Cada dia uma decisão

Viver literalmente é coisa de gente grande e passa pela responsabilidade de quase todo momento ser obrigado a tomar alguma decisão importante. Somos constantemente provocados para escolhas: escolher caminhos, a melhor hora para chegar, a melhor maneira para dizer e a pessoa certa para ouvir ou calar.

A não ser que você decida sair por aí sem medir consequências. Certamente vai se arrebentar ou destruir alguém, já que o equilíbrio, tenho descoberto ser o cerne da experiência incrível de saborear do jeito adequado, esse presente de Deus que é respirar e ver cada novo dia nascer. Esquecer o poder das palavras, principalmente quando se trata de quem exerce alguma autoridade afetiva, é mais que irresponsabilidade. É maldade sem tamanho. Sentimentos jamais podem ser banalizados.

Não sei se sou indeciso ou se as escolhas mesmo é que são complexas, mas aprendi com o passar dos anos o significado quase literal do que é pisar em ovos. Também sei que agradar todo mundo, nem o maior de todos conseguiu. Por outro lado, passo longe de gente bocuda e que acha que pode falar tudo a todo mundo.

Uma escolhe errada e a vida toda muda e nem sempre para melhor. Aceitar uma oferta de emprego em outra cidade ou país, ou ainda permanecer na estabilidade por medo do risco. Sem contar o famoso ’sim’ que é preciso responder na hora do casamento. Tão sério que no casamento Civil, o caso de uma resposta que não seja o esperado ‘sim’, pode até anular o ato. Vi na internet registros em que brincadeiras foram feitas neste momento e que culminaram com uma bela dor de cabeça. A menor distância entre duas pessoas continua sendo o bom humor, mas brincar com coisa séria foi e sempre será piada de mal gosto.

Escolher não é fácil, mas é tarefa de todos e posso dizer que todos os dias. Caro leitor, vale mesmo cuidar das nossas escolhas, acredite! Imagino que de muitas você já tenha se arrependido. No meu caso, melhor nem começar a pensar. Tenho muitos arrependimentos e com certeza faria muita coisa diferente. Como o que vale é o que vai começar, então vamos devagar. Assim, se tropeçarmos, pode ser que uma possível queda não nos fira os dentes.

 

Luís Alberto de Moraes tem formação em Letras, leciona há quase vinte anos e prepara o lançamento de um livro de crônicas e poemas. @luis.alb