Arrumação

Põe aqui, põe ali, muda aquilo de lugar… Volta esse, tira aquele e repete tudo outra vez, até achar um padrão que agrade. É assim que acontece com qualquer mudança, por menor que ela seja.
Vira e mexe sinto necessidade de mudar a posição das coisas no meu quarto. É uma mudança pequena, que não afeta ninguém além de mim, mas é sempre muito significativa. Uns dias atrás, uma amiga me disse que sempre que queremos fazer uma mudança na vida a gente acaba mudando também algumas coisas de lugar. Ou, o contrário, quando mudamos algumas coisas de lugar é porque queremos mudar alguma coisa na vida.
Independente do motivo, não tem nada melhor do que recriar um local que você já conhece e no qual já se sente confortável.
E nesse processo, resolve mexer também em coisas antigas que estavam guardadas dentro de gavetas. Percebo que o que era valiosos alguns anos atrás, agora já não tem mais tanto valor sentimental assim. O que fazer? Para muitos, o desapego é difícil. Afinal, será que jogar fora algum objeto significa jogar fora também alguma memória?
Algo vai para o lixo, algo não. Pelo menos não pelo tempo em que ainda representar um traço bacana de quem se era, do qual ainda se consegue lembrar com carinho.
Mas em novas escolhas, o que fica, o que sai, o que entra e o que vai embora, sempre tem traços da personalidade de quem você é agora. E não, você não é a mesma pessoa que era quando arrumou seu quarto pela primeira vez.