Muitas cidades do Estado começam um movimento para que o eleitor prestigie os candidatos a deputado de origem, ou seja, os que representam de fato os interesses das comunidades e liberem recursos para resolver problemas que as prefeituras não conseguem.
Mairiporã não tem representação política à altura da sua importância, capaz de defendê-la sempre que isso se faz necessário. Está longe disso. A cidade vive de percorrer gabinetes de deputados e senadores, de secretários de Estado e ministros, com o pires na mão. Essa prática vem desde o início dos anos 1960, embora naquele período o eleitor era mais consciente e elegia nomes da região.
Hoje virou o ‘samba do crioulo doido’. Políticos e líderes religiosos recebem vantagens (inclusive financeira) para arrumar votos e o montante de paraquedistas que aterrissam na cidade é gigante. Pelo menos de duas a três centenas de candidatos são votados e essa pulverização faz com que nenhum dos eleitos se lembre de ajudar a cidade e contribuir na solução de seus problemas.
Se os dirigentes políticos tivessem tido a responsabilidade e a obrigação de pensar antes na sociedade e depois no próprio bolso, teriam evitado os atuais e quase seculares problemas através de ações preventivas.
No pleito de 2014 um exemplo dessa ação nefasta dos políticos locais ilustra bem a questão: o atual prefeito conseguiu quase 5 mil votos ao deputado estadual Fernando Capez e quase 4 mil para Miguel Haddad. Pergunte se alguém já ouviu falar nos dois, se ainda se lembra que votou neles e se eles pagaram pelos votos com transferência de recursos em favor de Mairiporã. Se pagaram, foi de outra forma, que todos conhecem à sobejo.
As eleições se aproximam e os políticos não podem seguir negligenciando em desfavor da sociedade mairiporanense.
A presença de gente comprometida com as aspirações de Mairiporã, tanto na Assembleia como na Câmara Federal, é de suma importância. A representatividade política será decisiva para seu futuro, pois desde 1969 é penalizada por concentrar 80% de seu território dentro da APA (Área de Proteção Ambiental), que impediu seu desenvolvimento por anos a fio, e ter uma represa que abastece a Região Metropolitana, que resultou no desaparecimento da sua principal atividade econômica, as olarias, e que paga um preço altíssimo por estar apenas a 20 minutos de São Paulo.
É hora, portanto, de avaliar os candidatos e apostar em gente da terra. Sem isso, a cidade seguirá com celeridade ao que parece ser seu destino: tornar-se quintal de São Paulo.