio Minozzi Júnior (PDT), Alexandre Boava (PPS) e Nil Dantas (PV).