Azul

Existe uma série de perguntas que a gente responde tantas vezes durante a vida, que até esquecemos o porquê de darmos a resposta que damos. Para qual time torcemos, de que tipo de música gostamos, qual é a nossa cor preferida…
Para a primeira, sempre respondi times aleatórios porque, afinal de contas, nunca tive interesse por futebol. Para a segunda, respondia pop ou algo parecido, o que não deixa de ser verdade. Para a terceira, por muito tempo respondi azul.
Azul não sei porquê. Era a cor que me vinha à cabeça, talvez. Azul por causa do céu? Da água? Nunca tive nenhuma ligação específica com o azul, seja pelo motivo que for. Nunca tive um objeto preferido que fosse da cor azul ou vivi algum momento que me remetesse à essa cor. Posso dizer até mesmo que nunca pensei racionalmente: “Poxa, gosto de azul”.
Diferente do “5” que respondia quando era perguntado sobre meu número preferido, pois 5 é o dia do meu aniversário. Azul era a resposta óbvia, pronta. A resposta de alguém que tinha que responder alguma coisa. Até porque não é possível que alguém não tenha uma cor preferida, né?
Não posso dizer que não tenho uma cor preferida, só que nunca parei um tempo para escolher uma já que minha cabeça sempre esteve fixada no azul. Nada contra o azul, afinal. Só não acho que ele seja para mim. O branco, talvez – cor da paz, cor de nada. O preto, talvez – cor intensa, cor da força. Não o azul só por ser azul. Às vezes, a gente precisa encontrar respostas nem tão simples para as perguntas mais simples.