O SAEB- Sistema de Avaliação da Educação Básica de 2025 vai incluir questões dissertativas avaliando a escrita dos alunos, visando uma análise mais detalhada da aprendizagem. Essa iniciativa chega para transformar a avaliação, mudar a forma de medir o aprendizado dos alunos e, evidentemente, identificar fatores para melhorar a qualidade do ensino ofertado.
O SAEB é um conjunto de avaliações externas de larga escala que avalia a qualidade da educação básica no Brasil, com a ANA-Avaliação Nacional de Alfabetização no processo de alfabetização e letramento, a ANEB-Avaliação Nacional da Educação Básica e a ANRESC- Avaliação Nacional do Rendimento Escolar, conhecida como Prova Brasil.
Esse conjunto de avaliações externas possibilita o INEP-Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira diagnosticar a nossa educação básica e identificar fatores que podem interferir no bom desenvolvimento dos alunos.
O resultado do SAEB combinado com dados do Censo Escolar, compõem a nota do IDEB – Índice do Desenvolvimento da Educação Básica. Essa mudança no SAEB deve impactar no desempenho do IDEB de 2025, cujo resultado será publicado em meados de junho/julho de 2026, quando prefeitos(as) e governadores(as) divulgam a ‘melhoria da qualidade da educação’.
Como ensino é o processo da construção do conhecimento e do desenvolvimento mental do indivíduo não cabe, por exemplo, neste momento improvisações como ‘massacrar’ os alunos dos 5ºs anos do ensino fundamental com avaliações e simulados com questões dissertativas, o tempo todo, objetivando melhor desempenho no IDEB 2025.
Educadores sabem que um aluno alfabetizado assimilou todas as etapas da alfabetização e do letramento, que são processos complementares e fundamentais para o desenvolvimento da leitura, escrita e comunicação social. Portanto, se o aluno do 5º ano ainda não assimilou esse processo ou parte dele não adianta as repetições de avaliações dissertativas para ‘treiná-lo’, pois tal aluno tem uma lacuna que precisa ainda ser trabalhada adequadamente.
Neste momento, as redes escolares de estados e municípios que ainda não possibilitaram formações continuadas para o desenvolvimento da leitura, escrita e comunicação social devem, imediatamente, implantar ações educacionais continuas e efetivas, atualizando o professor com formações sobre o processo de alfabetização e letramento.
Procurar entender as demandas específicas desses profissionais, consultando-os para compor uma consistente análise situacional – diagnostico – entendida como ‘o problema a ser resolvido’, que deve fundamentar as ações educacionais a serem ofertadas para atendê-los da melhor forma possível. Portanto, encarar a realidade do cotidiano da sala de aula, valorizando os profissionais que nela atuam, passa a ser uma estratégia viável, com possibilidade de sucesso, além de assegurar a todos os alunos o direito à educação de qualidade e equidade.
Essio Minozzi Jr. licenciado em Matemática e Pedagogia, Pós-Graduado em Gestão Educacional – UNICAMP e Ciências e Técnicas de Governo – FUNDAP, foi vereador e secretário da Educação de Mairiporã.