Brasil, Irã e o comércio bilateral

Distante geograficamente e infinitamente diferente quando se trata de heranças históricas, culturais e religiosas, a República Islâmica do Irã, no decorrer dos últimos anos tem estreitado relações comerciais com o Brasil. Localizada no oriente médio, a nação que estabelece fronteiras com países como Iraque, Paquistão e Afeganistão sofre comercialmente com os embargos junto aos norte-americanos e a união europeia.

Nesta semana, passa a funcionar em São Paulo o escritório para a Câmara do Comércio entre os dois países. A parceria já existe há bastante tempo, mas praticamente restrita ao setor de alimentos. Somente as grandes empresas e em volume considerável estavam comprando produtos brasileiros. Sendo assim, apenas os grandes comerciantes mantinham essa restrita relação comercial. Com o estreitamento, o comércio bilateral proporcionará diversificar essa relação, estendendo o engajamento também para pequenos e médios negócios. A câmara já está atraindo várias empresas e obviamente aquecendo o chamado ‘business’.

A criação de uma estrutura comercial com incentivos fiscais, cooperação mútua, além de linha de navegação direta, sem dúvida a curto prazo já vai significar uma grande diferença nos moldes atuais e criar oportunidades interessantes ao país. Talvez comprar um tapete persa, não seja lá um sonho tão distante em alguns anos. Quando a gente lembra do Irã, é comum vir a mente a imagem de pessoas com esses trajes diferentes, mulheres com a cabeça coberta e o corpo quase oculto. De fato é uma imagem física típica dos povos naquela região. Sem fugir do assunto, mas acho diferente também a regulamentação da bigamia além da legislação prever como crime as relações íntimas fora do casamento.  Em meu contato com os iranianos, tenho ficado cada dia mais surpreso com a cordialidade.

Irã e Brasil estão cada vez mais próximos e o mundo globalizado segue nos encantando e com a pós-pandemia a proximidade comercial pode mesmo contribuir para à chamada retomada, naquela ‘vibe’ meio clichê do ‘juntos somos mais fortes’.  Aquecimento do mercado, novos empregos e a construção de uma realidade favorável e que amenize o sofrimento que passamos. Afinal, ninguém passou ileso.

 

 Luís Alberto de Moraes tem formação em Letras, leciona há quase vinte anos e prepara o lançamento de um livro de crônicas e poemas. @luis.alb