Arraiá da Vila

Não dá nem para dizer que faltou a fogueira, não é mesmo? Que beleza de festa junina em Mairiporã na semana passada. Não me lembrava mais da sensação boa de andar despreocupado e com um clima tão bom. No ar, aquele aroma de milho, pipoca, algodão doce, vinho quente e quentão. O buraco quente da Terezinha Campos novamente no espaço secular do arraiá que deixou a cidade feliz demais. As barracas e tendas das entidades locais também devolveram os preços mais acessíveis e ninguém passou vontade.

Se é preciso dar honra a quem tem honra, para atender um preceito bíblico, não há como não valorizar o ganho cultural e de retomada de tradições na nossa amada vila.

O dia ensolarado, os jardins, as crianças brincando como antigamente. Nossos alunos se apresentando diante dos pais. A banda tocando e o forró comendo solto.  No som da zabumba, do triângulo e da sanfona, o mairiporanense esqueceu de tudo apenas pelo prazer de se confraternizar feliz da vida.

Quando caiu a noite, o bingão fazendo o coração bater forte e cada pedra sendo cantada e aumentando a expectativa de poder gritar vitória e buscar seu prêmio.

Finalmente Mairiporã está parecendo Mairiporã. Aquela que a gente tinha saudade, do jeito que a gente gosta e na medida que a gente merece.

As camisas xadrez, os lenços, as calças remendadas e os vestidos de chita. Todo mundo sorriu, todo mundo brincou. Quem perdeu, se lamenta e espera por uma outra oportunidade. Sinto os ares de um novo tempo. Viramos a chave de uns vícios antigos e esse negócio de praga do Padre.

Quem ama a cidade e trabalha muito, tem esmagado com as boas novas que chegam em quantidade e a passos largos!

 

Luís Alberto de Moraes tem formação em Letras, leciona há quase vinte anos e prepara o lançamento de um livro de crônicas e poemas. @luis.alb