Café da XV

A rua XV já foi matéria prima de uma crônica que fiz questão de fazer parte da coletânea que reuni para meu primeiro livro. Também publiquei em revista e sinceramente é uma das crônicas que eu mais gosto e que mais trazem memória afetiva daquelas boas. Dizem que quase toda cidadezinha tem uma igreja do Rosário, um boteco e uma rua XV de novembro.

A nossa XV é maravilhosa e, seguindo o fluxo natural do trânsito, nasce na rua Ipiranga, passando pela Praça Bento Oliveira e a igreja matriz, para ir descendo até encontrar o largo nos braços da Senhora do Rosário. É um roteiro de cinema! Aliás, já vimos por aqui a Multifilmes de Mário Civelli colocar a nossa vila no cenário do cinema nacional, na época em que nosso coreto podia ser visto nas películas e telas de cinema.

O final dos anos 50 já são tão distantes, mas cada vez que essas histórias forem contadas, a gente consegue atualizar a importância que tivemos e continuamos tendo, principalmente no momento em que a cidade passa por tantas mudanças.

A rua XV é extremadamente comercial, o que é natural considerando ser uma das principais vias do centro. Exceção para casos como o da residência da Dona Josefina e do saudoso Sr. João Caetano. Uma agradável surpresa surgiu na altura do número 28: o Café da XV. Ah, é um charme! Os tijolinhos à vista e as vitrines por si só são convidativos para querer conhecer. Do lado de dentro a tecnologia dos tablets para fazer pedidos e o rápido atendimento, de cara dão uma boa sensação de conforto. Claro que é o melhor está guardado para as delícias que podemos encontrar. Bonitas de ver e de provar, a cafeteria conta até com caldos em alguns horários da semana.

Não sei como demorei tanto para descobrir, já que estão por lá desde o ano passado, mas eu adorei os ovos mexidos, pãozinho e o café com nutella. Olha que sou chato quanto ao café e normalmente prefiro o mais simples possível, coado e preto tradicional; mas não resisti ao sabor que provei dessa mistura do chocolate e da cafeína.

Quem não gosta de ser bem atendido, não é mesmo? Cordialidade e sorriso acredito que sejam os ingredientes que aliados a qualidade do serviço e o sabor de produtos, fazem com que queiramos voltar a lugares assim. Quero voltar muitas vezes ao Café da XV e aconselho que se o leitor ainda não conheceu, possa passar também pela experiência. Sou um entusiasmado pela cidade e fico feliz demais de perceber diversos aspectos que estão colocando o município no caminho para se tornar uma estância turística.

Linda nossa vila sempre foi, mas agora estamos deixando para trás essa bobagem de praga de padre, do discurso azedo e repetitivo de quem não quer soluções e vive reclamando da vida e do azar. Não tem praga que resista a acordar cedo, arregaçar as mangas e fazer a diferença. Não tem essa de sorte, existe trabalho e para turma da XV eu tiro o chapéu: a do vestuário, do chaveiro, das fragrâncias, da tecnologia e hoje especialmente a do Café da XV! Minha admiração e torcida para que os dias melhores que tanto sonhamos, continuem sendo prósperos como merecemos.